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A HISTORIA DE VICTOR HUGO

Segunda-feira, 17.02.14

 Victor Hugo
Victor-Marie Hugo (Besançon, 26 de fevereiro de 1802 — Paris, 22 de maio de 1885) foi um novelista, poeta, dramaturgo, ensaísta, artista, estadista e ativista pelos direitos humanos francês de grande atuação política em seu país. É autor de Les Misérables e de Notre-Dame de Paris, entre diversas outras obras.


                                                   Vida  

                                               1802 - 1886  
Nascido em Besançon, no Doubs, Victor Hugo foi o terceiro filho de Sophie Trébuchet e Joseph Hugo (conde de Siguenza, um major que, mais tarde, se tornaria um general do exército napoleônico).
A infância de Victor Hugo foi marcada por grandes acontecimentos. Napoleão foi proclamado imperador dois anos depois do nascimento de Victor Hugo, e a monarquia dos Bourbons foi restaurada antes de seu décimo oitavo aniversário. Os pontos de vista políticos e religiosos opostos dos pais de Victor Hugo refletiam as forças que lutavam pela supremacia na França ao longo de sua vida:

seu pai era um oficial que atingiu uma elevada posição no exército de Napoleão. Era um Deísta republicano que considerava Napoleão um herói, enquanto sua mãe era uma radical católica defensora da casa real, sendo que se acredita tenha sido amante do general Victor Lahorie, que foi executado em 1812 por tramar contra Napoleão. Devido à ocupação do pai de Victor Hugo, Joseph, que era um oficial, mudavam-se com frequência e Victor aprendeu muito com essas viagens. Na viagem de sua família a Nápoles, ele viu as grandes passagens dos Alpes e seus picos nevados, o azul do Mediterrâneo e Roma durante suas datas festivas. Embora tivesse apenas cerca de seis anos à época, lembrava-se vividamente da viagem que durara meio ano. A família permaneceu em Nápoles por alguns meses e depois voltou para Paris.

Sophie acompanhou o marido em seus postos na Itália (onde Joseph Léopold ocupou o posto de governador de uma província perto de Nápoles) e Espanha (onde ele se encarregou de três províncias da Espanha). Cansada das constantes mudanças exigidas pela vida militar, e em litígio com o marido infiel, Sophie separou-se temporariamente de Joseph Léopold em 1803 e se estabeleceu em Paris. A partir de então, ela dominou a educação e formação de Victor Hugo. Como resultado, os primeiros trabalhos de Hugo na poesia e ficção refletem uma devoção apaixonada tanto do rei como da fé. Foi somente mais tarde, durante os eventos que levaram à Revolução de 1848, que ele iria começar a se rebelar contra a sua educação católica e monarquista e em vez disso advogar o republicanismo e o livre pensamento.

Victor Hugo passou a infância entre Paris, onde foi educado por muitos tutores e também em escolas privadas, Nápoles e Madrid.  Considerado um menino precoce, ainda jovem tornou-se escritor, tendo em 1817, aos 15 anos, sido premiado pela Academia Francesa por um de seus poemas. Em 1819 fundou, com os seus irmãos a revista, o "Le Conservateur Littéraire" e no mesmo ano ganhou o concurso da Académie des Jeux Floraux, instituição literária francesa fundada no século XIV. Em 1821, Hugo publicou seu livro de poesias, "Odes et poésies diverses" (Odes e Poesias Diversas), com o qual ganhou uma pensão, concedida por Luís XVIII. Um ano mais tarde publicaria seu primeiro romance, "Han d'Islande" (Hans da Islândia). Casou-se com sua amiga de infância, Adèle Foucher, em 12 de outubro de 1822, o casamento gerou o desgosto de seu irmão, Eugène, que era apaixonado por Adèle. Em decorrência disso, Eugène enloquece e é internado em um hospício. No ano seguinte, a morte do primeiro filho e o fracasso literário do livro Hans da Islândia, que não agrada a crítica, interrompem o período de estabilidade vivido até então. Em 1824 nasce sua primeira filha, Leopoldine.

Em 1825, aos 23 anos, recebe o título de Cavaleiro da Legião de Honra.5 Nesta época, torna-se líder de um grupo de escritores criando o Cenáculo.
A publicação da terceira coletânea de poemas de Victor Hugo, intitulada "Odes et Ballads", em 1826, marcou o início de um período de intensa criatividade.
Em 1827, no prefácio de seu extenso drama histórico, Cromwell, Hugo expõe uma chamada à liberação das restrições que impunham as tradições do classicismo. O prefácio é considerado o manifesto do movimento romântico na literatura francesa,3 4 nele o escritor fala da necessidade de romper com as amarras e restrições do formalismo clássico para poder então refletir a extensão plena da natureza humana.

Ainda neste prefácio, Hugo defende o drama moderno, com a coexistência do sublime e do grotesco.  O sucesso do prefácio de Cromwell consolidaram a imagem de Hugo como a principal liderança do romantismo na França. Aos 26 anos de idade, o escritor desfrutava de uma situação material confortável e prestígio não apenas entre a juventude rebelde francesa, mas também entre a corte de Carlos X. Neste período integrou-se ao romantismo transformando-se em um verdadeiro porta-voz desse movimento. A residência de Hugo tornou-se um ponto de encontro de escritores românticos entre os quais Alfred de Vigny e o crítico literário Charles Augustin Sainte-Beuve.  A censura recai sobre sua obra, Marion do Lorme, em 1829, peça teatral apoiada na vida de uma cortesã francesa do século XVII, isso aconteceu porque a obra foi considerada muito liberal,3 e também devido ao fato dos censores terem interpretado a peça como uma crítica à Carlos X, o que fez com que a produção daquela que seria sua primeira peça a ser interpretada fosse cancelada.Em 1830 estreia Hernani sua primeira obra teatral, que representa o fim do classicismo e expressa novas aspirações da juventude.  A peça, que exalta o herói
 romântico em luta contra a sociedade,8 divide opiniões, agradando os jovens e desagradando os mais velhos, o que desencadeia uma disputa de público que contribui para a consagração de Hugo como líder romântico.  A peça obteve grande sucesso, lotando o teatro em todas as suas exibições. A disputa entre opiniões gerada por Hernani obteve proporções além do teatro, apoiadores e opositores travavam brigas e discussões por toda a França. 
Após o nascimento de mais uma filha, também no ano de 1830, que recebeu o nome da mãe, sua esposa recusa-se a ter mais filhos e concede ao marido liberdade para transitar por Paris, desde que não a aborrecesse. Tal fato, faz com que Hugo se entregue à libertinagem, ligando-se indistintamente à atrizes, aristocratas e humildes costureiras, mas contudo, ele não se separara de Adèle. Neste mesmo período, Adèle inicia um relacionamento amoroso com o amigo da família, Saint-Beauve.

1831 - 1885 
Seu romance, Notre-Dame de Paris, é lançado em 1831, considerado o maior romance histórico de Victor Hugo, o livro definiu a forma de exploração ficcional do passado que marcaram o romantismo francês. O livro narra a história do amor altruísta do deformado sineiro da catedral de Notre Dame, Quasímodo, pela bailarina cigana Esmeralda. Com um estilo realista, especialmente nas descrições de Paris medieval e seu submundo, o enredo é melodramático, com muitas reviravoltas irônicas.  O livro foi um sucesso instantâneo e logo fez de Hugo o mais famoso escritor que vivia na Europa, tendo o livro se propagado e traduzido por todo o continente.No ano de 1832 Hugo mudou-se para um apartamento instalado na Praça de Vosges, no bairro Le Marais, onde morou até1848, tendo sido visitado por escritores como Honoré de Balzac, Alfred de Musset, Alexandre Dumas e o compositor Franz Liszt. 

Em novembro de 1832 Victor Hugo apresentava em Paris Le Roi S’Amuse, uma peça baseada na vida amorosa do rei Francisco I da França. Desde 1827 até o ano da estreia de Le Roi S’Amuse, Hugo passara de uma postura inicialmente conservadora para um liberalismo reformista que se refletia em suas posições públicas e em sua obra. Le Roi S'Amuse também sofreria censura, acusada de expor a figura régia ao ridículo.15
No ano seguinte, Hugo passa a ter um relacionamento amoroso com a atriz Juliette Drouet, que atuou em duas peças do autor que estrearam naquele ano, Lucrécia Borgia e Marie Tudor. Eles se conheceram em um momento em que Hugo estava abalado, pois descobrira que sua esposa o havia traído. Juliette intepretava o papel da Princesa Negroni em Lucrécia Borgia, exatamente quinze dias após a estreia da peça, em 16 de fevereiro de 1833, Juliette se tornou amante de Hugo. Hugo instalou Juliette em uma casa isolada no Les Metz, um lugarejo próximo à casa onde ele morava com sua família. Quase todos os dias eles se encontravam, o ponto de encontro era uma árvore oca em um bosque, o tronco desta árvore Juliette usava para deixar suas mensagens para ele e Hugo deixava suas cartas e poemas lá. O romance tinha momentos turbulentos devido a problemas financeiros, pois Juliette contraiu muitas dívidas com credores, ainda assim, o amor se mostrou resistente às discussões e brigas. A peça Lucrécia Borgia, drama a que primeiro deu o título de Ceia em Ferrara teve grande êxito, o que foi considerado a vitória decisiva da escola romântica. 


Em fevereiro de 1837 morre seu irmão Eugène, acometido por uma doença psicológica desde o casamento de Hugo, Eugène não voltou mais à razão, a doença o foi enfranquecendo e por fim o levou à morte. Este também foi ano em que o rei Luís Filipe I conferiu à Victor Hugo o grau de oficial da Legião de Honra, e os duques de Orléans enviaram-lhe um quadro de Ignez de Castro, pintado por Saint-Évre, na extremidade superior da moldura havia a seguinte inscrição: "O duque e a duqueza de Orleans ao sr. Victor Hugo, 27 de junho 1837".17
Alugava apartamentos nos arredores de Paris com nomes falsos, onde encontrava-se com suas amantes. Numa dessas ocasiões foi flagrado com Léonie Briard, cujo o marido havia chamado a polícia, a mulher foi presa, quanto a Victor Hugo nada ocorreu-lhe.
escreve num poema onde se justifica). A sua ideia é que "onde o conhecimento está apenas num homem, a monarquia se impõe." "Onde está num grupo de homens, deve fazer lugar à aristocracia. E quando todos têm acesso às luzes do saber, então vem o tempo da democracia".
Tendo se tornado favorável a uma democracia liberal e humanitária, é eleito deputado da Segunda República em 1848, e apoia a candidatura do príncipe Louis-Napoléon.
Exila-se após o golpe de Estado de 2 de Dezembro de 1851, que condena vigorosamente por razões morais em "Histoire d'un crime".

Durante o Segundo Império, em oposição a Napoléon III, vive em exílio em Jersey, Guernsey e Bruxelas. É um dos únicos proscritos a recusar a anistia decidida algum tempo depois: « Et s'il n'en reste qu'un, je serai celui-là » ("e se sobra apenas um, serei eu").Com a morte da sua filha, Leopoldina, começa a descobrir e investigar experiências espíritas relatadas numa obra diferente nomeada "Les tables tournantes de Jersey".
Morre em 22 de maio de 1885.
De acordo com seu último desejo, seu corpo é depositado em um caixão humilde que é enterrado no Panthéon.Tendo ficado vários dias exposto sob o Arco do Triunfo, estima-se que 1 milhão de pessoas vieram lhe prestar uma última homenagem. Quando morreu, as prostitutas de Paris ficaram de luto.18 A pessoa mais velha da história, Jeanne Calment, que morreu em 1997, afirma ter ido ao funeral de Victor Hugo. Jeanne tinha 10 anos quando houve o funeral.

 Vida Literária 
Como muitos escritores de sua geração, Victor Hugo foi profundamente influenciado por François-René de Chateaubriand, famosa figura da escola romântica e figura proeminente da literatura francesa do começo do século XIX. Quando jovem, Hugo afirmou que seria “Chateaubriand ou nada”, e sua vida teria muitas semelhanças com a de seu predecessor. Como Chateaubriand, Hugo daria força ao Romantismo, envolver-se-ia com política como defensor da causa republicana e seria forçado ao exílio devido à suas opções políticas. A eloquência e a paixão precoce das primeiras obras de Victor Hugo trouxeram-lhe sucesso e fama quando ainda jovem. Sua primeira coletânea de poesia (Odes et Poésies Diverses) foi publicada em 1822, quando Hugo tinha apenas vinte anos de idade, e lhe rendeu uma pensão real de Luís XVIII. Embora os poemas fossem admirados por seu ardor e sua fluência espontâneos, foi sua próxima coletânea (Odes et Ballades), publicada em 1826, que revelaram Hugo como grande poeta.

A primeira obra madura de ficção do autor francês apareceu em 1829, e refletia a aguda consciência social que permearia sua obra posterior. Le Dernier jour d'un condamné (O último dia de um condenado) teria profunda influência sobre autores posteriores como Albert Camus, Charles Dickens e Fiódor Dostoiévski. Claude Gueux (1834), uma estória documental sobre a execução de um assassino francês, foi considerada mais tarde pelo próprio autor como precursora de sua maior obra sobre a injustiça social (Os Miseráveis). Seu primeiro romance a ser enormemente reconhecido foi ''O Corcunda de Notre-Dame'', publicado em 1831 e logo traduzido para diversos idiomas através da Europa. Um dos efeitos dessa obra foi levar a cidade de Paris a restaurar a bastante negligenciada Catedral de Notre-Dame, a qual estava atraindo milhares de turistas que haviam lido a novela. O livro também renovou o apreço por construções pré-renascentistas, as quais passaram a ser mais cuidadosamente preservadas.

Victor Hugo começou a planejar um grande romance sobre miséria e injustice social no começo da década de 30, mas a obra só seria publicada em 1862. O escritor estava consciente da qualidade do livro. A editora belga Lacroix and Verboeckhoven realizou uma campanha de publicidade incomum para a época, emitindo notas à imprensa sobre o trabalho até seis meses antes do lançamento. Ademais, publicou inicialmente apenas a primeira parte da novela (Fantine), lançada simultaneamente em grandes cidades. Estoques inteiros do livro foram vendidos em dias, e a obra teve grande impacto sobre a sociedade francesa. A crítica francesa foi, em regral, hostil ao romance. Barbey d’Aurevikky reclamou da vulgaridade da obra; Flaubert achou que o livro não era “nem verdadeiro nem genial”; Baudelaire – apesar de críticas positivas em jornais – chamou a obra de “sem graça e inepta”. Os Miseráveis, no entanto, mostraram-se populares junto às massas, e logo os temas abordados estavam em destaque na Assembleia Nacional da França. Hoje a novella permanece como sua obra mais popular, tendo sido adaptada para o cinema, a televisão, o teatro e para musicais.

Victor Hugo afastou-se de temas políticos e sociais em seu próximo romance, Les Travailleurs de la Mer (Os Trabalhadores do Mar), publicado em 1866. Ainda assim, o livro foi bem recebido, talvez devido ao sucesso prévio de Os Miseráveis. Dedicado à ilha de Guernsey, localizada no Canal da Mancha e na qual o escritor passou 15 anos de exílio. A descrição de Hugo da batalha do homem contra o mar e as criaturas que nele habitam tornou conhecido um prato incomum em Paris: Lulas. A palavra utilizada em Guernsey para se referir ao animal (pieuvre) foi incorporada ao léxico francês. Em sua próxima obra, Hugo retornou aos temas políticos sociais. L'Homme Qui Rit (O homem que ri) foi publicado em 1869 e fazia um retrato crítico da aristocracia. Contudo, o livro não foi bem recebida como seus trabalhos anteriores, e o próprio escritor passou a comentar sobre a crescente distância entre sua obra e a de seus contemporâneos, como Flaubert e Émile Zola, cujas novelas realistas e naturalistas ganhavam popularidade. Seu último romance, Quatre-vingt-treize (Noventa e três), publicado em 1874, abordava um tema até então evitado por Victor Hugo: o reinado do terror, durante a Revolução Francesa. Embora a popularidade do escritor francês estivesse em declínio quando de sua publicação, muitos consideram hoje Quatre-vingt-treize uma obra à altura das mais famosas de Victor Hugo. Lindo morreu de infarto dominiocardico fulminate.

Pensamento político 
A partir de 1849, Victor Hugo dedica um quarto da sua obra à política, um quarto à religião e outro à Filosofia humana e social. Se o pensamento de Victor Hugo pode parecer complexo e às vezes contraditório, não se pode dizer que seja monoteísta.Sempre um reformista, envolve-se em política por toda a sua vida. Mas se critica as misérias sociais, não adota o discurso socialista da luta de classes. Pelo contrário, ele próprio viveu uma vida financeiramente confortável, construída com seus próprios esforços, tornando-se um dos escritores mais bem remunerados de sua época. Acreditava no direito do homem usufruir dos frutos do seu trabalho, embora reforçasse a responsabilidade que acompanha o enriquecimento pessoal. Desse modo, sempre buscou prosperar enquanto doava uma parte significativa de sua renda para diferentes obras de caridades.Seu principal romance, os Miseráveis, narra a história de um self made-man, Jean Valjean, um sujeito que foge da prisão e reconstrói sua vida através do trabalho.

 Valjean monta uma empresa e, através dela, traz prosperidade para a sua região; além disso, usa sua fortuna em obras de caridade para ajudar os pobres. Suas boas obras são interrompidas apenas quando um policial - um agente do Estado - decide interferir arbitrariamente nas atividades privadas da sociedade civil.Os Miseráveis, portanto, traz claramente a filosofia política de Victor Hugo. É um mundo onde há cooperação - e não luta - entre as classes; onde o empreendedor desempenha uma função essencialmente benéfica para todos; onde o trabalho é a via principal de aprimoramente pessoal e social; onde a intervenção estatal por motivos moralistas - seja do policial ou do revolucionário obcecado pela justiça terrena - é um dos principais riscos para o bem de todos que será gerado espontaneamente pelos indivíduos privados.

Ele também se opõe à violência quando ela se aplicou contra um poder democrático, mas a justifica (conforme à Declaração dos direitos do homem e do cidadão), contra um poder ilegítimo. É assim que, em 1851, lança um chamado à luta - "carregar seu fuzil e ficar preparado" - que não é seguido. Mantém esta posição até 1870, quando começa a Guerra Franco-Prussiana; Hugo a condena: "guerra de capricho" e não de liberdade.
Em seguida, o império é deposto e a guerra continua, desta vez contra a república. O argumento de Hugo em favor da fraternização resta, ainda, sem resposta. É assim que, em 17 de Setembro, publica uma chamada ao levante das massa e à resistência. Os republicanos moderados ficam horrorizados: preferem Bismarck aos "socialistas"! A população de Paris, no entanto, se mobiliza e lê avidamente Les Châtiments. (Ver Comuna de Paris).

Coerente, Hugo não podia ser comunista: "O significado da Comuna é imenso, ela poderia fazer grandes coisas, mas na verdade faz somente pequenas coisas. E pequenas coisas que são odiosas, é lamentável. Compreendam-me: sou um homem de revolução. Aceito, assim, as grandes necessidades, mas somente sob uma condição: que sejam a confirmação dos princípios e não o seu desrespeito. Todo o meu pensamento oscila entre dois pólos: civilização-revolução "." A construção de uma sociedade igualitária só será possível se for consequência de uma recomposição da sociedade liberal."No entanto, diante da repressão que se abate sobre os comunistas, o poeta declara seu desgosto: "Alguns bandidos mataram 64 reféns. Replica-se matando 6000 prisioneiros!".Denunciando até o fim a segregação social, Hugo declara durante a última reunião pública que preside: "A questão social perdura. Ela é terrível, mas é simples: é a questão dos que têm e dos que não têm!". Tratava-se precisamente de recolher fundos para permitir a 126 delegados operários a viagem ao primeiro Congresso socialista da França, em Marselha.

Victor Hugo, no entanto, nunca aceitou o discurso socialista. Ele acreditava que uma sociedade aberta encontraria soluções para seus problemas. Mais que isso, ele era contra políticas de redistribuição de riquezas, pois o efeito dessas seria desincentivar a produção, fazendo com que toda a sociedade caminhasse para trás. Caso fosse permitida a liberdade de comércio, por outro lado, e caso se tolerasse algum grau de desigualdade social, o resultado seria o progresso geral de todos, beneficiando inclusive os membros mais pobres da sociedade."O comunismo e o agrarianismo acreditam que resolveram este segundo problema [da distribuição de renda], mas estão enganados:
 a distribuição destrói a produtividade. A repartição em partes iguais mata a ambição e, por consequência, o trabalho. É uma distribuição de açougueiros, que mata aquilo que reparte. Portanto, é impossível tomar essas pretensas soluções como princípio. Destruir riqueza não é distribuí-la".(Está pois a pena de morte abolida nesse nobre Portugal, pequeno povo que tem uma grande história. (…) Felicito a vossa nação. Portugal dá o exemplo à Europa. Desfrutai de antemão essa imensa glória. A Europa imitará Portugal. Morte à morte! Guerra à guerra! Viva a vida! Ódio ao ódio. A liberdade é uma cidade imensa da qual todos somos concidadãos — Victor Hugo, 1876, a propósito da abolição da pena de morte em Portugal (o primeiro país europeu a fazê-lo).)

Discursos  

Victor Hugo pronunciou durante a sua carreira política quatro grandes discursos:

um sobre a defesa do litoral;
um sobre a condição feminina;
um sobre o ensino religioso;
uma argumentação contra a pena de morte.
                                Extratos  

                                 Argumentação contra a proibição de "Marion Delorme" 
"Este século produziu apenas uma grande coisa, a liberdade, e produziu apenas um grande homem, Napoleão. Não temos mais um grande homem. Tentemos ao menos manter a grande coisa."

Diálogo entre Combeferre e Enjolras em "Os Miseráveis" 
Combeferre, em posição próxima a Enjolras, percebeu esse rapaz.

"Que pena!" disse Combeferre.
"Quão abominável esse banho de sangue é! Tenho certeza de que quando não houver mais reis, não haverá mais guerra. Enjolras, você está a mirar naquele sargento, não a contemplá-lo. Pense que ele é um belo jovem; ele é intrépido; percebe-se que ele é um pensador; esses jovens artilheiros são bem instruídos; ele tem um pai, uma mãe, uma família; ele ama alguém, provavelmente; ele tem no máximo vinte e cinco anos; ele poderia ser seu irmão."
"Ele é" diz Enjolras.


Obra 
Odes et Poésies Diverses (1822)
Han d'Islande (1823)
Nouvelles Odes (1824)
Bug-Jargal (1826)
Odes et Ballades (1826)
Cromwell (1827)
Les Orientales (1829)
Le Dernier jour d'un condamné (1829)
Hernani (1830)
Notre-Dame de Paris Nossa Senhora de Paris (1831)
Marion Delorme (1831)
Les Feuilles d'automne
Le Roi s'amuse (1832)
Lucrèce Borgia (1833)
Marie Tudor (1833)
Étude sur Mirabeau (1834)
Littérature et philosophie mêlées (1834)
Claude Gueux (1834)
Angelo (1835)
Les Chants du crépuscule (1835)
Les Voix intérieures (1837)
Ruy Blas (1838)
Les Rayons et les ombres (1840)
Le Rhin (1842)
Les Burgraves (1843)
Napoléon le Petit (1852)
Les Châtiments (1853)
Lettres à Louis Bonaparte (1855)
Les Contemplations (1856)
La Légende des siècles (1859)
Les Misérables (1862)
William Shakespeare (1864)
Les Chansons des rues et des bois (1865)
Les Travailleurs de la Mer (1866)
Paris-Guide (1867)
L'Homme qui rit (1869)
L'Année terrible (1872)
Quatrevingt-treize (1874)
Mes Fils (1874)
Actes et paroles - Avant l'exil (1875)
Actes et paroles - Pendant l'exil (1875)
Actes et paroles - Depuis l'exil (1876)
La Légende des Siècles 2e série (1877)
L'Art d'être grand-père (1877)
Histoire d'un crime - 1re partie (1877)
Histoire d'un crime - 2e partie (1878)
Le Pape (1878)
Vie ou de Mort (1875)
Religions et religion (1880)
L'Âne (1880)
Les Quatre vents de l'esprit (1881)
Torquemada (1882)
La Légende des siècles - Tome III (1883)
L'Archipel de la Manche (1883)
0 bras póstumas  

Théâtre en liberté (1886)
La fin de Satan (1886)
Choses vues - 1re série (1887)
Toute la lyre (1888)
Alpes et Pyrénées (1890)
Dieu (1891)
France et Belgique (1892)
Toute la lyre - nouvelle série (1893)
Correspondances - Tome I (1896)
Correspondances - Tome II (1898)
Les années funestes (1898)
Choses vues - 2e série (1900)
Post-scriptum de ma vie (1901)
Dernière Gerbe (1902)
Mille francs de récompense (1934)
Océan. Tas de pierres (1942)
Pierres (1951)
Mélancholia

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publicado por duronaqueda às 18:06

A HISTORIA DE VICTOR HUGO

Segunda-feira, 17.02.14

 Victor Hugo
Victor-Marie Hugo (Besançon, 26 de fevereiro de 1802 — Paris, 22 de maio de 1885) foi um novelista, poeta, dramaturgo, ensaísta, artista, estadista e ativista pelos direitos humanos francês de grande atuação política em seu país. É autor de Les Misérables e de Notre-Dame de Paris, entre diversas outras obras.


                                                   Vida  

                                               1802 - 1886  
Nascido em Besançon, no Doubs, Victor Hugo foi o terceiro filho de Sophie Trébuchet e Joseph Hugo (conde de Siguenza, um major que, mais tarde, se tornaria um general do exército napoleônico).
A infância de Victor Hugo foi marcada por grandes acontecimentos. Napoleão foi proclamado imperador dois anos depois do nascimento de Victor Hugo, e a monarquia dos Bourbons foi restaurada antes de seu décimo oitavo aniversário. Os pontos de vista políticos e religiosos opostos dos pais de Victor Hugo refletiam as forças que lutavam pela supremacia na França ao longo de sua vida:

seu pai era um oficial que atingiu uma elevada posição no exército de Napoleão. Era um Deísta republicano que considerava Napoleão um herói, enquanto sua mãe era uma radical católica defensora da casa real, sendo que se acredita tenha sido amante do general Victor Lahorie, que foi executado em 1812 por tramar contra Napoleão. Devido à ocupação do pai de Victor Hugo, Joseph, que era um oficial, mudavam-se com frequência e Victor aprendeu muito com essas viagens. Na viagem de sua família a Nápoles, ele viu as grandes passagens dos Alpes e seus picos nevados, o azul do Mediterrâneo e Roma durante suas datas festivas. Embora tivesse apenas cerca de seis anos à época, lembrava-se vividamente da viagem que durara meio ano. A família permaneceu em Nápoles por alguns meses e depois voltou para Paris.

Sophie acompanhou o marido em seus postos na Itália (onde Joseph Léopold ocupou o posto de governador de uma província perto de Nápoles) e Espanha (onde ele se encarregou de três províncias da Espanha). Cansada das constantes mudanças exigidas pela vida militar, e em litígio com o marido infiel, Sophie separou-se temporariamente de Joseph Léopold em 1803 e se estabeleceu em Paris. A partir de então, ela dominou a educação e formação de Victor Hugo. Como resultado, os primeiros trabalhos de Hugo na poesia e ficção refletem uma devoção apaixonada tanto do rei como da fé. Foi somente mais tarde, durante os eventos que levaram à Revolução de 1848, que ele iria começar a se rebelar contra a sua educação católica e monarquista e em vez disso advogar o republicanismo e o livre pensamento.

Victor Hugo passou a infância entre Paris, onde foi educado por muitos tutores e também em escolas privadas, Nápoles e Madrid.  Considerado um menino precoce, ainda jovem tornou-se escritor, tendo em 1817, aos 15 anos, sido premiado pela Academia Francesa por um de seus poemas. Em 1819 fundou, com os seus irmãos a revista, o "Le Conservateur Littéraire" e no mesmo ano ganhou o concurso da Académie des Jeux Floraux, instituição literária francesa fundada no século XIV. Em 1821, Hugo publicou seu livro de poesias, "Odes et poésies diverses" (Odes e Poesias Diversas), com o qual ganhou uma pensão, concedida por Luís XVIII. Um ano mais tarde publicaria seu primeiro romance, "Han d'Islande" (Hans da Islândia). Casou-se com sua amiga de infância, Adèle Foucher, em 12 de outubro de 1822, o casamento gerou o desgosto de seu irmão, Eugène, que era apaixonado por Adèle. Em decorrência disso, Eugène enloquece e é internado em um hospício. No ano seguinte, a morte do primeiro filho e o fracasso literário do livro Hans da Islândia, que não agrada a crítica, interrompem o período de estabilidade vivido até então. Em 1824 nasce sua primeira filha, Leopoldine.

Em 1825, aos 23 anos, recebe o título de Cavaleiro da Legião de Honra.5 Nesta época, torna-se líder de um grupo de escritores criando o Cenáculo.
A publicação da terceira coletânea de poemas de Victor Hugo, intitulada "Odes et Ballads", em 1826, marcou o início de um período de intensa criatividade.
Em 1827, no prefácio de seu extenso drama histórico, Cromwell, Hugo expõe uma chamada à liberação das restrições que impunham as tradições do classicismo. O prefácio é considerado o manifesto do movimento romântico na literatura francesa,3 4 nele o escritor fala da necessidade de romper com as amarras e restrições do formalismo clássico para poder então refletir a extensão plena da natureza humana.

Ainda neste prefácio, Hugo defende o drama moderno, com a coexistência do sublime e do grotesco.  O sucesso do prefácio de Cromwell consolidaram a imagem de Hugo como a principal liderança do romantismo na França. Aos 26 anos de idade, o escritor desfrutava de uma situação material confortável e prestígio não apenas entre a juventude rebelde francesa, mas também entre a corte de Carlos X. Neste período integrou-se ao romantismo transformando-se em um verdadeiro porta-voz desse movimento. A residência de Hugo tornou-se um ponto de encontro de escritores românticos entre os quais Alfred de Vigny e o crítico literário Charles Augustin Sainte-Beuve.  A censura recai sobre sua obra, Marion do Lorme, em 1829, peça teatral apoiada na vida de uma cortesã francesa do século XVII, isso aconteceu porque a obra foi considerada muito liberal,3 e também devido ao fato dos censores terem interpretado a peça como uma crítica à Carlos X, o que fez com que a produção daquela que seria sua primeira peça a ser interpretada fosse cancelada.Em 1830 estreia Hernani sua primeira obra teatral, que representa o fim do classicismo e expressa novas aspirações da juventude.  A peça, que exalta o herói
 romântico em luta contra a sociedade,8 divide opiniões, agradando os jovens e desagradando os mais velhos, o que desencadeia uma disputa de público que contribui para a consagração de Hugo como líder romântico.  A peça obteve grande sucesso, lotando o teatro em todas as suas exibições. A disputa entre opiniões gerada por Hernani obteve proporções além do teatro, apoiadores e opositores travavam brigas e discussões por toda a França. 
Após o nascimento de mais uma filha, também no ano de 1830, que recebeu o nome da mãe, sua esposa recusa-se a ter mais filhos e concede ao marido liberdade para transitar por Paris, desde que não a aborrecesse. Tal fato, faz com que Hugo se entregue à libertinagem, ligando-se indistintamente à atrizes, aristocratas e humildes costureiras, mas contudo, ele não se separara de Adèle. Neste mesmo período, Adèle inicia um relacionamento amoroso com o amigo da família, Saint-Beauve.

1831 - 1885 
Seu romance, Notre-Dame de Paris, é lançado em 1831, considerado o maior romance histórico de Victor Hugo, o livro definiu a forma de exploração ficcional do passado que marcaram o romantismo francês. O livro narra a história do amor altruísta do deformado sineiro da catedral de Notre Dame, Quasímodo, pela bailarina cigana Esmeralda. Com um estilo realista, especialmente nas descrições de Paris medieval e seu submundo, o enredo é melodramático, com muitas reviravoltas irônicas.  O livro foi um sucesso instantâneo e logo fez de Hugo o mais famoso escritor que vivia na Europa, tendo o livro se propagado e traduzido por todo o continente.No ano de 1832 Hugo mudou-se para um apartamento instalado na Praça de Vosges, no bairro Le Marais, onde morou até1848, tendo sido visitado por escritores como Honoré de Balzac, Alfred de Musset, Alexandre Dumas e o compositor Franz Liszt. 

Em novembro de 1832 Victor Hugo apresentava em Paris Le Roi S’Amuse, uma peça baseada na vida amorosa do rei Francisco I da França. Desde 1827 até o ano da estreia de Le Roi S’Amuse, Hugo passara de uma postura inicialmente conservadora para um liberalismo reformista que se refletia em suas posições públicas e em sua obra. Le Roi S'Amuse também sofreria censura, acusada de expor a figura régia ao ridículo.15
No ano seguinte, Hugo passa a ter um relacionamento amoroso com a atriz Juliette Drouet, que atuou em duas peças do autor que estrearam naquele ano, Lucrécia Borgia e Marie Tudor. Eles se conheceram em um momento em que Hugo estava abalado, pois descobrira que sua esposa o havia traído. Juliette intepretava o papel da Princesa Negroni em Lucrécia Borgia, exatamente quinze dias após a estreia da peça, em 16 de fevereiro de 1833, Juliette se tornou amante de Hugo. Hugo instalou Juliette em uma casa isolada no Les Metz, um lugarejo próximo à casa onde ele morava com sua família. Quase todos os dias eles se encontravam, o ponto de encontro era uma árvore oca em um bosque, o tronco desta árvore Juliette usava para deixar suas mensagens para ele e Hugo deixava suas cartas e poemas lá. O romance tinha momentos turbulentos devido a problemas financeiros, pois Juliette contraiu muitas dívidas com credores, ainda assim, o amor se mostrou resistente às discussões e brigas. A peça Lucrécia Borgia, drama a que primeiro deu o título de Ceia em Ferrara teve grande êxito, o que foi considerado a vitória decisiva da escola romântica. 


Em fevereiro de 1837 morre seu irmão Eugène, acometido por uma doença psicológica desde o casamento de Hugo, Eugène não voltou mais à razão, a doença o foi enfranquecendo e por fim o levou à morte. Este também foi ano em que o rei Luís Filipe I conferiu à Victor Hugo o grau de oficial da Legião de Honra, e os duques de Orléans enviaram-lhe um quadro de Ignez de Castro, pintado por Saint-Évre, na extremidade superior da moldura havia a seguinte inscrição: "O duque e a duqueza de Orleans ao sr. Victor Hugo, 27 de junho 1837".17
Alugava apartamentos nos arredores de Paris com nomes falsos, onde encontrava-se com suas amantes. Numa dessas ocasiões foi flagrado com Léonie Briard, cujo o marido havia chamado a polícia, a mulher foi presa, quanto a Victor Hugo nada ocorreu-lhe.
escreve num poema onde se justifica). A sua ideia é que "onde o conhecimento está apenas num homem, a monarquia se impõe." "Onde está num grupo de homens, deve fazer lugar à aristocracia. E quando todos têm acesso às luzes do saber, então vem o tempo da democracia".
Tendo se tornado favorável a uma democracia liberal e humanitária, é eleito deputado da Segunda República em 1848, e apoia a candidatura do príncipe Louis-Napoléon.
Exila-se após o golpe de Estado de 2 de Dezembro de 1851, que condena vigorosamente por razões morais em "Histoire d'un crime".

Durante o Segundo Império, em oposição a Napoléon III, vive em exílio em Jersey, Guernsey e Bruxelas. É um dos únicos proscritos a recusar a anistia decidida algum tempo depois: « Et s'il n'en reste qu'un, je serai celui-là » ("e se sobra apenas um, serei eu").Com a morte da sua filha, Leopoldina, começa a descobrir e investigar experiências espíritas relatadas numa obra diferente nomeada "Les tables tournantes de Jersey".
Morre em 22 de maio de 1885.
De acordo com seu último desejo, seu corpo é depositado em um caixão humilde que é enterrado no Panthéon.Tendo ficado vários dias exposto sob o Arco do Triunfo, estima-se que 1 milhão de pessoas vieram lhe prestar uma última homenagem. Quando morreu, as prostitutas de Paris ficaram de luto.18 A pessoa mais velha da história, Jeanne Calment, que morreu em 1997, afirma ter ido ao funeral de Victor Hugo. Jeanne tinha 10 anos quando houve o funeral.

 Vida Literária 
Como muitos escritores de sua geração, Victor Hugo foi profundamente influenciado por François-René de Chateaubriand, famosa figura da escola romântica e figura proeminente da literatura francesa do começo do século XIX. Quando jovem, Hugo afirmou que seria “Chateaubriand ou nada”, e sua vida teria muitas semelhanças com a de seu predecessor. Como Chateaubriand, Hugo daria força ao Romantismo, envolver-se-ia com política como defensor da causa republicana e seria forçado ao exílio devido à suas opções políticas. A eloquência e a paixão precoce das primeiras obras de Victor Hugo trouxeram-lhe sucesso e fama quando ainda jovem. Sua primeira coletânea de poesia (Odes et Poésies Diverses) foi publicada em 1822, quando Hugo tinha apenas vinte anos de idade, e lhe rendeu uma pensão real de Luís XVIII. Embora os poemas fossem admirados por seu ardor e sua fluência espontâneos, foi sua próxima coletânea (Odes et Ballades), publicada em 1826, que revelaram Hugo como grande poeta.

A primeira obra madura de ficção do autor francês apareceu em 1829, e refletia a aguda consciência social que permearia sua obra posterior. Le Dernier jour d'un condamné (O último dia de um condenado) teria profunda influência sobre autores posteriores como Albert Camus, Charles Dickens e Fiódor Dostoiévski. Claude Gueux (1834), uma estória documental sobre a execução de um assassino francês, foi considerada mais tarde pelo próprio autor como precursora de sua maior obra sobre a injustiça social (Os Miseráveis). Seu primeiro romance a ser enormemente reconhecido foi ''O Corcunda de Notre-Dame'', publicado em 1831 e logo traduzido para diversos idiomas através da Europa. Um dos efeitos dessa obra foi levar a cidade de Paris a restaurar a bastante negligenciada Catedral de Notre-Dame, a qual estava atraindo milhares de turistas que haviam lido a novela. O livro também renovou o apreço por construções pré-renascentistas, as quais passaram a ser mais cuidadosamente preservadas.

Victor Hugo começou a planejar um grande romance sobre miséria e injustice social no começo da década de 30, mas a obra só seria publicada em 1862. O escritor estava consciente da qualidade do livro. A editora belga Lacroix and Verboeckhoven realizou uma campanha de publicidade incomum para a época, emitindo notas à imprensa sobre o trabalho até seis meses antes do lançamento. Ademais, publicou inicialmente apenas a primeira parte da novela (Fantine), lançada simultaneamente em grandes cidades. Estoques inteiros do livro foram vendidos em dias, e a obra teve grande impacto sobre a sociedade francesa. A crítica francesa foi, em regral, hostil ao romance. Barbey d’Aurevikky reclamou da vulgaridade da obra; Flaubert achou que o livro não era “nem verdadeiro nem genial”; Baudelaire – apesar de críticas positivas em jornais – chamou a obra de “sem graça e inepta”. Os Miseráveis, no entanto, mostraram-se populares junto às massas, e logo os temas abordados estavam em destaque na Assembleia Nacional da França. Hoje a novella permanece como sua obra mais popular, tendo sido adaptada para o cinema, a televisão, o teatro e para musicais.

Victor Hugo afastou-se de temas políticos e sociais em seu próximo romance, Les Travailleurs de la Mer (Os Trabalhadores do Mar), publicado em 1866. Ainda assim, o livro foi bem recebido, talvez devido ao sucesso prévio de Os Miseráveis. Dedicado à ilha de Guernsey, localizada no Canal da Mancha e na qual o escritor passou 15 anos de exílio. A descrição de Hugo da batalha do homem contra o mar e as criaturas que nele habitam tornou conhecido um prato incomum em Paris: Lulas. A palavra utilizada em Guernsey para se referir ao animal (pieuvre) foi incorporada ao léxico francês. Em sua próxima obra, Hugo retornou aos temas políticos sociais. L'Homme Qui Rit (O homem que ri) foi publicado em 1869 e fazia um retrato crítico da aristocracia. Contudo, o livro não foi bem recebida como seus trabalhos anteriores, e o próprio escritor passou a comentar sobre a crescente distância entre sua obra e a de seus contemporâneos, como Flaubert e Émile Zola, cujas novelas realistas e naturalistas ganhavam popularidade. Seu último romance, Quatre-vingt-treize (Noventa e três), publicado em 1874, abordava um tema até então evitado por Victor Hugo: o reinado do terror, durante a Revolução Francesa. Embora a popularidade do escritor francês estivesse em declínio quando de sua publicação, muitos consideram hoje Quatre-vingt-treize uma obra à altura das mais famosas de Victor Hugo. Lindo morreu de infarto dominiocardico fulminate.

Pensamento político 
A partir de 1849, Victor Hugo dedica um quarto da sua obra à política, um quarto à religião e outro à Filosofia humana e social. Se o pensamento de Victor Hugo pode parecer complexo e às vezes contraditório, não se pode dizer que seja monoteísta.Sempre um reformista, envolve-se em política por toda a sua vida. Mas se critica as misérias sociais, não adota o discurso socialista da luta de classes. Pelo contrário, ele próprio viveu uma vida financeiramente confortável, construída com seus próprios esforços, tornando-se um dos escritores mais bem remunerados de sua época. Acreditava no direito do homem usufruir dos frutos do seu trabalho, embora reforçasse a responsabilidade que acompanha o enriquecimento pessoal. Desse modo, sempre buscou prosperar enquanto doava uma parte significativa de sua renda para diferentes obras de caridades.Seu principal romance, os Miseráveis, narra a história de um self made-man, Jean Valjean, um sujeito que foge da prisão e reconstrói sua vida através do trabalho.

 Valjean monta uma empresa e, através dela, traz prosperidade para a sua região; além disso, usa sua fortuna em obras de caridade para ajudar os pobres. Suas boas obras são interrompidas apenas quando um policial - um agente do Estado - decide interferir arbitrariamente nas atividades privadas da sociedade civil.Os Miseráveis, portanto, traz claramente a filosofia política de Victor Hugo. É um mundo onde há cooperação - e não luta - entre as classes; onde o empreendedor desempenha uma função essencialmente benéfica para todos; onde o trabalho é a via principal de aprimoramente pessoal e social; onde a intervenção estatal por motivos moralistas - seja do policial ou do revolucionário obcecado pela justiça terrena - é um dos principais riscos para o bem de todos que será gerado espontaneamente pelos indivíduos privados.

Ele também se opõe à violência quando ela se aplicou contra um poder democrático, mas a justifica (conforme à Declaração dos direitos do homem e do cidadão), contra um poder ilegítimo. É assim que, em 1851, lança um chamado à luta - "carregar seu fuzil e ficar preparado" - que não é seguido. Mantém esta posição até 1870, quando começa a Guerra Franco-Prussiana; Hugo a condena: "guerra de capricho" e não de liberdade.
Em seguida, o império é deposto e a guerra continua, desta vez contra a república. O argumento de Hugo em favor da fraternização resta, ainda, sem resposta. É assim que, em 17 de Setembro, publica uma chamada ao levante das massa e à resistência. Os republicanos moderados ficam horrorizados: preferem Bismarck aos "socialistas"! A população de Paris, no entanto, se mobiliza e lê avidamente Les Châtiments. (Ver Comuna de Paris).

Coerente, Hugo não podia ser comunista: "O significado da Comuna é imenso, ela poderia fazer grandes coisas, mas na verdade faz somente pequenas coisas. E pequenas coisas que são odiosas, é lamentável. Compreendam-me: sou um homem de revolução. Aceito, assim, as grandes necessidades, mas somente sob uma condição: que sejam a confirmação dos princípios e não o seu desrespeito. Todo o meu pensamento oscila entre dois pólos: civilização-revolução "." A construção de uma sociedade igualitária só será possível se for consequência de uma recomposição da sociedade liberal."No entanto, diante da repressão que se abate sobre os comunistas, o poeta declara seu desgosto: "Alguns bandidos mataram 64 reféns. Replica-se matando 6000 prisioneiros!".Denunciando até o fim a segregação social, Hugo declara durante a última reunião pública que preside: "A questão social perdura. Ela é terrível, mas é simples: é a questão dos que têm e dos que não têm!". Tratava-se precisamente de recolher fundos para permitir a 126 delegados operários a viagem ao primeiro Congresso socialista da França, em Marselha.

Victor Hugo, no entanto, nunca aceitou o discurso socialista. Ele acreditava que uma sociedade aberta encontraria soluções para seus problemas. Mais que isso, ele era contra políticas de redistribuição de riquezas, pois o efeito dessas seria desincentivar a produção, fazendo com que toda a sociedade caminhasse para trás. Caso fosse permitida a liberdade de comércio, por outro lado, e caso se tolerasse algum grau de desigualdade social, o resultado seria o progresso geral de todos, beneficiando inclusive os membros mais pobres da sociedade."O comunismo e o agrarianismo acreditam que resolveram este segundo problema [da distribuição de renda], mas estão enganados:
 a distribuição destrói a produtividade. A repartição em partes iguais mata a ambição e, por consequência, o trabalho. É uma distribuição de açougueiros, que mata aquilo que reparte. Portanto, é impossível tomar essas pretensas soluções como princípio. Destruir riqueza não é distribuí-la".(Está pois a pena de morte abolida nesse nobre Portugal, pequeno povo que tem uma grande história. (…) Felicito a vossa nação. Portugal dá o exemplo à Europa. Desfrutai de antemão essa imensa glória. A Europa imitará Portugal. Morte à morte! Guerra à guerra! Viva a vida! Ódio ao ódio. A liberdade é uma cidade imensa da qual todos somos concidadãos — Victor Hugo, 1876, a propósito da abolição da pena de morte em Portugal (o primeiro país europeu a fazê-lo).)

Discursos  

Victor Hugo pronunciou durante a sua carreira política quatro grandes discursos:

um sobre a defesa do litoral;
um sobre a condição feminina;
um sobre o ensino religioso;
uma argumentação contra a pena de morte.
                                Extratos  

                                 Argumentação contra a proibição de "Marion Delorme" 
"Este século produziu apenas uma grande coisa, a liberdade, e produziu apenas um grande homem, Napoleão. Não temos mais um grande homem. Tentemos ao menos manter a grande coisa."

Diálogo entre Combeferre e Enjolras em "Os Miseráveis" 
Combeferre, em posição próxima a Enjolras, percebeu esse rapaz.

"Que pena!" disse Combeferre.
"Quão abominável esse banho de sangue é! Tenho certeza de que quando não houver mais reis, não haverá mais guerra. Enjolras, você está a mirar naquele sargento, não a contemplá-lo. Pense que ele é um belo jovem; ele é intrépido; percebe-se que ele é um pensador; esses jovens artilheiros são bem instruídos; ele tem um pai, uma mãe, uma família; ele ama alguém, provavelmente; ele tem no máximo vinte e cinco anos; ele poderia ser seu irmão."
"Ele é" diz Enjolras.


Obra 
Odes et Poésies Diverses (1822)
Han d'Islande (1823)
Nouvelles Odes (1824)
Bug-Jargal (1826)
Odes et Ballades (1826)
Cromwell (1827)
Les Orientales (1829)
Le Dernier jour d'un condamné (1829)
Hernani (1830)
Notre-Dame de Paris Nossa Senhora de Paris (1831)
Marion Delorme (1831)
Les Feuilles d'automne
Le Roi s'amuse (1832)
Lucrèce Borgia (1833)
Marie Tudor (1833)
Étude sur Mirabeau (1834)
Littérature et philosophie mêlées (1834)
Claude Gueux (1834)
Angelo (1835)
Les Chants du crépuscule (1835)
Les Voix intérieures (1837)
Ruy Blas (1838)
Les Rayons et les ombres (1840)
Le Rhin (1842)
Les Burgraves (1843)
Napoléon le Petit (1852)
Les Châtiments (1853)
Lettres à Louis Bonaparte (1855)
Les Contemplations (1856)
La Légende des siècles (1859)
Les Misérables (1862)
William Shakespeare (1864)
Les Chansons des rues et des bois (1865)
Les Travailleurs de la Mer (1866)
Paris-Guide (1867)
L'Homme qui rit (1869)
L'Année terrible (1872)
Quatrevingt-treize (1874)
Mes Fils (1874)
Actes et paroles - Avant l'exil (1875)
Actes et paroles - Pendant l'exil (1875)
Actes et paroles - Depuis l'exil (1876)
La Légende des Siècles 2e série (1877)
L'Art d'être grand-père (1877)
Histoire d'un crime - 1re partie (1877)
Histoire d'un crime - 2e partie (1878)
Le Pape (1878)
Vie ou de Mort (1875)
Religions et religion (1880)
L'Âne (1880)
Les Quatre vents de l'esprit (1881)
Torquemada (1882)
La Légende des siècles - Tome III (1883)
L'Archipel de la Manche (1883)
0 bras póstumas  

Théâtre en liberté (1886)
La fin de Satan (1886)
Choses vues - 1re série (1887)
Toute la lyre (1888)
Alpes et Pyrénées (1890)
Dieu (1891)
France et Belgique (1892)
Toute la lyre - nouvelle série (1893)
Correspondances - Tome I (1896)
Correspondances - Tome II (1898)
Les années funestes (1898)
Choses vues - 2e série (1900)
Post-scriptum de ma vie (1901)
Dernière Gerbe (1902)
Mille francs de récompense (1934)
Océan. Tas de pierres (1942)
Pierres (1951)
Mélancholia

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SERIE NOSSO LAR===016 INCORPORAÇAO parte 05

Segunda-feira, 17.02.14

SERIE NOSSO LAR===016 INCORPORAÇAO parte 05
Cap 16 – Incorporação – O capítulo demonstra todo o processo da psicofonia ("incorporação"). Um Espírito desencarnado é levado à reunião mediúnica do mesmo grupo de médiuns que participava, quando encarnado. A médium que o atenderá na reunião (à noite), horas antes tem graves problemas conjugais (marido alcoólico) e é-nos demonstrado o abençoado apoio espiritual que ela então recebe, mercê do seu devotamento.



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SERIE NOSSO LAR===016 INCORPORAÇAO parte 04

Segunda-feira, 17.02.14

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SERIE NOSSO LAR==016 INCORPORAÇAO parte 03

Segunda-feira, 17.02.14

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SERIE NOSSO LAR===016 INCORPORAÇAO parte 02

Segunda-feira, 17.02.14

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SERIE NOSSO LAR===

Segunda-feira, 17.02.14

SERIE NOSSO LAR===Cap 16 – Incorporação – O capítulo demonstra todo o processo da psicofonia ("incorporação"). Um Espírito desencarnado é levado à reunião mediúnica do mesmo grupo de médiuns que participava, quando encarnado. A médium que o atenderá na reunião (à noite), horas antes tem graves problemas conjugais (marido alcoólico) e é-nos demonstrado o abençoado apoio espiritual que ela então recebe, mercê do seu devotamento.





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SANTIAGO MENOR(APOSTOLO)

Segunda-feira, 17.02.14
AGO
Santiago Menor

Tiago, filho de Alfeu, também conhecido como Santiago Menor ou São Tiago Menor  (para distingui-lo de Santiago Maior), é referido pelos católicos romanos no Novo Testamento como um irmão do apóstolo Judas e filho de Maria. Alguns estudiosos e especialistas consideram que ele (Tiago, o menor) e Tiago, o Justo são a mesma pessoa

Apostolado 

Tiago consta da lista dos doze apóstolos, da mesma maneira que Santiago Maior: Mt 10:3, Mc 3:18, Lc 6:15, At 1:13. Também é mencionado quando sua suposta mãe aparece em Mc 15:40, onde lhe é dado o epíteto "o menor" (Almeida RA) ou "o mais jovem" (NVI), dependendo da versão, e em Mt 27:56.Tiago Apóstolo
Segundo o Evangelho de São Mateus  Jesus escolheu doze companheiros para seus discípulos. Simão (que foi chamado de Pedro) e seu irmão André, Tiago e seu irmão João, Filipe, Bartolomeu, Tomé, Mateus, Tiago, Tadeu, Simão Cananeu e Judas Iscariotes.

O próprio Jesus os chamou de apóstolos, em Lucas 6: 13, palavra que em grego significa "enviados" e a eles coube a tarefa de iniciar a evangelização do mundo.
Tiago, irmão de João, é conhecido como Tiago Maior e após a crucificação de Cristo, teria saído em direção à península Ibérica na região da Galiza, para pregar o cristianismo. No entanto, poucos habitantes da região teriam se convertido. Não obtendo o resultado esperado, Tiago teria voltado à Palestina.

No ano de 42 em Cesareia Palestina, Tiago foi perseguido por ordem do rei Herodes Agripa I, que mandou prendê-lo, decapitá-lo e jogar os seus restos para os cães. Diz a lenda que esses restos foram recolhidos por dois de seus discípulos, Atanásio e Teodoro, e levados secretamente à Espanha, local onde Tiago havia manifestado o desejo de ser enterrado. Após sete dias de viagem, de barco, chegaram nas costas galegas de Iria Flávia , perto da atual vila de Padrón. Os discípulos de Tiago pediram permissão para a rainha Lupa, uma dama pagã rica e influente, que vivia na vila de Lupariou ou de Francos a pouca distância de Santiago de Compostela, para depositar os restos de sue mestre em seu feudo, mas ela não permitiu que o enterrem em sua propriedade. No entanto, uma onda de milagres atribuídos a Tiago acabaram por convencê-la.

Um desses milagres foi presenciado por ela e segundo a tradição foi este o motivo da sua conversão ao cristianismo.
"A chamada rainha Lupa, simulando uma mudança de opinião, levou os dois discípulos ao Monte Iliciano, hoje conhecido como Pico Sacro, e ofereceu-lhes dois bois selvagens que viviam em plena liberdade e mais um carro para transportar os restos do apóstolo Tiago desde Padrón até Santiago.

Os discípulos chegaram perto dos animais, que para assombro de Lupa, deixaram que lhes colocassem os arreios mansamente. Frente esta cena, Lupa decide abandonar as suas crenças e converter-se ao cristianismo".
Muitos creem que Tiago foi enterrado num lugar chamado Libredunnum, onde há muito tempo havia um cemitério romano, em 44 d.C.. Com as invasões bárbaras a queda do Império Romano e, posteriormente, com as invasões muçulmanas, o túmulo acabou sendo "esquecido" ou perdido.

Ministério e morte 
Flávio Josefo em sua obra Antiguidades Judaicas narra que um certo Tiago tomou para si o encargo de dirigir a Igreja de Jerusalém após a partida de Pedro e que participou ativamente do primeiro Concílio da Igreja, que tratava da questão da circuncisão e da pregação do evangelho para os pagãos, evento este que teria ocorrido por volta de 54 d.C.. De fato, tal tradição é reconhecida e confirmada por Eusébio de Cesareia, que narra ter sido este apóstolo o líder da comunidade cristã daquele local por cerca de dezoito anos e que sua conduta piedosa e atuante provocou a fúria dos sacerdotes judeus, em especial o sumo sacerdote Anás II, que instigaram as turbas a trucidarem o apóstolo, apedrejando-o até a morte. Uma tradição relatada por Eusébio de Cesareia, esta menos confiável, nos conta que por não renegar e tampouco amaldiçoar o nome de Jesus foi atirado do Pináculo do Templo e que sobreviveu à queda, sendo consumado seu martírio com uma pá de pisoeiro.

Identificação de Tiago    

Ver artigos principais: Tiago, filho de Alfeu e Tiago, o Justo
Geralmente, Santiago Menor é identificado como sendo o apóstolo Tiago, filho de Alfeu. Eusébio de Cesareia relata a tradição de identificá-lo como chefe da igreja cristã primitiva em Jerusalém, como Tiago, o Justo.

Epístola de Tiago

Canonicidade

A Epístola de Tiago não foi aceita inicialmente na Igreja. Se sua canonicidade não parece ter criado problemas no Egito, onde Orígenes a cita como Escritura inspirada. Eusébio de Cesareia, no começo do século IV, reconhece que ela ainda é contestada por alguns. Nas igrejas de língua siríaca, foi apenas no decurso do século IV que a epístola foi introduzida no cânone do Novo Testamento.
Na África, Tertuliano e Cipriano a desconhecem e o catálogo de Mommsen (cerca do ano de 360) ainda não a contém. Não figura no cânon de Muratori, editado por Ludovico Antonio Muratori, e é muito duvidoso que ela tenha sido citada por Clemente Romano ou pelo autor do Pastor de Hermas. Foi, porém, incluída entre os 27 livros do Novo Testamento relacionados por Atanásio de Alexandria e posteriormente confirmada por uma série de concílios no século IV.

Durante a Reforma Protestante, alguns teólogos, como Martinho Lutero, argumentavam que a epístola não deveria integrar o Novo Testamento canônico, devido à aparente controvérsia entre a "justificação pelas obras", ali contida, e a "justificação pela fé" pregada nas cartas paulinas. Lutero via aí uma contradição com a doutrina da sola fide ("somente pela fé").
A maior parte das denominações do Cristianismo consideram-na hoje uma epístola canônica do Novo Testamento.

Autoria 

Quando as Igrejas aceitaram a canonicidade desta epístola, identificaram comumente como seu autor o Tiago, irmão de Jesus ("o irmão do Senhor", Gálatas 1:1-19), cuja função tão marcante na primeira comunidade de Jerusalém (At 12:17ss; 15:13-21; 21:18-26; 1 Cor 15:7; Gl 1:19; 2:9,12) foi coroada pelo martírio nas mãos de judeus no ano 62 D.C., conforme relatado pelo historiador judeu Flávio Josefo.
Os estudiosos costumam repudiar a tese de que esta epístola teria sido escrita pelo apóstolo Tiago, filho de Zebedeu (Mt 10:2), que Herodes Agripa I mandou matar em 44 (At 12:2), mas alguns defendem a noção de que o autor seria o outro apóstolo Tiago, filho de Alfeu (Mt 10:3). Já os antigos hesitavam neste ponto e os modernos ainda o discutem, inclinando-se pela negativa. As palavras de Paulo em Gl 1:19 foram interpretadas em ambos os sentidos. Foi escrita por volta do ano 45 D.C.

Conteúdo 
A epístola foi dirigida aos judeus da Dispersão, "às doze tribos que se encontram na Dispersão" (Tg 1:1).
O objetivo do escritor foi ressaltar os deveres práticos da vida cristã. Os vícios contra os quais ele alerta são: formalismo, que faz o culto a Deus consistir de abluções e cerimônias externas, quando deveria ser, recorda o autor (1:27), amor ativo e pureza; fanatismo, que, sob o disfarce de zelo religioso, estava destruindo Jerusalém (1:20); fatalismo, ao apontar a Deus como causa da tentação (1:13); crueldade, na lisonja ao rico e desprezo ao pobre (2:2); falsidade, que torna as palavras e os juramentos meras brincadeiras (3:2-12); partidarismo (3:14); maledicência (4:11); jactância (4:16); opressão (5:4). A grande lição de Tiago é a paciência: na provação (1:2), nas boas obras (1:22-25), sob provocação (3:17), sob opressão (5:7), sob perseguição (5:10); a base para a paciência, em Tiago, é o fato de que "a vinda do Senhor está próxima" (5:8).

O argumento da "justificação pelas obras", desenvolvido por Tiago no capítulo 2 (vv. 14-26), pode ser contrastado com a doutrina da "justificação pela fé", argüida por Paulo em suas epístolas no Novo Testamento. Uma maneira pela qual os cristãos conciliam estes dois pontos de vista é ao entender que Tiago prega a justificação perante os outros, perante o próximo (i.e., a justificação da profissão de fé de um cristão através de uma vida coerente), enquanto que Paulo dá ênfase à justificação diante de Deus (i.e.,

o homem aceito por Deus como justo devido à retidão de Cristo, que é recebida pela fé). Outro modo pelo qual os pais da Igreja conciliavam as duas posturas era ver a fé salvadora e verdadeira como fé que é energizada pelo amor, e o amor é pois acompanhado de boas obras, por oposição à fé que é apenas uma anuência intelectual a um conjunto de crenças. Uma referência cruzada pertinente é Atos 26:20, na qual Paulo diz que ele tem pregado "que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento". Alguns estudiosos apontam esta passagem como indício de que Paulo concordava com Tiago em que a fé verdadeira (ou "viva") é acompanhada de obras.
Tiago também é a Escritura de referência (Tiago 5:14) para a prática da unção dos enfermos (ou "Extrema Unção", forma não sancionada pelo texto).
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publicado por duronaqueda às 07:38

BELLE GUNNESS (serial killer)

Segunda-feira, 17.02.14

 Belle Gunness
Belle Sorenson Gunness (Brynhild Paulsdatter Størseth, 11 de novembro de 1859, em Selbu, Noruega- 28 de abril de 1908? em La Porte,1 Indiana) Foi um dos casos mais conhecidos de Serial Killer feminina na história dos EUA. "  Suspeita-se que ela matou os seus maridos e todos os seus filhos advindos desses casamentos.

Entrementes, ela é mais notável por ter matado diversos namorados e duas de suas filhas, Myrtle e Lucy. Tudo indica que grande parte dos assassinatos eram ligados a interesses financeiros, como benefícios de seguro pelas mortes e pensões do governo. Há suspeitas que ela tenha matado mais de 40 pessoas no decorrer de décadas.


Origens 
A origem de Belle Gunness, assim como grande parte de sua vida, está rodeada de especulações e mentiras. Grande parte dos historiadores acreditam que ela nasceu em 11 de novembro, próximo ao lago de Selbu, Sør-Trøndelag, Noruega e batizada sob o nome de Brynhild Paulsdatter Størset. Seus pais eram o pedreiro Paul Pedersen Størset e Berit Olsdatter. Ela era a mais nova de oito irmãos. Eles viviam em Størsetgjerdet, numa pequena fazenda em Innbygda, Selbu, próximo de Trondheim, a maior cidade central da Noruega (Trøndelag).

Um documentário para TV feito por Anne Berit Vestby conta uma história, não confirmada, do começo da vida de Gunness. Ela diz que em 1877 Gunness participava de uma festa local quando foi atacada por um homem, que a chutou na barriga quando ela estava grávida. Ela acabou perdendo a criança, sendo que o homem, por ser de uma família rica das redondezas, nunca foi preso pelas autoridades locais. Pessoas próximas a Belle afirmam que após esses incidente sua personalidade mudou completamente.

homem que a atacou morreu pouco tempo depois e, pelo que se foi dito, morreu devido a um câncer no estômago. Como era pobre, Belle trabalhou por três anos em uma fazenda até conseguir o dinheiro para uma passagem de navio para viajar aos Estados Unidos.
Seguindo os passos da irmã, ela se mudou para os EUA em 1881 e mudou seu nome para um mais americanizado. Quando chegou lá ela trabalhou como doméstica. Anos depois, a irmã dela, Nellie Larson, declarou que Belle era "louca por dinheiro", e essa foi sua maior fraqueza."

Primeira vítima 
Em 1884 Gunness se casou com Mads Ditlev Anton Sorenson em Chicago, lugar onde poucos anos mais tarde o casal abriu uma confeitaria. O negócio não ia bem, e em menos de um ano houve um misterioso incêndio na loja e, segundo a versão de Gunness, um lampião foi o causador do fogo. Nenhum lampião foi jamais encontrado nas ruínas da loja, mas o dinheiro do seguro foi pago. Acredita-se que foi com esse dinheiro que o casal comprou uma casa em Austin, embora esta mesma também tenha pegado fogo misteriosamente em 1889, sendo que eles receberam outra quantia de seguro, que foi usada para comprar uma nova casa.

Sorenson, o marido de Belle, morreu em 30 de julho de 1900. O primeiro médico a vê-lo pensou que ele estava sofrendo de envenenamento por estricnina. Todavia, o médico da família afirmou que estava tratando Sorenson de problemas no coração, tendo este declarado a morte causada por insuficiência cardíaca. A autopsia não foi feita, pois a morte não era suspeita. Tempos depois Gunness teria confessado ao médico que teria dado "folhas medicinais" ao marido para que ele se sentisse melhor.

Gunness retirou o dinheiro do seguro do marido no mesmo dia do seu enterro, tendo os parentes do marido morto acusado a viúva de ter envenenado o marido. Documentos sugerem que um inquérito foi aberto, embora não seja claro como seu deu a investigação, nem se houve uma exumação do cadáver. Entrementes, a seguradora pagou-lhe o dinheiro, cerca de US$ 8500, o que era muito dinheiro para a época. Com esse dinheiro ela comprou uma fazenda em La Porte, Indiana, e mudou-se com as três filhas.

Embora alguns historiadores afirmem que a união não produziu descendentes[carece de fontes], outros historiadores afirmam que ela possuía quatro crianças: Caroline, Axel, Myrtle e Lucy. Em 13 de junho de 1900 Belle e sua família foram contadas no senso americano de Chicago. A pesquisa registrou que Belle tinha quatro filhos, dos quais apenas dois viviam com ela. Myrtlede, de três anos, e Lucy, de um. Uma criança adotada, Morgan Colcha, de dez anos também foi contada. Caroline e Axel morreram ainda na infância; foi alegada colite aguda, que possui sintomas como náuseas, febre, diarréia, dor abdominal, enfim sintomas iguais aos de um envenenamento. Caroline e Axel possuíam seguro de vida, e ambos os seguros foram pagos.

Mortes suspeitas 
A casa na rodovia McClung 2 foi construída em 1846 por John Walker para sua filha Harriet Holcomb. Os Holcombs ajudaram os Estados Confederados durante a Guerra civil Americana. Após a mudança dos Holcombs, ocorrida devido ao apoio dos moradores da cidade aos inimigos da confederação, a propriedade da família passou pela mão de mais de doze proprietários.
Em 1892, Mattie Altic, uma proprietária de um bordel em Chicago, comprou a propriedade e a transformou em uma espécie de prostíbulo. Grande parte de seus clientes regulares vinham de Chicago. Quando Mattie morreu, a casa foi posta à venda novamente, e mais quatro proprietários moraram na casa, até que em 1901 Belle Gunness a comprou.
Belle então conheceu Peter Gunness, um norueguês que vivia em La Porte. Eles se casaram em 1 de abril de 1902 , e apenas uma semana depois do casamento, a filha menor de Peter morreu de causas incertas dentro de casa de Gunness.

Em dezembro 1902, o próprio Peter morreu; segundo Belle ele estava trabalhando em um galpão quando uma máquina de moer caiu de uma estante sobre sua cabeça, matando-o instantaneamente.
Belle recebeu US$ 3000 do seguro de vida do marido, embora algumas fontes sugiram US$ 4000. Os moradores da vizinhança se negaram a acreditar que Peter havia morrido daquela forma, pois havia sido construído uma fazenda para porcos em volta da propriedade, sendo Peter conhecido por ser um ótimo açougueiro. Um juiz local anunciou precipitadamente que Peter havia sido assassinado, e ele convocou um grupo de investigadores forenses para analisar o caso.

Nesse período, Jennie Olsen, filha de 14 anos de Peter, teria confessado a um colega de classe que a mãe havia matado seu pai.3
Jennie depois foi chamada para depor ao grupo de investigadores, mas negou sua afirmação. Gunness convenceu os investigadores de que não havia feito nada de errado, na época ela estava grávida e o júri aparentemente ficou comovido com sua situação, sendo todas as acusações retiradas.
Apos as audiências, Belle contratou Ray Lamphere para trabalhar na fazenda, e em 1906 eles iniciaram um caso amoroso. No final daquele ano, Jennie não foi mais vista nas redondezas, e Gunness disse aos vizinhos que havia enviado a menina para um colégio interno Luterano em Los Angeles. Na verdade ela havia sido morta, e seu corpo foi descoberto enterrado dentro da propriedade de Gunness tempos depois.  ]

Pretendentes 
Nessa época, Gunness fez um anúncio de jornal atrás de um consorte rico que quisesse unir sua fortuna com a dela. Diversos homens de meia-idade responderam-lhe, e alguns viajaram para a fazenda de Gunness. Um deles foi John Moo, vindo de Elbow Lake, no Estado de Minnesota. Ele havia trazido pouco mais de US$ 1000 para pagar a hipoteca de Gunness, mas quando ela o apresentou a comunidade como sendo um primo seu, tendo ele ido embora uma semana apos sua chegada. O segundo que apareceu foi George Anderson, que igual a Peter Gunness e John Moo, era um imigrante da Noruega. Anderson era um rico fazendeiro vindo de Tarkio (Missouri). Ele, todavia, não trouxe dinheiro consigo, e lá percebeu que Gunness não era igual do jeito que havia se descrito na carta. Na época ela já tinha quarenta e poucos anos, era gorda e de certa forma feia.

Ele também percebeu que ela não tinha modos, embora ela tenha feito de tudo para ele se sentir em casa. Assim sendo ele ficou na casa ocupando o quarto maior, e jantando com ela todas as noites. Durante um jantar, ela levantou a questão da hipoteca, e ele decidiu que a ajudaria a pagar se os dois se casassem. Ele realmente estava convencido a voltar para Tarkio e pegar seu dinheiro para começar uma nova vida com ela.
Tarde daquela noite, Anderson despertou com ela parada sobre ele, com um jeito esquisito olhando para ele. Ela segurava uma vela, e a expressão em seu rosto era tão maquiavélica e sinistra que ele soltou um grito. Sem dizer nada, Gunness saiu correndo do quarto. Anderson pegou suas roupas e não pensou duas vezes em pegar um trem para Missouri naquela madrugada mesma  .
Os pretendentes continuaram a vir, porém ninguém, exceto Anderson, conseguiu sair da fazenda de Gunness. Nessa época, ela começou a encomendar sacos e mais sacos para serem entregues em sua casa. Muitas pessoas afirmaram a terem visto carregar esses sacos nas costas, como se "estivessem cheios de marshmallows", sendo que muitos viram escavações dentro de sua sua propriedade, feitas em grande parte por Ray Lamphere. Os pretendentes continuaram a vir, todos respondendo suas cartas. Um desses foi Ole B. Budsburg, um viúvo idoso vindo de Iola, Wisconsin.

Wisconsin. A ultima vez que foi visto com vida foi no banco de La porte em 6 de abril de 1907, hipotecando sua fazenda em Wisconsin e retirando milhares de dólares de sua conta bancária. Os filhos de Ole B. Budsburg, Oscar e Matthew Budsburg, não faziam idéia de que o pai havia ido visitar Belle, e quando descobriram que ele o havia feito, enviaram uma carta para Gunness, que respondeu em 13 de janeiro de 1908 dizendo nunca ter conhecido um homem chamado Budsburg.
Inúmeros homens de meia idade apareceram e desapareceram em sua visitas a Gunness pelo ano de 1907. Até que em dezembro desse ano, Andrew Helgelien, um agricultor de Aberdeen, Dakota do Sul, escreveu para ela e foi calorosamente recebido. Eles trocaram diversas cartas, até que ele foi ao seu encontro em janeiro de 1908. Ele tinha consigo um cheque de US$ 2900, todas as suas economias, que ele havia sacado do banco em sua cidade. Pouco tempo depois, Belle apareceu no banco de La porte e depositou a mesma quantia de dinheiro na sua poupança. Alguns dias após a chegada de Helgelien, ele e Gunness apareceram no banco e descontaram o cheque que ele havia trazido. Helgelien desapareceu poucos dias depois, e Gunness apareceu no banco para fazer mais depósitos em seu nome. Nessa época, ela começou a ter problemas com Ray Lamphere.


 Golpes 
Lamphere estava profundamente apaixonado por Gunness, e fazia qualquer coisa que ela pedisse, por mais horrível que fosse. Ele começou a ter ciúmes dos pretendente dela, e foi autor de diversas saias justas e incômodos para ela. Gunness o demitiu em 3 de fevereiro de 1908, e tempos depois disso se apresentou às autoridades de La Porte, declarando que seu ex-empregado não estava em suas faculdades mentais normais e era um perigo à comunidade. De alguma forma ela conseguiu que fizessem um exame de sanidade mental nele, mas Ray foi liberado depois. Alguns dias depois ela voltou novamente à polícia e deu queixa que Lamphere havia invadido sua propriedade, sendo ele finalmente foi preso.
Lamphere voltou para vê-la novamente, mas ela o expulsou. A partir daí ele começou a fazer insinuações pela região. Certa vez teria dito a William Slater, um fazendeiro, sobre Andrew Helgelien: "Helgelien não vai incomodar mais, pois nós demos um jeito nele."

Helgelien já havia ido embora de La porte há muito tempo, como se acreditava. Todavia, seu irmão, Asle Helgelien, ficou preocupado quando ele não retornou mais para casa, e escreveu para Belle Gunness, perguntando sobre o paradeiro do irmão. Gunness retornou, dizendo que ele não estava em La porte, e que provavelmente tinha ido visitar os parentes na Noruega. Asle Helgelien escreveu de volta e disse que não acreditava que o irmão faria isso, acreditando que o irmão ainda estava em la Porte, o último lugar em que havia sido visto. Gunness respondeu perguntando se ele não queria vir até ela procurar o irmão, pois ela o ajudaria.
Lamphere ainda representava perigo para ela, e agora com Asle Helgelien fazendo perguntas, logo levantaria mais suspeitas. Belle foi ver seu advogado em La Porte, M.E. Leliter, dizendo que estava sendo ameaçada por Ray Lamphere e que temia pela sua vida e pela vida dos filhos, tendo Lamphere ameaçado colocar fogo na casa com ela dentro. Belle queria fazer um testamento caso Ray cumprisse suas ameaças. Leliter então redigiu seu testamento. Ela deixou todas as suas posses para os filhos. Após terminar o testamento, foi até o banco da cidade e pagou a hipoteca da casa. Apesar de tudo, não quis denunciar as ameaças de Lamphere. Mais tarde foi concluído que ela fez isso para disfarçar o incêndio causado por ela própria.

Lamphere se torna suspeito

Joe Maxon, que havia sido contratado para substituir Lamphere em fevereiro de 1908, acordou na madrugada do dia 28 de abril do mesmo ano, após sentir cheiro de fumaça vindo do segundo andar da casa. Ele abriu a porta da sala, que estava em chamas. Maxon gritou por Gunness e seus filhos, mas ninguém respondeu. Ele então pulou da janela do segundo andar da casa e foi correndo até a cidade buscar ajuda, mas não conseguiu fazer isso a tempo de salvar a casa, que queimou completamente. Quatro corpos foram encontrados, um dos corpos não pôde ser identificado imediatamente como sendo o de Gunness, pois estava sem a cabeça, que nunca foi encontrada. Os corpos dos filhos de Gunness foram encontrados perto do cadáver

 sem cabeça. O xerife da cidade já tinha ouvido falar das tal ameaças feitas por Ray Lamphere, e logo pediu a prisão do ex-funcionário de Gunness. O advogado Leliter logo apareceu e contou ao xerife as ameaças que Gunness lhe havia dito sobre queimar a casa com ela e os filhos dentro.
Lamphere não ajudou em sua defesa. Segundo conta, antes mesmo do xerife falar sobre o incêndio, Ray teria perguntado se Gunness e seus filhos estavam bem. Quando lhe foi contado sobre o incêndio, ele negou qualquer envolvimento no caso, alegando que estava em outro local na hora do incêndio. Mas John Solyem, um adolescente da região, afirmou que estava na propriedade de Gunness (ele não deu nenhum motivo para tal) e que viu Lamphere correndo da casa de Belle pela estrada. Lamphere foi preso e acusado de assassinato, e as investigações começaram.

Belle Gunness está morta? 
O reconhecimento do corpo sem cabeça causou grandes problemas para a população de La porte. C. Christofferson, um vizinho da fazenda, disse que os restos mortais encontrados no incêndio não eram de Belle Gunness, e o mesmo disseram L. Nicholson, outro vizinho, e Austin Cutler, uma velha amiga de Gunness. Mais conhecidos de Gunness, May Olander e Sigward Olsen, vieram de Chicago. Eles examinaram o corpo e disseram que não era o corpo de Belle Gunness.
Os médicos mediram o corpo do incêndio, e a partir de registros das lojas de roupas de região descobriram que o corpo tinha medidas bem diferentes das registradas por Belle. Quando estas medidas foram postas lado a lado, os médicos concluíram que o corpo encontrado definitivamente não era de Belle Gunness. Além do mais, o doutor J. Meyers examinou os órgãos internos da mulher e concluiu que ela havia sido morta por envenenamento.

Descoberta macabra 
O dentista de Gunness, Dr. Ira P. Norton, disse que se a arcada dentária de Belle fosse encontrada, ele poderia identificar se o cadáver era mesmo o dela. Louis "Klondike" Schultz, um mineiro da região, foi chamado para fazer uma busca mais detalhada nos escombros do incêndio. Em 19 de maio de 1908, dois dentes humanos foram encontrados, um de porcelana e outro de ouro. Norton identificou-os como sendo de Gunness, e o xerife encerrou o caso concluindo que o corpo nos incêndios era mesmo de Belle Gunness.
Asle Helgelien chegou em La Porte e disse ao xerife que acreditava que o irmão tinha sido vítima de algum crime nas mãos de Belle Gunness. Então, Joe Maxon reportou que Gunness havia ordenado que ele trouxesse terra para uma parte cercada da propriedade, onde os porcos eram alimentados. Havia muitos buracos no local, e Belle teria dito que era onde ela enterrava lixo. Segundo conta, ela queria que ele nivelasse o terreno e tampasse os buracos.

O xerife levou um grupo de homens para região e começaram a escavar. Em 3 de maio de 1908,os escavadores encontraram o corpo de Jennie Olson (desaparecida em dezembro de 1906). Depois encontraram dois corpos pequenos de crianças não identificadas. Após isso o corpo de Andrew Helgelien foi encontrado. A cada dia mais corpos eram encontrados; Ole B. Budsburg (desaparecido em maio de 1907); Thomas Lindboe de Chicago, Henry Gurholdt de Scandinavia, Wisconsin, que havia ido desposá-la um ano antes, levando $1500 para ela ; Olaf Svenherud, de Chicago; John Moo de Elbow Lake, Minnesota- seu relógio foi encontrado com Lamphere; Olaf Lindbloom de Iowa. Outra possível vitima foi o irmão de Jennie Graham de Waukesha Wis, que havia deixado a irmã para se casar com uma viúva rica em La porte.4 Houve ainda outros corpos que não puderam ser identificados. Foram encontrados ao longo da propriedade cerca de 40 corpos de homens e crianças.

Lamphere é julgado 
Ray Lamphere foi preso em 22 de maio de 1908 e acusado de incêndio criminoso e assassinato. Ele se declarou culpado pelo incêndio, mas negou ter matado Gunness e seus filhos. Sua defesa dependia da confirmação que aquele não era o corpo de Gunness. Para isso, o advogado de Lamphere, Wirt Worden, trouxe evidências que contradiziam o Dr. Norton, que havia identificado os dentes achados como sendo de Belle. Era impossível peças de porcelana e de ouro saírem intactas do incêndio. Foram feitos testes para simular o incêndio, e os dentes que ficaram foram desintegrados ou derretidos. Joe Moxon e mais outro homem reportaram depois que haviam visto o minerador contratado, Louis "Klondike" Schultz, colocar os dentes no local do incêndio. Lamphere foi declarado culpado pelo incêndio, mas inocentado de assassinato. Em 26 de novembro de 1908 ele foi condenado a vinte anos de prisão a serem cumpridos no presídio estadual de Michigan. Ele ficou doente na prisão e morreu de tuberculose em 30 de dezembro de 1909.
Em 14 de janeiro de 1910, o reverendo E. A. Schell mostrou uma confissão de Lamphere enquanto confortava o homem nas últimas horas de vida. Nele Lamphere revelou os crimes de Gunness e jurou que ela ainda estava viva. Ele confessou que não havia matado ninguém, mas que havia ajudado Belle a enterrar os corpos.
Segundo ele, quando a vitima chegava, Belle fazia de tudo para que ela se sentisse tranqüila e confortável, e cozinhava pratos apetitosos para o jantar.

 Ela então drogava o café do convidado, e depois o matava com ajuda de algum objeto pesado, como um picador de carne. Às vezes ela só esperava a vítima dormir e ia até seu quarto com uma vela e um pouco de clorofórmio. Como era robusta e forte, ela carregava o corpo até o porão, o esquartejava e dissecava, e depois enterrava no chiqueiro dos porcos e nas bases da casa. Ela havia aprendido a dissecar com seu segundo marido, o açougueiro Peter Gunness. Para ganhar tempo, às vezes ela colocava veneno no café das vítimas. Quando estava muito cansada, ela somente cortava as vítimas e misturava os pedaços com a comida dos porcos.
Lamphere também esclareceu o incêndio e o corpo sem cabeça. Segundo ele, o corpo encontrado pertencia a uma camareira que Gunness havia contratado de Chicago, poucos dias antes dela decidir fugir. Gunness teria drogado a mulher e após matá-la teria cortado a cabeça fora, amarrado com pesos e a jogado num pântano. Ela dopou os filhos com clorofórmio, os sufocou até a morte, e os colocou junto ao corpo sem cabeça.
Ela teria vestido o corpo com suas roupas velhas e largado suas próteses dentárias perto dele. Lamphere a ajudou botar fogo na casa, porém ela não voltou ao local indicado para os dois se encontrarem, e enquanto ele a esperava na estrada, Gunness fugia pela mata. Algumas pessoas dizem que ele na verdade a levou para Stillwell, Indiana, cidade a nove milhas de La Porte, onde ela pegou um trem.
Lamphere também disse que Gunness era uma mulher rica, e que havia matado 42 homens por conta própria, roubando o dinheiro de suas vítimas. Ela teria acumulado por volta de US$ 250 000 dólares com seus crimes, o que na época era uma quantia muito alta. Ela também havia deixado uma pequena quantia no banco local, mas depois o gerente do banco de La porte teria afirmado que ela tinha retirado grande parte de sua poupança antes do incêndio.

 Paradeiro de Gunness 
Por décadas, pessoas próximas de Gunness, amigos e investigadores afirmaram a terem visto por diversas partes dos EUA, em cidades como Chicago, São Francisco, Nova Iorque, e Los Angeles. Em 1931, foi reportado que Belle vivia no Mississippi, onde tinha uma fazenda e vivia calmamente como dona de casa. O xerife da cidade de La porte, por mais de 20 anos, recebeu relatórios que afirmavam diversas localizações de Gunness.
Os corpos das crianças de Gunness foram encontrados nos destroços, mas o corpo decapitado nunca foi identificado realmente, e a cabeça nunca encontrada. Seu destino é incerto, e os moradores da região ora acreditavam na versão de fuga dela, ora achavam que Lamphere a havia matado. No mesmo ano de 1931, em que foi afirmado que Belle estava no Mississippi, uma mulher chamada "Esther Carlson" foi presa em Los Angeles apos envenenar August Lindstrom por causa de dinheiro. Duas pessoas que conheceram Gunness afirmaram que a haviam reconhecido pelas fotografias, embora a afirmação nunca tenha sido provada.1 A tal Esther Carlson morreu esperando o julgamento.

 Exumação 
O corpo encontrado no incêndio foi enterrado ao lado do túmulo do primeiro marido de Belle, no Forest Home Cemetery em Forest Park, Illinois. Em 5 de novembro de 2007, o corpo decapitado foi exumado por um grupo de arqueólogos forenses da Universidade de Indianápolis, sendo que um dos pesquisadores afirmou que Gunness não havia morrido no incêndio, sendo muitos alegam que o corpo decapitado foi colocado na casa antes dela pegar fogo. Exames de DNA serão feitos para confirmar5 se o corpo era mesmo de Belle Gunness. Se der negativo, os investigadores exumarão o corpo de Esther Carlson.1 Esforços tem sido realizados para encontrar parentes próximos para fazer comparações de DNA.1 Segundo Andrea Simmons, da Universidade de Indianápolis, as primeiras tentativas foram em conseguir algum DNA dentro das cartas que Belle enviou para suas vítimas, o que logo foi descartado.6 A investigadora prentende retirar DNA da irmã de Gunness, ou de seus descendentes. Suzanne Mckay, bisneta da irmã de Gunness apóia o projeto e está escrevendo um livro a respeito. " Eu desejo que os testes de DNA possam provar que aquela mulher no túmulo não é Belle Gunness", diz Mckay, "Tenho certeza que ela matou uma mulher em Chicago e usou seu corpo para confundir as autoridades e fugir".

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publicado por duronaqueda às 07:32