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M.M.D.C.(martins,miragaia,drausio e camargo)

Segunda-feira, 27.08.12
 M.M.D.C.


M.M.D.C. é o acrônimo pelo qual se tornou conhecido o levante revolucionário paulista, em virtude das iniciais dos nomes dos manifestantes paulistas Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo mortos pelas tropas federais num confronto ocorrido em 23 de maio de 1932, que antecedeu e originou a Revolução Constitucionalista de 1932.
Os restos mortais dos estudantes estão sepultados no mausoléu do Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo.


      Histórico

Em 1932, o Brasil vivia um período do regime varguista em que era governado sem uma Constituição formal que delimitasse os poderes do presidente da República ou que tornasse claras as diferenças entre os três poderes. Igualmente, não havia Congresso Nacional, assembleia legislativa e câmaras municipais.
Contrários a isso, os paulistas começaram a se movimentar contra a ditadura Vargas, e os estudantes prepararam uma série de manifestações contra Getúlio Vargas, que eclodiram por toda a capital, num clima de crescente revolta, no dia 23 de maio daquele ano. Um grupo tentou invadir a Liga Revolucionária, uma célula da Revolução de 1930, organização favorável ao regime de Getúlio Vargas situada nas proximidades da praça da República.
Os governistas da Liga resistiram com armas e quatro invasores acabaram assassinados

Mário Martins de Almeida,
Euclides Miragaia,
Dráusio Marcondes de Sousa e
Antônio Camargo de Andrade.


Três pereceram durante o confronto. O quarto morreu algum tempo depois, em virtude dos ferimentos. Um quinto ferido, o estudante Orlando de Oliveira Alvarenga, morreu dali a três meses e, por esse motivo, não teve seu nome associado ao movimento.
As iniciais de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo formaram a sigla MMDC, que passou a representar uma organização civil clandestina que, entre outras atividades, oferecia treinamento militar à guerrilha paulista. Seguiu-se ao episódio da Praça da República uma intensa campanha de alistamento voluntário, a 9 de julho, em diversos postos distribuídos pelo Estado, que culminaram na Revolução Constitucionalista de 1932
Atualmente, as iniciais MMDC são o nome de uma rua no Butantã, ao lado da rua Miragaia, da rua Martins, da rua Dráuzio e da rua Camargo, e batizam um colégio situado na Rua Cuiabá, 667, no bairro paulistano da Mooca.



      M.M.D.C.A.

Alguns historiadores utilizam a sigla MMDCA em homenagem a Orlando de Oliveira Alvarenga, ferido juntamente com seus colegas Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, mas que veio a falecer em agosto de 1932 em razão dos ferimentos. Para homenageá-lo, o governo do Estado criou o "Colar Cruz de Alvarenga e dos Heróis Anônimos" . Em 13 de janeiro de 2004, foi promulgada a Lei Estadual 11.658 , denominando o dia 23 de maio como "Dia dos Heróis MMDCA", em homenagem a Orlando de Oliveira Alvarenga, alvejado também em 23 de maio e que veio a falecer em 12 de agosto de 1932.


       Toponímia

A toponímia da cidade de São Paulo homenageia todos os nomes e datas da Revolução: as ruas Martins, Miragaia, Dráusio, Camargo, Alvarenga e MMDC se intercruzam no bairro do Butantã onde nas proximidades destas ruas existe na praça Waldemar Ortiz um discreto monumento.Duas das vias arteriais da cidade homenageiam as datas mais importantes do evento: 23 de Maio e 9 de Julho, que se iniciam na Praça da Bandeira no centro da cidade de São Paulo, e também em São Paulo existe uma escola no bairro da Mooca que faz uma homenagem e tem em seu nome as iniciais dos quatro "heróis". Nas demais cidades do estado, há ruas homenageando Martins, Miragaia, Dráusio, Camargo nas cidades de Campinas, Cotia, Franca, Itaquaquecetuba, Leme, Lorena, Piracicaba, São Bernardo do Campo, precisamente no bairro Pauliceia, onde está localizado um obelisco com as iniciais MMDC, São José dos Campos, São José do Rio Preto, Sorocaba e Votorantim, além de praças nas cidades de Bauru, Jundiaí, Lorena e São Carlos .

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publicado por duronaqueda às 21:54

CAPUCHINHO VERMELHO(CHAPEUZINHO VERMELHO

Segunda-feira, 27.08.12

                 Capuchinho Vermelho 
Chapeuzinho Vermelho (título no Brasil) ou Capuchinho Vermelho (título em Portugal) é um conto de fadas clássico, de origem europeia do século 14. O nome do conto vem da protagonista, uma menina que usa um capuz vermelho. O conto sofreu inúmeras adaptações, mudanças e releituras modernas, tornando-se parte da cultura popular mundial, e uma das fábulas mais conhecidas de todos os tempos.

Uma menina conhecida como Chapeuzinho Vermelho, atravessa a floresta para entregar uma cesta de pães de mel para sua "Vovó" doente, mas a estrada se bifurca entre um caminho longo e seguro e um caminho mais curto e perigoso. A menina toma o caminho curto, aonde é vista por um lobo, geralmente chamado de Lobo Mau. Ele sugere que a menina volte e tome o caminho longo, por segurança. Chapeuzinho segue o conselho do lobo e volta atrás. Mas enquanto ela toma o caminho longo, o Lobo Mau segue pelo caminho curto, chega à casa da Vovó, e a devora completamente. Então, se veste com suas roupas e aguarda Chapeuzinho na cama da Vovó. Quando a menina chega, nota a aparência estranha de sua avó, e tem o famoso diálogo com o lobo:
—Porque esses olhos tão grandes? Então ela é respondida:

Ó minha querida, são para te enxergar melhor
—Porque essas orelhas tão grandes?
—São para te ouvir melhor.
—E porque essa boca tão grande?
—É para te comer!!!
Nesse momento, a "avó" (que era o lobo disfarçado), revela-se e devora Chapeuzinho, que grita assustada. Então, um caçador que passava por ali, ouve os gritos, e encontra o lobo dormindo na cama. O caçador então abre a barriga do lobo onde saem chapeuzinho e sua avó, ilesas.

  A História do Conto
As origens de Chapeuzinho Vermelho podem ser rastreadas até por de vários países europeus e mais do que provavelmente anteriores ao século 17, quando o conto adquiro a forma conhecida atualmente, com a versão dos irmãos Grimm de inspiração. Chapeuzinho Vermelho era contada por camponeses na França, Itália e Alemanha, sempre com um caráter muito popular.

Charles Perrault

            Charles Perrault
A versão impressa mais antiga é de Charles Perrault, Le Petit Chaperon Rouge, retirada do folclore francês foi inserida no livro Contos da Mamãe Gansa. A historia de Perrault retrata uma "moça jovem, atraente e bem educada", que ao sair de sua aldeia é engana pelo lobo, que como e velha e arma uma armadilha para a a menina que termina sendo devorada, sem final feliz. Essa versão foi escrita para a corte do rei Louis XIV,no final do século 17, destinada a um público, que o rei entretinha com festas extravagantes e prostitutas, que pretendia levar uma moral as mulheres para perceberem os avanços de maus pretendentes e sedutores. Um coloquialismo comum da época era dizer que uma menina que perdeu a virgindade tinha "visto o lobo". O autor explica a moral da historia ao fim d conto nos seguintes termos:
A partir desta história se aprende que as crianças, especialmente moças jovens, bonitas, corteses e bem-educadas, não se enganem em ouvir estranhos, E não é uma coisa inédita se o Lobo, desta forma,(arranjar) o seu jantar. Eu chamo Lobo, para todos os lobos que não são do mesmo tipo (do lobo da história), há um tipo com uma disposição receptiva - sem rosnado, sem ódio, sem raiva, mas dócil, prestativo e gentil, seguindo as empregadas jovens nas ruas, até mesmo em suas casas. Ai de quem não sabe que esses lobos gentis são de todas as criaturas como as mais perigosas!

         Os Irmãos Grimm
o século 19 duas versões da história foram contadas a Jacob Grimm e seu irmão Wilhelm Grimm, a primeira por Jeanette Hassenpflug (1791-1860) e a segunda por Marie Hassenpflug (1788-1856). Os irmãos registram a primeira versão para o corpo principal da história e a segunda em uma sequência do mesmo. A história com o título de Rotkäppchen foi incluído na primeira edição de sua coleção Kinder-und Hausmärchen (contos infantis domésticos (1812)). Perrault é quase certamente a fonte do primeiro conto. No entanto, eles modificaram o final, introduzindo o caçador que abre a barriga do lobo e tira a menina e sua avó; esse final é idêntico ao que no conto O lobo e os sete cabritinhos, que parece ser a fonte. A segunda parte contou com a menina e sua avó prendem e matando um outro lobo, desta vez antecipando seus movimentos baseados em sua experiência anterior. A menina não deixou o caminho quando o lobo falou com ela, sua avó trancou a porta para mantê-lo fora, e quando o lobo se escondia, a avó manda Chapeuzinho colocar no fogo uma panela com água que salsichas tinha sido cozido. O cheiro que sai da chaminé atrai o lobo para baixo, e ele se afogou. Os irmãos mais revisaram novamente a história em edições posteriores até alcançar a versão final, acima mencionada, e publica-la na Edição de 1857 de seu trabalho.

           Outros Autores
Andrew Lang incluiu uma variante como "A Verdadeira História do Chapeuzinho Dourado" em O Livro Vermelho de fadas, derivado da obra de Charles Marelles, em Contos de Charles Marelles . Esta variante dizia explicitamente que a história havia sido mau contada. A menina foi salva, mas não pelo caçador, quando o lobo tentou comer ela, sua boca foi queimada pelo capuz de ouro que ela usava, que ficou encantado.
James N. Barker escreveu uma variação de Chapeuzinho Vermelho em 1827 como uma história de cerca de 1000 palavras. Mais tarde foi reimpresso em 1858 em um livro de histórias coletadas editada por William E Burton, chamado de Enciclopédia de Inteligência e Humor. A reimpressão também apresenta uma gravura em madeira de um lobo vestido de joelhos segurando a mão de Chapeuzinho Vermelho.

No século XX, a interpretação do conto foi muito popularidade, com muitas novas versões sendo escrito e traduzidas, especialmente na esteira da análise freudiana, desconstrução e teoria crítica feminista. Esta tendência também levou a uma série de textos acadêmicos sendo escrito que se concentram em Chapeuzinho Vermelho, incluindo obras de Alan Dundes e Zipes Jack.
Depois, quando a historia já tinha um forte caráter infantil, o XXI, trouxe ainda novas versões: a irreverência e o deboche em Dalton Trevisan, os desenhos de Maurício de Sousa atraindo o público mais infantil, Neil Gaiman impressionando seus leitores ao expôr uma Capuchinho/Chapeuzinho indiferente a morte da vó pelo lobo, e Deu a louca na Chapeuzinho, filme de 2005 com paródia dos personagens.
Guimarães Rosa, em Fita verde no cabelo, traz uma versão para adolescentes. Ela vai desde o fluxo das fantasias de uma jovem até o momento em que se defronta com a morte de sua avó, sendo desta forma, obrigada a enfrentar seus medos, angústias e solidão. Chico Buarque faz uma paródia, Chapeuzinho Amarelo, para o público pré-adolescente.
Em 2005, Ivone Gomes de Assis publicou Bonezinho Vermelho e a internet no século XXI, uma releitura parodiada, que traz as tendências da mídia virtual. Nesta obra ilustrada, a vovozinha é uma hacker, que se disfarça até nas

 preferências do cotidiano, afirmando não gostar de nada que é tecnologia. A figura "feia" da vovó tenta quebrar o mito que muitos carregam ao pensar que a voz e a escrita, suave e gostosa, dos participantes de chats, sempre pertencem a pessoas bonitas e cheias de boa intenção. É uma obra bilingue, para crianças e adultos.
Hilda Hilst, também contribui no estudo deste conto, com a divertida paródia A Chapéu, publicada na obra Bufólicas. A autora recria uma Chapeuzinho cafetina do Lobo.
Em março/2011, a WarnerBros lançou Red Riding Hood (A Garota da Capa Vermelha no Brasil e A Rapariga do Capuz Vermelho em Portugal), com direção de Catherine Hardwicke e roteiro por David Leslie Johnson, no filme a historia é abordada de modo sombrio e o lobo é dissubstituído por um lobisomem, como nos contos mais medievais.

       Interpretações
 

Além da advertência ostensiva sobre falar com estranhos, há muitas interpretações do conto de fadas clássicos, muitos deles de cunho sexual.
                                                                                                                                                          Despertar Sexual

Chapeuzinho Vermelho tem sido visto como uma parábola da maturidade sexual. Nesta interpretação, o manto vermelho simboliza o sangue do ciclo menstrual, enfrentando a "floresta escura" da feminilidade. Ou a capa poderia simbolizar o hímen (versões anteriores do conto geralmente não afirmam que o manto é vermelho). Neste caso, o lobo ameaça a virgindade da menina. O lobo antropomórfico simboliza um homem, que poderia ser um amante sedutor, ou predador sexual. Isso difere da explicação ritual em que a entrada na idade adulta é biológica, não socialmente determinada. Essa conotação sexual é muito forte, porem velada, nos antigos contos medievais. a chapeuzinho ela se masturbava, e matou a avo para pegar as caracteristícas da avo para testar com o lobo a cor da sua roupa vermelha significava cor da sedução.
       
                                                                                                                                                    Ataques de Lobos
O Etólogo Geist Valerius da Universidade de Calgary, Alberta, EUA escreveu que a fábula foi baseada em risco real de ataques de lobo na época. Ele argumenta que os lobos eram de fato perigosos predadores, e fábulas serviam como uma advertência válida para não entrar em florestas onde era conhecido para que os lobos viviam, e estar a olhar para tal. Essa interpretação tem o respaldo dos muitos ataques de lobos frequentes em regiões campestres da França, aonde a historia era frequentemente contada.


Os ciclos Naturais
Em termos de mitos solares e outros ciclos de ocorrência natural, o capuz vermelho pode representar o sol brilhante que é, em última análise engolido pela noite terrível (o lobo), e as variações em que ela é cortada da barriga do lobo representam o amanhecer. Nesta interpretação, há uma conexão entre o personagem Lobo Mau e Skoll, lobo do mito nórdico que vai engolir o Sol personificado em Ragnarök, ou Fenrir. Nesse mito nordico o Deus Thor se veste de mulher e é levado por Loki no lugar da deusa Fenrir, para enganar o o grande lobo Skoll.


 Ritual
O conto tem sido interpretado como um ritual de puberdade, decorrentes de uma origem pré-histórico (às vezes uma origem decorrente de uma era matriarcal anterior). A menina, sai de casa, entra em uma liminar e passando pelo atos do conto, é transformada em uma mulher adulta pelo ato de sair da barriga do lobo. Ou ainda como um renascimento, mas assim adquirindo uma visão mais crista. A menina que insensatamente ouviu o lobo renasceu como uma nova pessoa ao ser salva da barriga dele. Havendo ai um paralelo com o a narrativa biblíaca em que Jonas consegue ressurgir com vida de dentro da barriga de um Grande Peixe.


                                                                                                                                                                   Os doisCaminhos
No começo da história a protagonista pode escolher entre um caminho longo e seguro e um caminho rápido e perigoso. Fica então evidente um arquétipo cristão de moralidade, aonde a menina escolhe um caminho que vai lhe levar de encontro a fera do lobo, ao invés de perseverar na segurança do caminho longo. Essa seria uma moral essencial das fábulas em geral, aonde o protagonista é levado a fazer uma escolha entre a virtude e desafio, ou o vício e o aparente atalho que este parece oferecer.
A Garota da Capa Vermelha" é Versao de Chapeuzinho,A Rapariga do capuz Vermelho em Portugal 
"A Garota da Capa Vermelha", que poderia muito bem ser chamado de "Crepúsculo Redux", faz uma releitura da história infantil de Chapeuzinho Vermelho para o público adolescente de nossos tempos - ou seja, aquele que transformou em sucesso os livros de Stephenie Meyer e os filmes baseados nesses romances.
Não é à toa que no trailer e pôster do filme a informação "Da mesma diretora de 'Crepúsculo'" apareça com grande destaque. A diretora em questão é Catherine Hardwicke. Não é apenas a diretora que o filme compartilha com seu primo rico.

O ator que interpreta o pai de Bella, Billy Burke, também faz o pai da protagonista aqui, que se chama Valerie, mas talvez pudesse até chamar-se Linda - para fazer par com a Bella de "Crepúsculo". Muito suspiro, muito amor virginal, um amor impossível e uma criatura perigosa - está montada a fórmula barata a ser seguida.

Valerie é interpretada por Amanda Seyfried, atriz irregular de belos olhos arregalados que faz lembrar personagem de mangá. Vivendo numa aldeia da Idade Média - bem podia ser no presente em outro país, ou nas sobras de cenário de "A Vila" -, ela e seu povoado sofrem de um grande mal.

Em noites de lua cheia, são atacados por um lobo mau, um lobisomem ou uma criatura semelhante, isso só vamos descobrir mais tarde. Para evitar mortes, sacrificam-se animais. O povoado vive sob medo constante. A situação piora quando a irmã mais velha de Valerie é morta pela criatura.

Crepúsculo" não foi o responsável por inventar metáforas para simbolizar o despertar sexual. Desde sua concepção, a história de Chapeuzinho Vermelho representa o mesmo em seus símbolos, o medo do predador de outro sexo e a perda da pureza, da inocência. O que alguns filmes fizeram - e nesse pacote inclua-se "A Garota da Capa Vermelha" - foi eliminar qualquer profundidade e transformar a história numa trama de amor espiritual, pois a concretização carnal custa a acontecer - quando acontece.
O diretor irlandês Neil Jordan, em "Na Companhia de Lobos", adaptado da escritora inglesa Angela Carter, entre outros, já havia feito uma releitura pós-moderna e mais sagaz da mesma história. Até um desenho animado, "Deu a Louca na Chapeuzinho", tem mais a dizer do que o filme de Catherine Hardwicke, ex-diretora de arte que estreou como cineasta com o bom "Aos Treze" (2003), mas nunca mais repetiu o acerto ao falar das ansiedades, medos, frustrações e erros da adolescência.

O interesse amoroso de Valerie é o lenhador Peter (Shiloh Fernandez, cuja carga de atuação se concentra no seu cabelo desarrumadamente fashion). Mas os pais da garota (Burke e Virginia Madsen) querem que ela faça um bom casamento, com o mauricinho Henry Lazar (Max Irons). Ela pensa em fugir com seu amado, mas o lobo mau atrapalha seus planos.

A chegada de um padre viúvo e pai de duas filhas, caçador de lobisomens, interpretado por Gary Oldman, dono de uma câmara de tortura em forma de elefante, tende a trazer alguma movimentação para o filme. Mas não dura muito. Logo Valerie ganha uma capa vermelha de sua avó (Julie Christie), uma espécie de hippie com dreadlocks no cabelo que vive afastada na floresta.


Seria ela uma bruxa? Não, o filme não entra na questão da opressão feminina - afinal, não estamos falando de "As Bruxas de Salém". A avó simplesmente é uma personagem descolada em meio às pessoas simples do vilarejo.

Mas porque ela dá uma capa para a neta? Simplesmente por que o filme se chama "A Garota da Capa Vermelha", e em algum momento terá de colocar em cena uma menina com a tal indumentária. Fora isso, não há qualquer significado para o apetrecho. A diretora parece gostar do contraste da capa tom de sangue com o branco da neve. Tem predileção também por imagens aéreas, mas não se dá ao trabalho de criar climas, suspense ou tensão - sexual ou de qualquer outro teor.

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publicado por duronaqueda às 12:44

VICTOR MATURE(ator biografia)

Segunda-feira, 27.08.12
                       Victor Mature

Victor John Mature (Louisville, Kentucky, 29 de janeiro de 1913 — Rancho Santa Fé, Califórnia, 4 de agosto de 1999) foi um ator norte-americano. Seu pai, Marcellus Gelindo Mature (ou no italiano, Maturi), era um cuteleiro italiano que sabia falar alemão, que migrou da Itália para os Estados Unidos com sua família em 1912, para fugir da dominação Áustro-Húngara, e sua mãe, Clara Mature, era de origem suíça.

                                                                     Os primeiros anos

Na juventude, Victor trabalhou com seu pai no ramo de cutelaria e, às vezes, como pescador. Estudou na Academia Militar de Kentucky. Um de seus colegas de classe era o futuro ator Jim Backus, que dublaria mais tarde o personagem “Mr. Magoo”, no famoso desenho animado dos anos de 1960.
Esperando se tornar um ator, estudou no Playhouse de Pasadena, Califórnia. Conseguiu uma audiência para um teste com a intenção de conseguir um papel no clássico “E O Vento Levou”, em 1939, mas perdeu para seu colega do Playhouse, George Reeves, o futuro

 Super-Homem da Televisão na década de 1950.
Após alguns papéis pequenos, Mature conseguiu aclamação em seus primeiros papéis principais, sobretudo no público feminino, que o considerava “Um pedaço de Homem” ou “o sorriso mais cativante do mundo”, graças ao seu porte de 1m89 e de seus ombros largos. A crítica jamais o levou a sério como ator (e ele mesmo admitia que não atuava bem), embora tenha se tornado um dos atores mais populares e requisitados por grandes diretores das décadas de 1940 e 1950, devido a sua máscula presença nas telas.

         A Segunda Guerra

omo muitos outros astros de Hollywood alistaram-se para o Serviço de Guerra, como James Stewart, Alan Ladd e Clark Gable, Victor Mature alistou-se na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial, onde serviu em um navio de transporte de tropas. Atravessou o Atlântico norte, incluindo a Normandia, o Mediterrâneo, e o Caribe. Estava em Okinawa quando a Bomba Atômica foi jogada no Japão.

     Volta a Hollywood e consagração

Com o fim da guerra, voltou para Hollywood e trabalhou mais do que nunca. Seus papéis em “Paixão dos Fortes”, de John Ford, em 1946, e “O Beijo da Morte”, de Henry Hathaway, são considerados seus trabalhos mais consagrados. Posteriormente, locomoveu-se para papéis mais exóticos, principalmente em épicos, como “Sansão e Dalila”, de Cecil B. DeMille, em 1949; “O Manto Sagrado”, de Henry Koster, em 1953; “Demétrius e os Gladiadores”, de Delmer Daves, em 1954; e em “O Egípcio”, de Michael Curtiz, em 1954. Até o surgimento de Charlton Heston, Mature foi o astro dominante do cinema “Épico Bíblico” que vigorava em Hollywood. Victor ainda atuou em diversas películas de comédia, criminais, guerra, e faroeste, interpretando aventureiros, coubóis, policiais, soldados, e até índios. Jamais foi um astro de pretensões artísticas, mas continuou se mantendo como um dos maiores campeões de bilheteria da década de 1950.
A partir da década de 1960, Victor diminuiu seu ritmo de atuações no cinema, interessando mais em se dedicar ao golfe e ao ramo imobiliário, onde se destacou como corretor, inclusive abrindo sua própria firma. Em 1966, aceitou fazer uma paródia de si mesmo, interpretando um ator de meia idade ainda metido a galã, na película “O Fino da Vigarice”, dirigido por Vittorio de Sica.

       Um ator que não investe em danos físicos

Certa Vez, o ator Richard Burton (1925-1984), que vivia entediado devido as filmagens de "O Manto Sagrado"/"The Robe"(1954), épico religioso baseado no Best Seller de Lloyd C. Douglas, escrito na década de 1940, comentou sobre seu colega do filme, o ator Victor Mature, que interpretava seu escravo Demétrius na película: "Vic não levava muito a sério qualquer tipo de contra-tempo ou problema que poderia ocorrer durante as filmagens, e por este lado, acho que era uma grande qualidade por parte dele. Ele não era pessoa de se estressar, e nunca o vi brigar com alguém, seja do elenco ou da equipe. Eu, ao invés, tive apenas cinco acessos de berros em "The Robe"". Na verdade, Victor Mature, que nessa época já era um veterano em Hollywood, se recusava a levar a sério a si mesmo e a qualquer membro do set e da equipe.
Algumas anedotas de Richard Burton tinham Mature como protagonista. Conta a lenda que esse homem de porte altivo e musculoso, descrito pela publicidade dos estúdios como um "belo pedaço", jamais corria qualquer risco que pudesse resultar em dano físico, por menor que fosse. Burton perguntou a Victor se era verdade:
-Pode acreditar- respondeu Mature - penso duas vezes antes de descer ou subir um degrau molhado.
Quando estrelou em "Sansão e Dalila", em 1949, o diretor Cecil B. DeMille pediu a Mature para lutar com um leão:
-De jeito nenhum- respondeu ao diretor
-Mas Victor, é um leão velho- disse DeMille
-De jeito nenhum
-Mas Vic, ele é domesticado, e tão manso que nem machucaria um bebê.
-De jeito nenhum
-Mas Vic, este leão não tem dentes
-E o que quer que você quer, Cecil? Que eu seja mascado até morrer?
Richard Burton ficou intrigado com o absoluto profissionalismo de Mature, pois sua intenção era subestimar este ator que se autodepreciava. Porém, vendo que isto não era tão possível, Burton declarou: "Mas em termos de técnicas cinematográficas, Victor conhecia de cabo a rabo. Aprendi muito com ele".

 Grandes amores

Em sua vida pessoal e afetiva, Victor Mature foi casado 5 vezes: em 1938, casou-se com a atriz Frances Charles, casamento que foi anulado em 1940. No ano seguinte, casou-se com Martha Stephenson Kemp, com quem ficou até 1943, quando se divorciaram. Em 1948, com Dorothy Stanford Berry, de quem se divorciou em 1955. Quatro anos depois, em 1959, contrai núpcias com Adrienne Joy Urwick, com quem fica casado até 1969, quando novamente se divorciou. Em 1974, casa-se com Loretta Sebena, com quem teve sua única filha, Victória (nascida em 1975), e com quem viveu o resto de sua vida. É provável que os três
Victor in Easy Living
 primeiros divórcios tenham sido motivados pelas aventuras amorosas de Victor fora dos Sets de filmagem. Sabe-se que Mature teve rumorosos casos com as atrizes Lana Turner, Susan Hayward, Rita Hayworth e Esther Williams. Williams, famosa estrela dos musicais da Metro, conta em sua autobiografia que detalha explicitamente seu caso amoroso com Victor, durante as filmagens de “A Rainha do Mar”. De acordo com ela, o ator fez amor com Esther, em plena madrugada, numa praia, que servia de locação para o filme em rodagem, enquanto o resto da equipe e do elenco dormiam, e que ele foi um dos homens que mais a satisfez numa relação.
Las Vegas Story
  O golfe e seus últimos anos

Mature dedicou-se ao golfe, e sempre dizia que era mais fácil jogar do que atuar. Ele dizia: “Realmente, eu sou um jogador de golfe. Esta é minha ocupação real. Eu nunca fui um ator, pergunte a qualquer um, particularmente, a todos os críticos".
Com aceitação de algum crítico ou não, em 1984 Victor deu um intervalo para seu esporte favorito e fez uma pequena participação na televisão em um telefilme, um remake de “Sansão e Dalila”, onde aos 71 anos de idade estava interpretando o pai de Sansão. Foi sua última atuação como ator.
Victor
Longe da vida artística e das agitações hollywoodianas, e levando uma vida pacata em seus últimos anos, morando com sua família em seu rancho localizado em Santa Fé, Califórnia, Victor Mature morreu em 4 de agosto de 1999, aos 86 anos de idade, de leucemia, deixando a esposa Loretta e sua filha Victória. O ator foi sepultado no memorial da Família Mature, em Kentucky.

VICTOR MATURE FILMOGRAFIA

Samson and Delilah (1984)
Firepower (1979)
Won Ton Ton, the Dog Who Saved Hollywood (1976)
Every Little Crook and Nanny (1972)
Head (1968)
After the Fox (1966)
Tartars, The (1961) 
Hannibal (1960)
Big Circus, The (1959) 
Bandit of Zhobe, The (1959)
Timbuktu (1959) 
Escort West (1958)
No Time to Die/Tank Force (1958) 
China Doll (1958)
Interpol/Pickup Alley (1957)
Long Haul, The (1957) 
Sharkfighters, The (1956) 
Zarak (1956) 
Safari (1956) 
The Last Frontier (1956)
Violent Saturday (1955) 
Chief Crazy Horse (1955) 
Betrayed (1954)
Dangerous Mission (1954) 
The Egyptian (1954)
Demetrius and The Gladiators (1954)
Affair with a Stranger (1953)
Veils of Bagdad, The (1953)
The Robe (1953)
Glory Brigade, The (1953) 
Androcles and the Lion (1952)
Million Dollar Mermaid (1952)
Something for the Birds (1952)
Las Vegas Story, The (1952)
Gambling House (1951)
I'll Get by (1950)
Stella (1950) 
Wabash Avenue (1950)
Red, Hot and Blue (1949)
Samson and Delilah (1949)
Easy Living (1949) 
Fury at Furnace Creek (1948) 
Cry of the City (1948)
Moss Rose (1947) 
Kiss of Death (1947) 
My Darling Clementine (1946)
Footlight Serenade (1942)
Seven Days' Leave (1942) 
My Gal Sal (1942) 
Song of the Islands (1942)
I Wake up Screaming (1941)
The Shanghai Gesture (1941)
No No Nanette (1940)
Captain Caution (1940) 
One Million B.C. (1940) 
Housekeeper's Daughter, The (1939)

 

                    

 



Victor Mature - Movie Story Magazine [United States] (February 1950)

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publicado por duronaqueda às 12:37

HELENO DE FREITAS (jogador de futebool biografia)

Segunda-feira, 27.08.12

      Heleno de Freitas
Heleno de Freitas (São João Nepomuceno, 12 de fevereiro de 1920 — Barbacena, 8 de novembro de 1959) foi um futebolista brasileiro, considerado o primeiro "craque problema" do futebol brasileiro.
Advogado, boêmio, catimbeiro, boa vida, irritadiço, galã, Heleno era homem de boa aparência, mas quase intratável. Depois de onze anos jogando futebol, entrou para a história como um dos maiores craques do futebol sul-americano .


                                                                                                  O jogador

Dono de um gênio intempestivo, que muitas vezes o fazia ser expulso de campo e lhe trazia muitos inimigos, Heleno de Freitas, apelidado de "Gilda" por seus amigos do Clube dos Cafajestes e pela torcida do Fluminense, por seu temperamento e por este ser o nome de uma personagem da atriz estadunidense Rita Hayworth em filme de mesmo nome, foi o símbolo de um Botafogo guerreiro, que nunca se dava por vencido.
Descoberto por Neném Prancha no time do Botafogo de praia, Heleno chegou ao time principal em 1937, com a responsabilidade de substituir o ídolo Carvalho Leite (goleador do tetracampeonato estadual, de 1932 a 35) e não decepcionou a torcida, com grande habilidade e excelente cabeceio.
Dono de uma postura elegante dentro e fora de campo, o jogador de cerca de 1,82 metros de altura foi o maior ídolo alvinegro antes de Garrincha, mesmo sem nunca ter sido campeão pelo clube. Marcou sua passagem pelo Botafogo com 209 gols em 235 partidas, tornando-se o quarto maior artilheiro da história do clube. Deixou General Severiano em 1948, quando foi vendido ao Boca Juniors, da Argentina, na maior transação do futebol brasileiro até então.

Ainda atuou pelo Vasco da Gama, onde conquistou seu único título por um clube, o de campeão carioca de 1949 com o memorável Expresso da Vitória, pelo Atlético Junior de Barranquilla (da Liga Pirata da Colômbia), pelo Santos e pelo América, onde encerrou a carreira, porém tendo jogado apenas uma partida pelo clube de Campos Sales, sua única no estádio do Maracanã, sendo expulso aos 35 minutos do primeiro tempo, após acertar um carrinho violento em um zagueiro adversário. Ainda tentou, depois, voltar aos campos pelo Flamengo por indicação de Kanela, mas se desentendeu com os jogadores do rubro-negro num jogo-teste e não foi aceito.
Fez 18 partidas pela Seleção Brasileira de Futebol marcando 15 gols, tendo sido artilheiro do Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1945 - atual Copa América - com 6 gols.

Nesta Foto  o time do Mangueira de 1936, onde vemos: Pedro Ferreira, Orlando, Ovanna, Carlos Mendes, Canarinho, Zinho, Heleno de Freitas, Oscar, Antonio, Heraldo, Deco Mendes e Nestor Rezende.


                                                                                                     Vida pessoal

Heleno estudou no Colégio São Bento e depois obteve o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro (atual Faculdade Nacional de Direito da UFRJ). Era considerado membro da alta sociedade, com amigos empresários, juristas e diplomatas. Seu pai era dono de um cafezal e ainda cuidava de negócios de papel e chapéus.
Sua vida foi marcada por vícios em drogas como lança-perfume e éter. Isto o fez tentar se auto-eletrocutar num treino do Botafogo. Boêmio, era frequentador de diversas boates do Rio de Janeiro.
Teve um filho apenas, Luiz Eduardo, com sua esposa Silvia. Porém, ela fugiu para Petrópolis por conta do temperamento de Heleno de Freitas em 1952. Luiz Eduardo — por ter perdido contato desde a mudança — só teve notícias sobre o pai com 10 anos de idade, justamente sobre seu falecimento
.
O casamento de Heleno com Ilma, mãe de Luiz
Heleno teve complicações com sífilis, que o deixou louco. Segundo o ex-goleiro Danton, Heleno, já internado em um sanatório, assistia acompanhado de um médico os jogos do Olympic de Barbacena, e dentre seus delírios megalomaníacos Danton o ouviu contar que teve casos amorosos com várias mulheres bonitas, incluindo um caso nunca comprovado com Eva Peron no período em que ele esteve na Argentina. Veio a falecer no ano de 1959, em um sanatório de Barbacena, onde se internou seis anos antes, em 1953, com apoio da família.
Sua vida é retratada no filme Heleno estrelado por Rodrigo Santoro que fez o papel título e Alinne Moraes, que fez sua esposa Silvia 
.

 Clubes

Fluminense
Botafogo
Vasco da Gama
Boca Juniors
Atlético Junior de Barranquilla
Santos
América

 Títulos

Copa Roca :1945
Copa Rio Branco :1947 (Pela Seleção Brasileira)
Campeonato Carioca : 1949 (Pelo Vasco da Gama)
 Campeonato Carioca de Aspirantes: 1949 (Pelo Clube de Regatas Vasco da Gama
)



Em pé: Negrão, Laranjeiras, Sarno, Ary, Spinelli e Ivan.
Agachados: Renê, Tovar, Heleno, Tim e Franquito.
Heleno de Freitas - Ex-atacante do Botafogo
Seleção Carioca 1946 II
Vejam a seleção carioca campeã brasileira de 1946. Em pé: Johnson (massagista), o goleiro Luís Borracha, Eli, Augusto, Jorge, Danilo Alvim e Haroldo. Agachados: Pedro Amorim, Maneco, Heleno de Freitas, Ademir de Menezes, Chico e o também massagista Mário Américo

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/974661-rodrigo-santoro-usa-obsessao-para-moldar-tragedia-de-jogador.shtml
Rodrigo Santoro usa obsessão para moldar tragédia de jogador

Rodrigo Santoro, 36, faz a melhor performance de sua carreira em "Heleno", que teve estreia mundial anteontem no Festival de Toronto.

Dez anos se passaram desde que o ator se tornou um dos principais rostos do novo cinema brasileiro, com "Bicho de Sete Cabeças" (2001), de Laís Bodanzky.

O novo filme é o primeiro em que exerce também a função de produtor, tendo trabalhado desde a concepção do projeto e do roteiro com o diretor José Henrique Fonseca ("O Homem do Ano", 2003).
Baseado na história real de Heleno de Freitas, o longa --que tem estreia no Brasil prevista para março do ano que vem-- narra a tragédia do icônico jogador do Botafogo dos anos 1940.

Heleno viu seu talento e sua carreira serem destruídos por um temperamento irascível e pela sífilis cerebral, que o matou com apenas 39 anos, em 1959, esquecido e falido
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Ele era obcecado com a perfeição, não só dele, mas de todo o time que jogava ao seu lado", explica o ator, que usou essa mesma obsessão para moldar sua performance. "A vida é muito curta para não dar o seu melhor."


heleno de freitas                                                                        rodrigo santoro

DEGRADAÇÃO FÍSICA

A atuação de Santoro vai além da transformação física (ele perdeu 20 kg para viver os últimos dias de Heleno), abrangendo também a arrogância do playboy carioca, seu charme e a derrocada numa clínica em Barbacena (MG), onde viu Pelé ascender ao estrelato na Copa de 1958.

O trabalho do ator e a degradação física do personagem remetem às performances recentes de Marion Cotillard em "Piaf - Um Hino ao Amor" e de Natalie Portman em "Cisne Negro".

Outra referência clara é Robert de Niro em "Touro Indomável" (1980). E não é por acaso que o longa é fotografado por Walter Carvalho ("A Erva do Rato") num preto e branco inspirado no clássico de Martin Scorsese.

"Heleno" reverencia o Rio dos anos 40 e 50 com visual e estilo, mas peca ao ignorar o lado popular do futebol.

Para um filme que fala sobre o maior esporte nacional, tendo como pano de fundo a derrota na Copa do Mundo de 1950 e a vitória em 1958, faltam a paixão e a presença do torcedor, o que torna a genialidade do protagonista algo meramente citado, mas nunca mostrado no longa
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Sífilis que matou Heleno demora décadas para se manifestar, afirma especialista
"É possível que Heleno tenha contraído sífilis nos primeiros anos da vida sexual"
Documentos do prontuário 220
Renan Damasceno - Estado de Minas

Heleno de Feitas deu entrada na Casa de Saúde São Sebastião em 19/12/1954, conforme documentos do prontuário 220, uma pasta com cerca de 120 cartas trocadas entre o dr. José Theobaldo Tollendal e Heraldo de Freitas, que custeou as despesas do irmão. Foi o médico que, um mês antes, havia descoberto, em exame na Casa de Saúde Santa Clara, em BH, a doença que mataria Heleno: paralisia geral progressiva (PPG).

Para a médica Lucinéia Carvalhaes, diretora clínica do Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte, referência nacional em doenças infecciosas, “é possível que Heleno tenha contraído sífilis nos primeiros anos da vida sexual, pois era comum então ter as primeiras relações com prostitutas”.

Também conhecida por neurossífilis ou sífilis terciária, a PPG é uma manifestação tardia da doença. Não tem cura e o tratamento apenas impede o avanço, sem dar fim às sequelas. A sífilis é um mal silencioso. Na primeira fase, aparecem pequenas feridas, que somem em três semanas. Pouco tempo depois, a manifestação é uma alergia no corpo, que igualmente desaparece.

O paciente perde peso, apresenta fortes dores musculares e passa a caminhar com a base alargada, como se estivesse perdendo o equilíbrio. As principais manifestações psiquiátricas são mania de grandeza, discurso sem nexo e confusão entre fantasia e realidade – sintomas apresentados por Heleno.

Estádio do Olympic


Segundo a sobrinha do jogador, Helenize de Freitas, Heleno contava muitos casos já durante o período que morou em São João Nepomuceno, entre 1952 e 1954, antes de se internar em definitivo. “Ele contava para gente que era amigo do Víctor Mature, ator de Sansão e Dalila. Como ele convivia com muitos artistas nos tempos de glória do Rio, a gente era criança e não sabia se era verdade. Só depois, mais tarde, que percebemos que aquilo já era delírio do tio Heleno”, comentou. 

O ex-goleiro Danton, que conviveu com Heleno, quando este ia aos treinos do Olympic acompanhado do Dr. Tollendal, em Barbacena, também lembra dos casos megalomaníacos do ex-craque do Botafogo. “Ele falava para gente que namorava as mulheres mais bonitas. Contava que teve caso com a Eva Perón, quando estava na Argentina”, contou.

Antes da descoberta e do aumento do uso da penicilina, nos anos 1940, a neurossífilis era a principal causa de internação entre os quadros psiquiátricos. Na casa de Saúde, Heleno foi tratado com doses de Benzetacil (benzilpenicilina benzatina), antibiótico utilizado para tratar infecções. Ainda hoje, o farmaco é uma das opções mais eficazes para o tratamento da sífilis
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Filho de Heleno de Freitas foi até sanatório para conhecer história do pai: ‘Foram 60 anos procurando’

 Quando o filme "Heleno" estrear, no próximo dia 30, o público do século XXI irá conhecer o mundo de glamour e tragédia de um ídolo de 70 anos atrás. Já seu filho, Luiz Eduardo, 62 anos, pretende se distanciar de todas essas histórias.
— O filme fechou um ciclo para mim. Heleno acabou. Acabou a minha procura. Foram 60 anos procurando — disse.
A voz cansada denuncia o peso do mito Heleno sobre filho Luiz Eduardo de Freitas. Uma vida inteira dedicada a uma busca frenética pelas origens que teve seu ponto alto na ida ao sanatório onde o pai morreu.
— Eu precisava saber quem ele era. Muitos falavam dele e eu tinha que buscar a minha raiz.


 A mãe de Luiz, Ilma, se separou de Heleno quando o filho ainda tinha dois anos de idade. Depois disso, nunca mais tiveram contato. A morte do pai, em 1959, lhe foi informada sem maiores detalhes. Mas em um táxi na Praça Mauá, anos mais tarde, a caminho do colégio interno, soube do destino trágico do ex-atacante de Botafogo e Vasco.
— Carente de pai como eu era, sempre perguntava para os taxistas se eles conheciam Heleno de Freitas. Até que um dia um deles respondeu: "É aquele que morreu maluco, né?"
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Luiz Eduardo de Freitas, filho de Heleno, na pré-estreia do filme que conta a história de seu pai
filho de heleno
A revelação caiu como uma bomba para Luiz, que, a partir de então, passou a refazer todos os passos do pai. Uma procura que o levou até o sanatório de Barbacena-MG.
— O sanatório já estava sendo demolido. Mas eu precisava entrar no quarto em que ele ficava. Precisava saber se ele havia deixado alguma mensagem para mim — contou Luiz, que brincou com as próprias lembranças: — Coisas de maluco atrás de maluquice.


 ão havia mensagem alguma, mas Luiz voltou de Minas com o peso nas costas de anos de busca. Hoje, ele não quer mais falar de Heleno. No máximo, da atuação de Rodrigo Santoro no filme. Ou de seu próprio livro, que ainda não foi escrito mas já tem título. "O menino catabola" irá contar esta busca por identidade.
— O título é inspirado naquele bicho que vira uma bolinha quando você encosta nele. Eu era assim quando novo. Vivia me escondendo. Agora, vou limpar minha alma. Quero morrer tranquilo.


 

heleno de freitas o principe maldito o filme
Sinopse: Heleno de Freitas era o príncipe da era de ouro do Rio de Janeiro, os anos 40, quando a cidade era um cenário de sonho, cheio de glamour e promessas. Bonito, charmoso e refinado nos salões elegantes, era um gênio explosivo e apaixonado nos campos de futebol. Heleno tinha certeza de que seria o maior jogador brasileiro de todos os tempos. Mas a guerra, a sífilis e as desventuras de sua vida desviaram seu destino, numa jornada de glória e tragédia.

“Heleno – o príncipe maldito” de José Henrique Fonseca. O filme tem caráter biográfico onde trata de vida de Heleno de Freitas, jogador do Botafogo do Rio nos anos 40. Um rio cheio de glamour e promessas, onde um charmoso jogador vivia nos refinados salões numa vida marcadamente boemia. Heleno é apresentado como um gênio explosivo e apaixonado pelo futebol. Tinha gosto refinado para o cinema e para a boa música e para variar, cercado de mulheres. Uma fotografia que explora o preto e branco dando um toque de beleza sem igual e que vai aos poucos alegorizando aquilo que será o destino trágico de Heleno. O filme começa pelo fim: o
rodrigo santoro cena do filme
 jogador já se encontra num hospital internado para tratamento de saúde e co mpletamente desfigurado pela sífilis que o atingiu dramaticamente. O papel principal foi entregue ao ator Rodrigo Santoro. Arrisco aqui a dizer que é um dos poucos papeis em que Santoro não precisa unicamente da sua beleza, mas demonstra talento dramatúrgico para um papel que requer boa interpretação e que chaga a convencer. De todos os filmes comentados nestas miúdas notas, Heleno de José Henrique Fonseca é o mais fraco, mas tem lugar garantido na história das relações futebol/cinema. Um filme que acaba soando como uma crítica no mundo do futebol de hoje, apesar de voltar aos anos 40. Explico-me: é que a vida trágica de Heleno é como um alerta para essa loucura pela busca do estrelato presente na vida de um monte de jovens no Brasil de hoje, aonde chegam a sacrificar quase tudo de sua juventude para tornar-se um cabeça de vento como esse Neymar e outros do mesmo naipe. Uma pena. Porém, o que mais me chamou a a t enção foi uma “nobreza de espírito” presente nas imagens e falas de Heleno de Freitas e que mais se parece com uma frase lapidar de Jean-Paul Sartre: “No furor, na ira, no orgulho, na vergonha, na recusa nauseante ou na reivindicação jubilosa, é necessário que eu escolha ser o que sou”. A frase poderia constar como epigrafe do filme que ficaria de bom tamanho no entendimento da vida de um grande jogador de futebol como Heleno e de como no futebol ou na vida, escolhemos também nossa breve vida e, nisto, somos todos e todas do mesmo barro.

Rodrigo santoro como sempre interpreta com magnaminidade mais um personagen que vai entrar para historia de sua carreira heleno de freitas o polemico e primeiro jogador problema da historia do brasil que acabou indo a loucura devido a sua agitaçao drogas bebidas noitadas interminaveis que incrivelmente ele continuava a jogar com com categoria mas sem paciencia acabou nao sendo aceito mais acabou morrendo louco em um sanatorio se garrincha foi uma estrela heleno foi uma supernova mas que infelismente se queimou com o propio calor que proporcionou

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HELENO DE FREITAS: O mais romântico e trágico dos craques

Heleno também era boa pinta e entrava em campo com os cabelos assentados por gomalina. Usava ternos da moda, era galã, mulherengo, boêmio, e gostava da noite de Copacabana. A família viera de Minas, da pequena São Joã Nepomuceno, onde nosso personagem nasceu, em 1920. Filho de um comerciante de café, que um dia morreu de pneumonia, Heleno mudou-se com a família para o Rio quando era ainda um garoto de 13 anos.

Logo descobriu o futebol de praia em Copacabana e atuou sob direção do folclórico Neném Prancha, filósofo do esporte e autor de algumas das mais famosas frases sobre o jogo da bola. Nas imediações do Posto 6, conheceu e se tornou amigo de outro botafoguense, João Saldanha.

Em tal companhia, Heleno só poderia terminar em General Severiano, onde chegou depois de breve desvio pelo Fluminense, clube para o qual o haviam levado alguns amigos. Aliás, uma das curiosidades da vida de Heleno é que, durante algum tempo, ele pôde jogar pelas duas equipes ao mesmo tempo.

É que nos anos 1930 havia uma cisão
Heleno de Freitas, ídolo eterno do Botafogo, vira filme com Rodrigo Santoro
Jogador de 1,82m de altura, Heleno era dono de um cabeceio inigualável. Jogando pelo time do Botafogo de futebol de praia, foi trazido para substituir Carvalho Leite, craque do tetra alvinegro
É que nos anos 1930 havia uma cisão no futebol carioca entre os que aceitavam o profissionalismo e os que o rechaçavam. Formaram-se duas ligas rivais. Entre as duas facções, Heleno jogava ora por um time ora por outro. Mas o duplo vínculo logo cessou e ele pôde se dedicar, de maneira exclusiva, ao seu time do coração, o da estrela solitária.

Houve uma mudança importante também nesse início de trajetória de Heleno. No princípio, ele jogava no meio de campo, onde se destacava pela classe e elegância. Mas tinha outra característica que poderia ser aproveitada: rendia melhor mais adiantado, dentro da área, onde imperavam seu furor, a vontade sem tamanho de vencer, a valentia e a volúpia do gol.

Transformado em centroavante, encontrou seu verdadeiro lugar dentro de campo. E também no coração da torcida que, no entanto, como se sabe, é volúvel como o de uma prima-dona.
Heleno de Freitas, ídolo eterno do Botafogo, vira filme com Rodrigo Santoro

Heleno era famoso por jogar como se tomado pela dramaticidade de uma ópera, embriagado pelo desejo de vitória, incapaz de pensar em outra coisa senão em derrotar o adversário. Desse modo, brilhou intensamente no auge de sua carreira, entre 1940 e 1947.

Nesse período áureo disputou a maior parte dos seus 304 jogos como profissional e marcou a maioria dos seus 249 gols. No entanto, por ironia, nunca conseguiu dar um título ao seu querido Botafogo.

Na gestão de Carlito Rocha (e do seu cão Biriba) foi vendido para o Boca Juniors, e lá ficou por pouco tempo. Desentendimentos com colegas, brigas, noitadas, Heleno era sempre o mesmo. Queixava-se de boicote dos argentinos, de que a bola nunca chegava a ele, em especial do jeito que a exigia, mansinha em seus pés. Encerrou prematuramente a experiência portenha e voltou ao Brasil. Foi para o Vasco e, também por ironia, conquistou seu único título carioca por um clube rival do seu amado Botafogo.

EM BUSCA DO OURO COLOMBIANO
Já não era o mesmo e os sintomas da sífilis começavam a aparecer. Em 1950, largou o Vasco e foi atrás dos dólares da famosa Liga Pirata colombiana, contratado pelo Atlético Junior de Barranquilla. Chegou encrencando com os novos patrões porque achou que o hotel onde o hospedaram não estava à altura. Mudaram-no para outro, mais condizente com o personagem. Com toda essa pompa inicial, a passagem por Barranquilla pouco teve de notável. Exceto pelo fato de Heleno tornar-se personagem de um jornalista chamado Gabriel García Márquez.

Está certo que naquela época García Márquez sequer sonhara com 'Cem Anos de Solidão', ainda não se tornara um Pelé das letras e teria achado graça caso lhe dissessem que um dia ganharia o Nobel de Literatura. No entanto, era já cronista de pena cheia e brindou Heleno com o texto intitulado 'O Doutor De Freitas'. Nele, fala de uma "milagrosa atuação" do brasileiro no Estádio Municipal.

Nelson Rodrigues também se refere ao período colombiano de Heleno. Evocando cenas fantasiosas, disputas cavalheirescas e aventuras amorosas do jogador, Nelson conclui: "Não há no futebol brasileiro jogador mais romanesco.
"

Tanto romance cobrava seu preço. Heleno ficou seis meses na Colômbia e voltou disposto a retomar a carreira. Não conseguiu. Em rápida passagem pelo Santos, brigou com todo mundo e voltou ao Rio. Lá vestiu sua última camisa profissional, a do América, com a qual realizou o desejo de jogar no Maracanã, onde sonhara defender o Brasil na Copa do Mundo. Sonho impossível, porque estava brigado com o técnico da seleção, Flávio Costa. E também porque em 1950 não era sombra do jogador que fora. Mesmo esse jogo no Maracanã tornou-se pesadelo. Com a camisa do América, comportou-se de maneira tão desvairada que terminou expulso. Era o fim.

O grande Heleno, o Gilda dos gramados, já não tinha condições sequer de cuidar de si. Assistido pelo irmão Oscar, começou a peregrinação por sanatórios, para tentar se curar. Em vão. A sífilis, provavelmente apanhada nos bordéis da vida, havia tomado seu cérebro e não era mais controlável. Terminou em Barbacena, a cidade mineira dos asilos de loucos, onde ainda viveu por seis anos, cada vez pior, em meio a recortes de jornais que falavam do seu tempo de fama. Morreu, em 1959. Tinha 39 anos
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publicado por duronaqueda às 12:27