a historia de Antoni Gaudí
Sexta-feira, 28.03.14
Antoni Gaudí Antoni Gaudí i Cornet (Reus ou Riudoms, 25 de junho de 1852 — Barcelona, 10 de junho de 1926) foi um arquiteto catalão e figura de ponta do Modernismo catalão. As obras de Gaudi revelam um estilo único e individual e estão na sua maioria concentradas na cidade de Barcelona. Grande parte da obra de Gaudi é marcada pelas suas grandes paixões na vida: arquitetura, natureza e religião. Gaudi prestava atenção aos mais ínfimos detalhes de cada uma das suas obras, incorporando nelas uma série de ofícios que dominava: cerâmica, vitral, ferro forjado e marcenaria. Introduziu novas técnicas no tratamento de materiais, como o trencadís, realizado com base em fragmentos cerâmicos. |
Depois de vários anos sob influência do neogótico e de técnicas orientais, Gaudi tornou-se parte do movimento modernista catalão, que atingiu o seu apogeu durante o final do século XIX e início do século XX. O conjunto da sua obra transcende o próprio movimento, culminando num estilo orgânico único inspirado na natureza. Gaudi raramente desenhava projetos detalhados, preferindo a criação de maquetes e moldar os detalhes à medida que os concebia.A obra de Gaudi é amplamente reconhecida internacionalmente e objeto de inúmeros estudos, sendo apreciada não só por arquitetos como pelo público em geral. A sua obra-prima, a inacabada Sagrada Família, é um dos monumentos mais visitados de Espanha. Entre 1984 e 2005, sete das suas obras foram classificadas Património Mundial pela UNESCO. A devoção católica de Gaudi intensificou-se ao longo da sua vida e a sua obra é rica em imaginária religiosa, o que levou a que fosse proposta a sua beatificação. |
Vida e obra Seus primeiros trabalhos possuem claras influências da arquitetura gótica (refletindo o revivalismo do século XIX) e da arquitetura catalã tradicional. Nos primeiros anos de sua carreira, Gaudí foi fortemente influenciado pelo arquiteto francês Eugene Viollet-le-Duc, responsável em seu país por promover o retorno às formas góticas da arquitetura.Com o tempo, entretanto, passou a adotar uma linguagem escultórica bastante pessoal, projetando edifícios com formas fantásticas e estruturas complexas. Algumas de suas obras-primas, mais notavelmente o Templo Expiatório da Sagrada Família possuem um poder quase alucinatório. Gaudí é conhecido por fazer extenso uso do arco parabólico catenário, uma das formas mais comuns na natureza. Para tanto, possuía um método de trabalho incomum para a época, utilizando-se de modelos tridimensionais em escala moldados pela gravidade (Gaudí usava correntes metálicas presas pelas extremidades: quando elas ficavam estáveis, ele copiava a forma e reproduzia-as ao contrário, formando suas conhecidas cúpulas catenárias). Também se utilizou da técnica catalã tradicional do trencadis, que consiste de usar peças cerâmicas quebradas para compor superfícies. Ridicularizado por seus contemporâneos, Gaudí encontrou no empresário Eusebi Güell o parceiro e cliente ideal, tendo sido praticamente seu mecenas. |
Politicamente, Gaudí foi um fervoroso nacionalista catalão (ele foi certa vez preso durante uma noite por falar em catalão em uma situação considerada ilegal pelas autoridades). Em seus últimos anos, devotou-se exclusivamente à religião católica e a construção da Sagrada Família (obra nunca concluída).Antoni Gaudí trabalhou essencialmente em Barcelona, a sua terra natal, onde havia estudado arquitectura. Originário de uma família não muito abastada, Gaudí tendeu para a procura do luxo durante a juventude; no entanto na idade adulta e no final da vida essa sua tendência diluiu-se por completo. Quando jovem aderiu ao Movimento Nacionalista da Catalunha e assumiu algumas posições críticas face à igreja; no final da sua vida essa faceta desapareceu também. Gaudí nunca se casou.Em Barcelona a sua arquitectura assume foros de excepção, num ambiente essencialmente funcionalista de uma cidade de desenvolvimento industrial. Gaudí deixou-se influenciar por inúmeras tendências, não tendo nunca dedicado a sua arquitectura à tentativa de cópia de um estilo determinado. Uma das mais fortes influências que recebeu foi a de Viollet-le-Duc através do qual conheceu parte do seu gótico inspirador. Morreu aos 72 anos, vítima de atropelamento. Encontra-se sepultado no Templo Expiatório da Sagrada Família, Barcelona, na Espanha. |
Estilo Uma primeira fase que se pode identificar na arquitectura de Gaudí poderá ser chamada de “mourisca” uma vez que o arquitecto buscou inspiração naquele tipo de construções: as formas, as cores, os materiais, tudo aponta na mesma direcção.Outra fase importante da obra de Gaudí foi aquela que decorreu sob o mecenato de Güell. Este rico habitante de Barcelona era o retrato do industrial bem sucedido. A sua casa estava aberta aos artistas e Gaudí foi também acolhido e aí contactou com a chamada “Arte Nova”, que viria a usar mais tarde. As encomendas de Güell a Gaudí montam a cinco obras de arquitectura.Uma outra fase identificável na obra de Gaudí é o que se pode classificar de período “gótico”. Gaudí utilizará os princípios deste estilo, bem como algumas das suas formas mais típicas; no entanto o gótico em Gaudí manifestar-se-á também em inovações ousadas, como são, por exemplo, os seus arcos parabólicos. Já arquitecto de créditos firmados, Gaudí buscou um estilo próprio e se quisermos citar exemplos desse estilo a Casa Batlló e a Casa Milá serão certamente as que nos acudirão ao espírito. De tal forma ousadas eram essas construções que o público de Barcelona, apesar da estima e do prestígio de Gaudí, não deixou de as alcunhar e de as considerar quase aberrantes. A obra de Gaudí por excelência foi, no entanto, o templo expiatório da Sagrada Família, obra a que dedicou uma parte importante da sua vida e em que trabalhou aturadamente nos seus últimos 12 anos de existência. Está em curso um movimento em prol da beatificação de Gaudí pela Igreja Católica, promovido desde 1992 por uma associação secular. |
Obra A obra de Gaudi é geralmente classificada como fazendo parte do Modernismo catalão devido à sua vontade de renovar sem romper com a tradição, da sua procura pela modernidade, do papel do ornamento e do seu processo de trabalho multidisciplinar, no qual a produção artesanal desempenha um papel fundamental. A isto, Gaudí acrescenta um gosto pelo barroco e faz uso de inovações técnicas ao mesmo tempo que continua a utilizar linguagem arquitetónica tradicional. Em conjunto com a inspiração na natureza, estas características dão às suas obras um cunho pessoal e único na história da arquitetura. |
É difícil definir de forma precisa linhas de orientação que representem fielmente a evolução do seu estilo. Embora Gaudí tenha partido de uma perspetiva historicista para se envolver por completo no movimento modernista que marcou a transição do século XIX para o XX na Catalunha antes de desenvolver o seu estilo orgânico próprio, este processo não se deu ao longo de fases bem definidas ou com limites facilmente perceptíveis. Pelo contrário, em cada fase há uma reflexão sobre todas as fases anteriores, à medida que gradualmente as assimila e as supera. Uma das melhores descrições da obra de Gaudi foi feita pelo seu discípulo e biógrafo Joan Bergós que, de acordo com critérios plásticos e estruturais, define cinco períodos: preliminar, mudéjar-mourisco, gótico simulado, naturalista e expressionista, e síntese orgânica. |
Primeiras obras As primeiras obras de Gaudí, realizadas durante a sua formação e no período imediatamente posterior, destacam-se já pela precisão dos detalhes, pelo uso da geometria e pela prevalência de considerações mecânicas no cálculo estrutural. Universidade Durante a formação universitária, Gaudí foi autor de vários projetos, entre os quais um portal de cemitério (1875), um pavilhão espanhol para a Feira Mundial de Filadélfia de 1876, um embarcadouro (1876), um pátio para a Diputació de Barcelona (1876), uma fonte monumental para a Praça da Catalunha (1877) e um pavilhão universitário (1877). Gaudí iniciou a carreira profissional ainda na universidade, trabalhando como desenhador para alguns dos mais prestigiados arquitetos de Barcelona à época, como Joan Martorell, Josep Fontserè, Francisco de Paula del Villar y Lozano, Leandre Serrallach e Emili Sala Cortés. Gaudí tinha já uma longa relação com Josep Fontserè, uma vez que a sua família também era de Riudoms e se conheciam há bastante tempo. Embora não fosse formado em arquitetura, Fontserè foi escolhido pela câmara municipal para o plano do Parc de la Ciutadella, levado a cabo entre 1873 e 1882. Neste projeto, Gaudí ficaria encarregue do desenho do portal de entrada do parque, da balaustrada do coreto e da fonte monumental, para a qual desenhou uma gruta artificial que demonstrava já o seu gosto pela natureza e pelas formas orgânicas. |
Gaudí trabalhou também para Francisco de Paula del Villar na ábside do Mosteiro de Montserrat, para a qual desenhou o nicho da imagem da Virgem de Montserrat em 1876. No gabinete de Leandre Serrallach, trabalhou num projeto para uma linha de elétrico para Villa Arcadia em Montjuïc. Colaborou ainda com Joan Martorell na igreja jesuíta em Carrer Casp, no convento salesiano em Passeig de Sant Joan, e na igreja de Villaricos em Almería. Desenhou também um projeto para Martorell para a competição da nova fachada da Catedral de Barcelona, embora rejeitado. Martorell, que Gaudí considerou um dos seus principais e mais influentes mestres, seria quem mais tarde viria a recomendar Gaudí para a Sagrada Família. |
Primeiros projetos pós-graduação Após a sua graduação como arquiteto em 1878, a sua primeira obra de relevo foi o desenho para candeeiros de iluminação na Plaça Reial, encomenda da Câmara Municipal de Barcelona em fevereiro do mesmo ano. Embora já te tivesse graduado, o seu diploma só seria enviado de Madrid em 15 de março. Gaudí desenhou dois tipos de candeeiros: um com seis braços, do qual foram instalados dois na Plaça Real, e outro com três, do qual foram instalados dois na Pla del Palau, em frente ao Governo Civil. Os candeeiros foram inaugurados durante os festejos da La Mercè de 1879. Construídos em ferro fundido com uma base de mármore, a decoração dá destaque ao caduceu de Mercúrio, símbolo do comércio e emblema de Barcelona. O projeto para os quiosques Girossi, que nunca chegou a ser executado, foi uma encomenda do comerciante Enrique Girossi de Sanctis e teria consistido em vinte quiosques espalhados por Barcelona. Cada um deles teria incluído um sanitário público, uma banca de flores e um painel publicitário de vidro, para além de um relógio, calendário, barómetro e termómetro. Gaudí concebeu uma estrutura com pilares de ferro e laje em mármore e vidro, encimados por um telhado de vidro e ferro e sistema de iluminação a gás. |
A Cooperativa Obrera Mataronense (Cooperativa Operária de Mataró) foi o primeiro projeto de grande dimensão, no qual Gaudí trabalhou entre 1878 e 1882. Tratou-se de uma encomenda de Salvador Pagès i Anglada para a sede da cooperativa e o programa compreendia uma fábrica, residências para os trabalhadores, centro social e edifício de serviços, embora só tenham sido construídos a fábrica e o edifício de serviços. Foi na fábrica que Gaudí usou pela primeira vez o arco em catenária, cujo sistema de união em parafuso foi projetado por Philibert de l'Orme. Em maio de 1878, Gaudí projetou uma vitrine para a fábrica de luvas Esteban Comella, exposta no pavilhão espanhol para a Exposição Mundial de Paris do mesmo ano. Esta obra viria a despertar o interesse do empresário Eusebi Güell, de visita à capital francesa, que o levou a querer conhecer Gaudí no regresso e dando início a uma longa amizade e colaboração profissional. Güell tornar-se-ia o principal patrono de Gaudí e financiador dos seus maiores projetos. |
Beatificação No Vaticano, está em andamento o processo de beatificação de Gaudí, depois do encerramento da fase diocesana em 2003, todos os documentos da positio com a sua biografia passaram por Roma para serem submetidos à Congregação para as Causas dos Santos. Para o Arcebispo de Barcelona e Presidente da Comissão do Padroado da Sagrada Família, Cardeal Martínez Sistach, "Gaudí era um grande cristão. Tinha uma espiritualidade franciscana, de amor e contemplação das belezas da natureza, imagens da beleza do Criador." | Principais trabalhos Em ordem cronológica: Casa Vicens (1883-1888) Capricho de Gaudí (1883) Templo Expiatório da Sagrada Família (1884-1926) e Escolas da Sagrada Família Palácio Güell (1885-1889) Colégio Teresiano de Barcelona (1888-1890) Palácio Episcopal de Astorga (1889-1913) Casa Calvet (1899-1904) Parque Güell (1900-1914) Casa Batlló (1905-1907) Casa Milà (La Pedrera) (1905-1907) Cripta da Colónia Güell (1908-1914) |
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Sexta-feira, 28.03.14
Antoni Gaudí Antoni Gaudí i Cornet (Reus ou Riudoms, 25 de junho de 1852 — Barcelona, 10 de junho de 1926) foi um arquiteto catalão e figura de ponta do Modernismo catalão. As obras de Gaudi revelam um estilo único e individual e estão na sua maioria concentradas na cidade de Barcelona. Grande parte da obra de Gaudi é marcada pelas suas grandes paixões na vida: arquitetura, natureza e religião. Gaudi prestava atenção aos mais ínfimos detalhes de cada uma das suas obras, incorporando nelas uma série de ofícios que dominava: cerâmica, vitral, ferro forjado e marcenaria. Introduziu novas técnicas no tratamento de materiais, como o trencadís, realizado com base em fragmentos cerâmicos. |
Depois de vários anos sob influência do neogótico e de técnicas orientais, Gaudi tornou-se parte do movimento modernista catalão, que atingiu o seu apogeu durante o final do século XIX e início do século XX. O conjunto da sua obra transcende o próprio movimento, culminando num estilo orgânico único inspirado na natureza. Gaudi raramente desenhava projetos detalhados, preferindo a criação de maquetes e moldar os detalhes à medida que os concebia.A obra de Gaudi é amplamente reconhecida internacionalmente e objeto de inúmeros estudos, sendo apreciada não só por arquitetos como pelo público em geral. A sua obra-prima, a inacabada Sagrada Família, é um dos monumentos mais visitados de Espanha. Entre 1984 e 2005, sete das suas obras foram classificadas Património Mundial pela UNESCO. A devoção católica de Gaudi intensificou-se ao longo da sua vida e a sua obra é rica em imaginária religiosa, o que levou a que fosse proposta a sua beatificação. |
Vida e obra Seus primeiros trabalhos possuem claras influências da arquitetura gótica (refletindo o revivalismo do século XIX) e da arquitetura catalã tradicional. Nos primeiros anos de sua carreira, Gaudí foi fortemente influenciado pelo arquiteto francês Eugene Viollet-le-Duc, responsável em seu país por promover o retorno às formas góticas da arquitetura.Com o tempo, entretanto, passou a adotar uma linguagem escultórica bastante pessoal, projetando edifícios com formas fantásticas e estruturas complexas. Algumas de suas obras-primas, mais notavelmente o Templo Expiatório da Sagrada Família possuem um poder quase alucinatório. Gaudí é conhecido por fazer extenso uso do arco parabólico catenário, uma das formas mais comuns na natureza. Para tanto, possuía um método de trabalho incomum para a época, utilizando-se de modelos tridimensionais em escala moldados pela gravidade (Gaudí usava correntes metálicas presas pelas extremidades: quando elas ficavam estáveis, ele copiava a forma e reproduzia-as ao contrário, formando suas conhecidas cúpulas catenárias). Também se utilizou da técnica catalã tradicional do trencadis, que consiste de usar peças cerâmicas quebradas para compor superfícies. Ridicularizado por seus contemporâneos, Gaudí encontrou no empresário Eusebi Güell o parceiro e cliente ideal, tendo sido praticamente seu mecenas. |
Politicamente, Gaudí foi um fervoroso nacionalista catalão (ele foi certa vez preso durante uma noite por falar em catalão em uma situação considerada ilegal pelas autoridades). Em seus últimos anos, devotou-se exclusivamente à religião católica e a construção da Sagrada Família (obra nunca concluída).Antoni Gaudí trabalhou essencialmente em Barcelona, a sua terra natal, onde havia estudado arquitectura. Originário de uma família não muito abastada, Gaudí tendeu para a procura do luxo durante a juventude; no entanto na idade adulta e no final da vida essa sua tendência diluiu-se por completo. Quando jovem aderiu ao Movimento Nacionalista da Catalunha e assumiu algumas posições críticas face à igreja; no final da sua vida essa faceta desapareceu também. Gaudí nunca se casou.Em Barcelona a sua arquitectura assume foros de excepção, num ambiente essencialmente funcionalista de uma cidade de desenvolvimento industrial. Gaudí deixou-se influenciar por inúmeras tendências, não tendo nunca dedicado a sua arquitectura à tentativa de cópia de um estilo determinado. Uma das mais fortes influências que recebeu foi a de Viollet-le-Duc através do qual conheceu parte do seu gótico inspirador. Morreu aos 72 anos, vítima de atropelamento. Encontra-se sepultado no Templo Expiatório da Sagrada Família, Barcelona, na Espanha. |
Estilo Uma primeira fase que se pode identificar na arquitectura de Gaudí poderá ser chamada de “mourisca” uma vez que o arquitecto buscou inspiração naquele tipo de construções: as formas, as cores, os materiais, tudo aponta na mesma direcção.Outra fase importante da obra de Gaudí foi aquela que decorreu sob o mecenato de Güell. Este rico habitante de Barcelona era o retrato do industrial bem sucedido. A sua casa estava aberta aos artistas e Gaudí foi também acolhido e aí contactou com a chamada “Arte Nova”, que viria a usar mais tarde. As encomendas de Güell a Gaudí montam a cinco obras de arquitectura.Uma outra fase identificável na obra de Gaudí é o que se pode classificar de período “gótico”. Gaudí utilizará os princípios deste estilo, bem como algumas das suas formas mais típicas; no entanto o gótico em Gaudí manifestar-se-á também em inovações ousadas, como são, por exemplo, os seus arcos parabólicos. Já arquitecto de créditos firmados, Gaudí buscou um estilo próprio e se quisermos citar exemplos desse estilo a Casa Batlló e a Casa Milá serão certamente as que nos acudirão ao espírito. De tal forma ousadas eram essas construções que o público de Barcelona, apesar da estima e do prestígio de Gaudí, não deixou de as alcunhar e de as considerar quase aberrantes. A obra de Gaudí por excelência foi, no entanto, o templo expiatório da Sagrada Família, obra a que dedicou uma parte importante da sua vida e em que trabalhou aturadamente nos seus últimos 12 anos de existência. Está em curso um movimento em prol da beatificação de Gaudí pela Igreja Católica, promovido desde 1992 por uma associação secular. |
Obra A obra de Gaudi é geralmente classificada como fazendo parte do Modernismo catalão devido à sua vontade de renovar sem romper com a tradição, da sua procura pela modernidade, do papel do ornamento e do seu processo de trabalho multidisciplinar, no qual a produção artesanal desempenha um papel fundamental. A isto, Gaudí acrescenta um gosto pelo barroco e faz uso de inovações técnicas ao mesmo tempo que continua a utilizar linguagem arquitetónica tradicional. Em conjunto com a inspiração na natureza, estas características dão às suas obras um cunho pessoal e único na história da arquitetura. |
É difícil definir de forma precisa linhas de orientação que representem fielmente a evolução do seu estilo. Embora Gaudí tenha partido de uma perspetiva historicista para se envolver por completo no movimento modernista que marcou a transição do século XIX para o XX na Catalunha antes de desenvolver o seu estilo orgânico próprio, este processo não se deu ao longo de fases bem definidas ou com limites facilmente perceptíveis. Pelo contrário, em cada fase há uma reflexão sobre todas as fases anteriores, à medida que gradualmente as assimila e as supera. Uma das melhores descrições da obra de Gaudi foi feita pelo seu discípulo e biógrafo Joan Bergós que, de acordo com critérios plásticos e estruturais, define cinco períodos: preliminar, mudéjar-mourisco, gótico simulado, naturalista e expressionista, e síntese orgânica. |
Primeiras obras As primeiras obras de Gaudí, realizadas durante a sua formação e no período imediatamente posterior, destacam-se já pela precisão dos detalhes, pelo uso da geometria e pela prevalência de considerações mecânicas no cálculo estrutural. Universidade Durante a formação universitária, Gaudí foi autor de vários projetos, entre os quais um portal de cemitério (1875), um pavilhão espanhol para a Feira Mundial de Filadélfia de 1876, um embarcadouro (1876), um pátio para a Diputació de Barcelona (1876), uma fonte monumental para a Praça da Catalunha (1877) e um pavilhão universitário (1877). Gaudí iniciou a carreira profissional ainda na universidade, trabalhando como desenhador para alguns dos mais prestigiados arquitetos de Barcelona à época, como Joan Martorell, Josep Fontserè, Francisco de Paula del Villar y Lozano, Leandre Serrallach e Emili Sala Cortés. Gaudí tinha já uma longa relação com Josep Fontserè, uma vez que a sua família também era de Riudoms e se conheciam há bastante tempo. Embora não fosse formado em arquitetura, Fontserè foi escolhido pela câmara municipal para o plano do Parc de la Ciutadella, levado a cabo entre 1873 e 1882. Neste projeto, Gaudí ficaria encarregue do desenho do portal de entrada do parque, da balaustrada do coreto e da fonte monumental, para a qual desenhou uma gruta artificial que demonstrava já o seu gosto pela natureza e pelas formas orgânicas. |
Gaudí trabalhou também para Francisco de Paula del Villar na ábside do Mosteiro de Montserrat, para a qual desenhou o nicho da imagem da Virgem de Montserrat em 1876. No gabinete de Leandre Serrallach, trabalhou num projeto para uma linha de elétrico para Villa Arcadia em Montjuïc. Colaborou ainda com Joan Martorell na igreja jesuíta em Carrer Casp, no convento salesiano em Passeig de Sant Joan, e na igreja de Villaricos em Almería. Desenhou também um projeto para Martorell para a competição da nova fachada da Catedral de Barcelona, embora rejeitado. Martorell, que Gaudí considerou um dos seus principais e mais influentes mestres, seria quem mais tarde viria a recomendar Gaudí para a Sagrada Família. |
Primeiros projetos pós-graduação Após a sua graduação como arquiteto em 1878, a sua primeira obra de relevo foi o desenho para candeeiros de iluminação na Plaça Reial, encomenda da Câmara Municipal de Barcelona em fevereiro do mesmo ano. Embora já te tivesse graduado, o seu diploma só seria enviado de Madrid em 15 de março. Gaudí desenhou dois tipos de candeeiros: um com seis braços, do qual foram instalados dois na Plaça Real, e outro com três, do qual foram instalados dois na Pla del Palau, em frente ao Governo Civil. Os candeeiros foram inaugurados durante os festejos da La Mercè de 1879. Construídos em ferro fundido com uma base de mármore, a decoração dá destaque ao caduceu de Mercúrio, símbolo do comércio e emblema de Barcelona. O projeto para os quiosques Girossi, que nunca chegou a ser executado, foi uma encomenda do comerciante Enrique Girossi de Sanctis e teria consistido em vinte quiosques espalhados por Barcelona. Cada um deles teria incluído um sanitário público, uma banca de flores e um painel publicitário de vidro, para além de um relógio, calendário, barómetro e termómetro. Gaudí concebeu uma estrutura com pilares de ferro e laje em mármore e vidro, encimados por um telhado de vidro e ferro e sistema de iluminação a gás. |
A Cooperativa Obrera Mataronense (Cooperativa Operária de Mataró) foi o primeiro projeto de grande dimensão, no qual Gaudí trabalhou entre 1878 e 1882. Tratou-se de uma encomenda de Salvador Pagès i Anglada para a sede da cooperativa e o programa compreendia uma fábrica, residências para os trabalhadores, centro social e edifício de serviços, embora só tenham sido construídos a fábrica e o edifício de serviços. Foi na fábrica que Gaudí usou pela primeira vez o arco em catenária, cujo sistema de união em parafuso foi projetado por Philibert de l'Orme. Em maio de 1878, Gaudí projetou uma vitrine para a fábrica de luvas Esteban Comella, exposta no pavilhão espanhol para a Exposição Mundial de Paris do mesmo ano. Esta obra viria a despertar o interesse do empresário Eusebi Güell, de visita à capital francesa, que o levou a querer conhecer Gaudí no regresso e dando início a uma longa amizade e colaboração profissional. Güell tornar-se-ia o principal patrono de Gaudí e financiador dos seus maiores projetos. |
Beatificação No Vaticano, está em andamento o processo de beatificação de Gaudí, depois do encerramento da fase diocesana em 2003, todos os documentos da positio com a sua biografia passaram por Roma para serem submetidos à Congregação para as Causas dos Santos. Para o Arcebispo de Barcelona e Presidente da Comissão do Padroado da Sagrada Família, Cardeal Martínez Sistach, "Gaudí era um grande cristão. Tinha uma espiritualidade franciscana, de amor e contemplação das belezas da natureza, imagens da beleza do Criador." | Principais trabalhos Em ordem cronológica: Casa Vicens (1883-1888) Capricho de Gaudí (1883) Templo Expiatório da Sagrada Família (1884-1926) e Escolas da Sagrada Família Palácio Güell (1885-1889) Colégio Teresiano de Barcelona (1888-1890) Palácio Episcopal de Astorga (1889-1913) Casa Calvet (1899-1904) Parque Güell (1900-1914) Casa Batlló (1905-1907) Casa Milà (La Pedrera) (1905-1907) Cripta da Colónia Güell (1908-1914) |
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Sexta-feira, 28.03.14
Antero de Quental Antero Tarquínio de Quental (Ponta Delgada, 18 de abril de 1842 — Ponta Delgada, 11 de setembro de 1891 foi um escritor e poeta de Portugal que teve um papel importante no movimento da Geração de 70. |
Biografia Nascido na Ilha de São Miguel, Açores, filho do combatente liberal Fernando de Quental (Solar do Ramalho - do qual mandou tirar a pedra de armas da família -, 10 de maio de 1814 - Ponta Delgada, Matriz, 7 de março de 1873) e de sua mulher Ana Guilhermina da Maia (Setúbal, 16 de julho de 1811 - Lisboa, 28 de novembro de 1876), durante a sua vida, Antero de Quental dedicou-se à poesia, à filosofia e à política. Iniciou seus estudos na cidade natal, mudando para Coimbra aos 16 anos, ali estudando Direito e manifestando as primeiras ideias socialistas. Fundou em Coimbra a Sociedade do Raio, que pretendia renovar o país pela literatura |
A poesia de Antero de Quental apresenta três faces distintas: A das experiências juvenis, em que coexistem diversas tendências; A da poesia militante, empenhada em agir como “voz da revolução”; E a da poesia de tom metafísico, voltada para a expressão da angustia de quem busca um sentido para a existência. A oscilação entre uma poesia de combate, dedicada ao elogio da acção e da capacidade humana, e uma poesia intimista, direcionada para a análise de uma individualidade angustiada, parece ter sido constante na obra madura de Antero, abandonando a posição que costumava enxergar uma sequência cronológica de três fases. |
Em 1861, publicou seus primeiros sonetos. Quatro anos depois, publicou as Odes Modernas, influenciadas pelo socialismo experimental de Proudhon, enaltecendo a revolução. Nesse mesmo ano iniciou a Questão Coimbrã, em que Antero e outros poetas foram atacados por Antônio Feliciano de Castilho, por instigarem a revolução intelectual. Como resposta, Antero publicou os opúsculos Bom Senso e Bom Gosto, carta ao Exmo. Sr. Antônio Feliciano de Castilho, e A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais. Ainda em 1866 foi viver em Lisboa, onde experimentou a vida de operário, trabalhando como tipógrafo, profissão que exerceu também em Paris, entre janeiro e fevereiro de 1867. Em 1868 regressou a Lisboa, onde formou o Cenáculo, de que fizeram parte, entre outros, Eça de Queirós, Abílio de Guerra Junqueiro e Ramalho Ortigão. Foi um dos fundadores do Partido Socialista Português. Em 1869, fundou o jornal A República, com Oliveira Martins, e em 1872, juntamente com José Fontana, passou a editar a revista O Pensamento Social. Em 1873 herdou uma quantia considerável de dinheiro, o que lhe permitiu viver dos rendimentos dessa fortuna. Em 1874, com tuberculose, descansou por um ano, mas em 1875, fez a reedição das Odes Modernas. Em 1879 mudou-se para o Porto, e em 1886 publicou aquela que é considerada pelos críticos como sua melhor obra poética, Sonetos Completos, com características autobiográficas e simbolistas. |
Em 1880, adoptou as duas filhas do seu amigo, Germano Meireles, que falecera em 1877. Em Setembro de 1881 foi, por razões de saúde e a conselho do seu médico, viver em Vila do Conde, onde fixou residência até Maio de 1891, com pequenos intervalos nos Açores e em Lisboa. O período em Vila do Conde foi considerado pelo poeta o melhor período da sua vida: "Aqui as praias são amplas e belas, e por elas me passeio ou me estendo ao sol com a voluptuosidade que só conhecem os poetas e os lagartos adoradores da luz." Em 1886 foram publicados os Sonetos Completos, coligidos e prefaciados por Oliveira Martins. Entre março e outubro de 1887, permaneceu nos Açores, voltando depois a Vila do Conde. Devido à sua estadia em Vila do Conde, foi criada nesta cidade, em 1995, o "Centro de Estudos Anterianos" Em 1890, devido à reacção nacional contra o ultimato inglês, de 11 de janeiro, aceitou presidir à Liga Patriótica do Norte, mas a existência da Liga foi efémera. Quando regressou a Lisboa, em maio de 1891, instalou-se em casa da irmã, Ana de Quental. Portador de Distúrbio Bipolar, nesse momento o seu estado de depressão era permanente. Após um mês, em junho de 1891, regressou a Ponta Delgada, suicidando-se no dia 11 de setembro de 1891, com um ou dois tiros, num banco de jardim junto ao Convento da Esperança, onde está na parede a palavra "Esperança", no Campo de São Francisco, cerca das 20.00 horas. Os seus restos mortais encontram-se sepultados no Cemitério de São Joaquim, em Ponta Delgada. |
Análise da obra Antero atinge um maior grau de elaboração em seus sonetos, considerados por muitos críticos uns dos melhores da língua e comparados aos de Camões e aos de Bocage. Há, na verdade, alguns pontos de contato estilísticos e temáticos entre esses três poetas: os sonetos de Antero têm inegável sabor clássico, quer na adjetivação e na musicalidade equilibrada, quer na análise de questões universais que afligem o homem. |
Obras Sonetos de Antero, 1861 (eBook) Beatrice e Fiat Lux, 1863 Odes Modernas, 1865 (na origem da polémica Questão Coimbrã). Reeditadas em 1875. Bom Senso e Bom Gosto, 1865 (opúsculos) A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais, 1865 (na origem da polémica Questão Coimbrã) Defesa da Carta Encíclica de Sua Santidade Pio IX, 1865 Portugal perante a Revolução de Espanha 1868 (eBook) Primaveras Românticas, 1872 Considerações sobre a Filosofia da História Literária Portuguesa, 1872 (eBook) A Poesia na Actualidade, 1881 Sonetos Completos, 1886 (eBook) A Filosofia da Natureza dos Naturistas, 1886 (eBook) Tendências Gerais da filosofia na Segunda Metade do Século XIX, 1890 Raios de extinta luz, 1892 (eBook) A Biblia da Humanidade (eBook) Leituras Populares (eBook) Liga Patriotica do Norte (eBook) Prosas |
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Sexta-feira, 28.03.14
Antero de Quental Antero Tarquínio de Quental (Ponta Delgada, 18 de abril de 1842 — Ponta Delgada, 11 de setembro de 1891 foi um escritor e poeta de Portugal que teve um papel importante no movimento da Geração de 70. |
Biografia Nascido na Ilha de São Miguel, Açores, filho do combatente liberal Fernando de Quental (Solar do Ramalho - do qual mandou tirar a pedra de armas da família -, 10 de maio de 1814 - Ponta Delgada, Matriz, 7 de março de 1873) e de sua mulher Ana Guilhermina da Maia (Setúbal, 16 de julho de 1811 - Lisboa, 28 de novembro de 1876), durante a sua vida, Antero de Quental dedicou-se à poesia, à filosofia e à política. Iniciou seus estudos na cidade natal, mudando para Coimbra aos 16 anos, ali estudando Direito e manifestando as primeiras ideias socialistas. Fundou em Coimbra a Sociedade do Raio, que pretendia renovar o país pela literatura |
A poesia de Antero de Quental apresenta três faces distintas: A das experiências juvenis, em que coexistem diversas tendências; A da poesia militante, empenhada em agir como “voz da revolução”; E a da poesia de tom metafísico, voltada para a expressão da angustia de quem busca um sentido para a existência. A oscilação entre uma poesia de combate, dedicada ao elogio da acção e da capacidade humana, e uma poesia intimista, direcionada para a análise de uma individualidade angustiada, parece ter sido constante na obra madura de Antero, abandonando a posição que costumava enxergar uma sequência cronológica de três fases. |
Em 1861, publicou seus primeiros sonetos. Quatro anos depois, publicou as Odes Modernas, influenciadas pelo socialismo experimental de Proudhon, enaltecendo a revolução. Nesse mesmo ano iniciou a Questão Coimbrã, em que Antero e outros poetas foram atacados por Antônio Feliciano de Castilho, por instigarem a revolução intelectual. Como resposta, Antero publicou os opúsculos Bom Senso e Bom Gosto, carta ao Exmo. Sr. Antônio Feliciano de Castilho, e A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais. Ainda em 1866 foi viver em Lisboa, onde experimentou a vida de operário, trabalhando como tipógrafo, profissão que exerceu também em Paris, entre janeiro e fevereiro de 1867. Em 1868 regressou a Lisboa, onde formou o Cenáculo, de que fizeram parte, entre outros, Eça de Queirós, Abílio de Guerra Junqueiro e Ramalho Ortigão. Foi um dos fundadores do Partido Socialista Português. Em 1869, fundou o jornal A República, com Oliveira Martins, e em 1872, juntamente com José Fontana, passou a editar a revista O Pensamento Social. Em 1873 herdou uma quantia considerável de dinheiro, o que lhe permitiu viver dos rendimentos dessa fortuna. Em 1874, com tuberculose, descansou por um ano, mas em 1875, fez a reedição das Odes Modernas. Em 1879 mudou-se para o Porto, e em 1886 publicou aquela que é considerada pelos críticos como sua melhor obra poética, Sonetos Completos, com características autobiográficas e simbolistas. |
Em 1880, adoptou as duas filhas do seu amigo, Germano Meireles, que falecera em 1877. Em Setembro de 1881 foi, por razões de saúde e a conselho do seu médico, viver em Vila do Conde, onde fixou residência até Maio de 1891, com pequenos intervalos nos Açores e em Lisboa. O período em Vila do Conde foi considerado pelo poeta o melhor período da sua vida: "Aqui as praias são amplas e belas, e por elas me passeio ou me estendo ao sol com a voluptuosidade que só conhecem os poetas e os lagartos adoradores da luz." Em 1886 foram publicados os Sonetos Completos, coligidos e prefaciados por Oliveira Martins. Entre março e outubro de 1887, permaneceu nos Açores, voltando depois a Vila do Conde. Devido à sua estadia em Vila do Conde, foi criada nesta cidade, em 1995, o "Centro de Estudos Anterianos" Em 1890, devido à reacção nacional contra o ultimato inglês, de 11 de janeiro, aceitou presidir à Liga Patriótica do Norte, mas a existência da Liga foi efémera. Quando regressou a Lisboa, em maio de 1891, instalou-se em casa da irmã, Ana de Quental. Portador de Distúrbio Bipolar, nesse momento o seu estado de depressão era permanente. Após um mês, em junho de 1891, regressou a Ponta Delgada, suicidando-se no dia 11 de setembro de 1891, com um ou dois tiros, num banco de jardim junto ao Convento da Esperança, onde está na parede a palavra "Esperança", no Campo de São Francisco, cerca das 20.00 horas. Os seus restos mortais encontram-se sepultados no Cemitério de São Joaquim, em Ponta Delgada. |
Análise da obra Antero atinge um maior grau de elaboração em seus sonetos, considerados por muitos críticos uns dos melhores da língua e comparados aos de Camões e aos de Bocage. Há, na verdade, alguns pontos de contato estilísticos e temáticos entre esses três poetas: os sonetos de Antero têm inegável sabor clássico, quer na adjetivação e na musicalidade equilibrada, quer na análise de questões universais que afligem o homem. |
Obras Sonetos de Antero, 1861 (eBook) Beatrice e Fiat Lux, 1863 Odes Modernas, 1865 (na origem da polémica Questão Coimbrã). Reeditadas em 1875. Bom Senso e Bom Gosto, 1865 (opúsculos) A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais, 1865 (na origem da polémica Questão Coimbrã) Defesa da Carta Encíclica de Sua Santidade Pio IX, 1865 Portugal perante a Revolução de Espanha 1868 (eBook) Primaveras Românticas, 1872 Considerações sobre a Filosofia da História Literária Portuguesa, 1872 (eBook) A Poesia na Actualidade, 1881 Sonetos Completos, 1886 (eBook) A Filosofia da Natureza dos Naturistas, 1886 (eBook) Tendências Gerais da filosofia na Segunda Metade do Século XIX, 1890 Raios de extinta luz, 1892 (eBook) A Biblia da Humanidade (eBook) Leituras Populares (eBook) Liga Patriotica do Norte (eBook) Prosas |
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O AÇUCAR
Sexta-feira, 28.03.14
Açúcar O açúcar é um termo genérico para carboidratos cristalizados comestíveis, principalmente sacarose, lactose e frutose. Especificamente, monossacarídeos e oligossacarídeos pequenos. A principal característica é o seu sabor adocicado. Em culinária "açúcares" costuma se excluir os polióis da definição de açúcar, restando todos os monossacarídeos e dissacarídeos. No singular "açúcar" costuma se referir à sacarose, identificando outros açúcares por seus nomes específicos (glicose, frutose etc). A produção e o comércio de açúcar influenciou a história de várias maneiras. Em tempos modernos açúcar influenciou o colonialismo, a escravidão, migrações domésticas e internacionais e guerras. O açúcar possui uma propriedade, a triboluminescência, que faz com que ele brilhe quando friccionado. |
Etimologia A palavra açúcar tem sua origem no termo árabe avare. |
História Antiga Açúcar foi produzido no subcontinente indiano desde a antiguidade.8 Não era de fácil acesso, mel era usado com maior frequência para adoçar na maior parte do mundo. Uma das primeiras menções da cana-de-açúcar aparece em manuscritos antigos da chineses datados do oitavo século antes de Cristo, junto com o fato de que planta origina-se da Índia. Ao redor de 500 AC, habitantes do subcontinente indiano faziam grandes cristais de açúcar para facilitar o transporte e armazenamento.6 Esse cristais, chamados khanda (खण्ड), são semelhantes aos pães-de-açúcar que eram a principal forma de açúcar até o desenvolvimento de açúcar granulado e em cubos no final do século XIX. |
Açúcar se manteve razoavelmente pouco importante até que indianos descobriram métodos de transformar caldo de cana-de-açúcar em cristais de açúcar, que eram mais fáceis de armazenar e transportar.9 Açúcar cristalizado foi descoberto no tempo da dinastia Gupta, ao redor do século cinco.9 Navegantes indianos levaram açúcar por várias rotas de comércio9 Monges budistas viajantes levaram métodos de cristalização de açúcar para a China. Durante o reinado de Harsha (entre 606 e 647) na Índia do Norte, enviados indianos para a China na época Tang ensinaram o cultivo de cana-de-açúcar depois que o Imperador Li Shimin demonstrou interesse por açúcar. Pouco depois a China estabeleceu cultivos de cana-de-açúcar no século sete. Documentos chineses confirmam ao menos duas missões chinesas para a Índia para obter tecnologias para o refino de açúcar, iniciadas em 647. |
A cana-de-açúcar foi uma cultura de acesso limitado e açúcar uma mercadoria rara durante muito tempo. Comerciantes de açúcar se tornavam ricos; Veneza, no alto de seu poder financeiro foi o principal centro de distribuição e comércio de açúcar para a Europa. Os cruzados levaram açúcar para casa na sua volta à Europa após suas campanhas na Terra Santa, onde eles encontraram caravanas carregando "sal doce". No começo do século XII, Veneza adquiriu algumas vilas perto de Tiro e organizou propriedades rurais para produzir açúcar para exportar para Europa, onde ele suplementou o mel como a única outra forma de adoçante. O cronista cruzado Guilherme de Tiro, escrevendo no final do século XII, descreveu o açúcar como "muito necessário para o uso e saúde da humanidade". |
Formas de apresentação da sacarose Açúcar mascavo ou açúcar mascavado (açúcar bruto): açúcar petrificado, de coloração variável entre caramelo e marrom, resultado da cristalização do mel-de-engenho, e ainda com grande teor de melaço. Açúcar demerara: açúcar granulado de coloração amarela, resultante da purgação do açúcar mascavo, e com teor de melaço em sua composição, mais utilizado para exportação. Açúcar refinado granulado: puro, sem corantes, sem umidade ou empedramento e com cristais bem definidos e granulometria homogênea. O açúcar refinado granulado é muito utilizado na indústria farmacêutica, em confeitos, xaropes de excepcional transparência e mistura seca em que são importantes pelo aspecto, escoamento e solubilidade. Açúcar refinado amorfo: com baixa cor, dissolução rápida, granulometria fina e brancura excelente, o refinado amorfo é utilizado no consumo doméstico, em misturas sólidas de dissolução instantânea, bolos e confeitos, caldas transparentes e incolores. |
Açúcar cristal: com cristais grandes e transparentes, difíceis de serem dissolvidos em água. Depois do cozimento passa apenas por um refinamento leve, que retira 90% dos sais minerais. Por ser econômico e render bastante, o açúcar cristal aparece com frequência em receitas de bolos e doces. Glaçúcar: o conhecido "açúcar de confeiteiro", com grânulos bem finos, cristalinos, produzido diretamente na usina, sem refino e destinado à indústria alimentícia, que o utiliza em massas, biscoitos, confeitos e bebidas. Xarope invertido: Com 1/3 de glicose, 1/3 de frutose e 1/3 de sacarose, solução aquosa com alto grau de resistência à contaminação microbiológica, que age contra a cristalização e a umidade. É utilizado em frutas em calda, sorvetes, balas e caramelos, licores, geleias, biscoitos e bebidas carbonatadas. |
Xarope simples ou açúcar líquido: transparente e límpido, é também uma solução aquosa, usada quando é fundamental a ausência de cor, caso de bebidas claras, balas, doces e produtos farmacêuticos. Açúcar orgânico: produto de granulação uniforme, produzido sem nenhum aditivo químico, tanto na fase agrícola como na industrial. Pode ser encontrado nas versões clara e dourada. Seu processamento segue princípios internacionais da agricultura orgânica e é anualmente certificado pelos órgãos competentes. Na produção do açúcar orgânico, todos os fertilizantes químicos são substituídos por um sistema integrado de nutrição orgânica para proteger o solo e melhorar suas características físicas e químicas. Evita-se doenças com o uso de variedades mais resistentes e combatem-se pragas (como a broca-da-cana) com seus predadores naturais – vespas, por exemplo. |
Processo de fabricação A cana chega na usina em caminhões, que após passar pela balança e ao laboratório pcts (pagamento da cana pelo teor de sacarose), segue para a mesa alimentadora, onde a carroceria do caminhão é tombada com ajuda de guindaste (hillo), a cana é lavada e levada por esteiras para os picadores e pelos desfibradores com a finalidade de abrir o máximo possível das células da cana para aumentar a extração. Logo em seguida a cana desfibrada alimenta a moenda, onde é adicionado água quente (60 ºC) para extrair mais. A moenda é formada por um conjunto de terno (4 rolos = um de pressão, um de entrada, um superior e um de saída) cheios de frisos. Convencionalmente uma moenda possui 6 ternos (24 rolos), após passar por todos terno, sobra um resíduo, o bagaço com umidade entre 48% a 51% que é enviado as caldeiras e ser queimado para gerar calor necessário para transformar a água em vapor de alta pressão e alimentar todo o processo de fabricação e destilaria. |
O caldo extraído do 1º terno é enviado para a fábrica, pois contém mais sacarose e o caldo dos demais ternos é enviado para a destilaria. O caldo primário passa em peneiras rotativas afim de retirar bagaços bem pequenos (bagacinho), em seguida é enviado para a sulfitação para retirar as substâncias da cana que dão ao caldo aquela cor escura e matar microorganismos, após isso é enviado para a dosagem ou calagem, que é adicionado cal (leite de cal) para neutralizar o pH, a sacarose inverte a um pH 2,5 (sacarose hidrolisa e quebra em glicose e frutose C12 H22 O11 + H2O = C6 H12 O6 + C6 H12 O6) e precipitar o SO2 com as substâncias que dão cor. O caldo dosado como assim o chamam após a calagem é enviado ao aquecimento para matar outros microrganismos que resistiram ao processo e acelerar as reações. |
Esse caldo aquecido (110 ºC) passa pelo flash tanque, que remove os gases dissolvido no caldo, logo após entra no decantador que é adicionado uma substância chamada polímero que tem ação de flocular as impurezas mineral e vegetal, do decantador é extraído na parte debaixo o lodo e enviado para o setor de filtragem da lodo (recuperar a sacarose), o caldo do decantador já clarificado passa pelas peneiras estáticas (com malha 200 furos por polegadas) que seguram outras impurezas e novamente o caldo passa por outro estágio agora a concentração ou evaporação que retira 75% da água contida no caldo, já no fim desse processo o caldo para a chamar xarope e enviado ao cozimento. Geralmente o cozimento é de duas massas (A e B), o xarope entra na cozedor ou tacho ou vácuo (pois trabalha sob vácuo assim como a evaporação a fim de não elevar a temperatura e derretendo assim os cristais). O xarope no cozimento de massa A precisa de um pé-de-cozimento ou começo (o magma, que sai da massa B). Esse cozedores possuem capacidades de 600 hectolitros ou bem mais, trabalham a uma temperatura de 60ºC por cerca de uma hora e meia é arriada (esvaziado tacho). |
A massa A é descarregada nos cristalizadores que tem função terminar o processo, logo após é descarregada nas centrifugas batelada (trabalham em ciclos) que por força centrífuga separa o mel mãe (mel rico e pobre), o açúcar branco sai e vai para a secagem, já o mel rico retorna junto ao xarope, o mel pobre é enviado para o cozedor de massa B que recuperará a sacarose não cristalizada, nessa fase é necessário fazer a semeadura (2 litros de álcool anidro e 1 quilo de açúcar, que forma uma pasta e tem que ser uniformes para evitar o empoeiramento, cristais pequenos que serão diluídos na lavagem do açúcar na centrifuga), no cozedor após adicionado a semente, os cristais começam a crescer de tamanho dando o formato dos comercializados, do cozedor sai a massa B que passa pelos cristalizadores e centrifuga contínua (trabalha sem parar) que sai o magma e o mel final (enviado para a destilaria), o magma retorna no cozedor de massa B para novamente cristalizar a sacarose e servir como semente. Esse processo é para os tipos de açúcar Demerara, VVHP, VHP, Cristal, Granulado e Refinado. O granulado e refinado para por mais outros processos de refino que é diluição, flotação, filtros, descoloração, cozedor, batedeiras, secagem, peneiras para o tamanho e empacotamento. |
Tecnologia e gestão Pelo menos metade da energia necessária para um indivíduo tocar seu dia a dia pode ser encontrada na natureza, sob a forma de açúcares e amidos. O Brasil, por sua longa relação com a cana, transformou-se no maior produtor e exportador de açúcar do mundo, com os menores custos de produção, em consequência do uso de tecnologia e gestão de vanguarda. Metade da produção brasileira é exportada, o que gerou, no ano 2006, 6,1 bilhões de dólares para a balança comercial. Exporta-se açúcar branco (refinado), cristal e demerara; há pelo menos cinco anos a Rússia é o maior cliente do Brasil. |
A cana ocupa mais da metade das lavouras do estado de São Paulo (excluídas as pastagens), onde se fabricam quase dois terços de todo o açúcar brasileiro, sendo esse estado responsável por 70% das exportações brasileiras. Consomem-se a cada ano, no Brasil, 52 quilos de açúcar por capita (a média mundial é de 22 quilos), utilizando a cana plantada em cerca de 9 milhões de hectares de terra. (Fonte: CTC Centro de Tecnologia Canavieira, 2013). |
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O QUE E BANCO?
Sexta-feira, 28.03.14
Banco Bancos são instituições intermediárias entre agentes superavitários e agentes deficitários, que exercem, além de outras, a função de captar os recursos dos superavitários e emprestá-los a juros aos deficitários, gerando a margem de ganho denominada de spread bancário. |
Todo banco, público ou privado, apresenta estas características. Os bancos tem também por funções depositar capital em formas de poupança, financiar automóveis e casas, trocar moedas internacionais, realizar pagamentos, entre outros. |
Tipos de bancos Banco comercial - Instituições de crédito caracterizadas pela captação de fundos, através de operações passivas como os depósitos à vista, a prazo e com pré-aviso, os depósitos de poupança, os certificados de depósitos e os fundos de investimentos, e pela cedência de fundos (crédito bancário), através de operações ativas de curto, médio e longo prazos, podendo estas serem de carácter comercial (letras) ou financeiro (relação cliente/banco); finalmente, pela prestação de serviços (proveitos), como as garantias bancárias, a venda de moeda, pagamentos periódicos, guarda de valores e custódia de títulos. |
Banco de investimento - Instituições que auxiliam pessoas físicas ou jurídicas a alocar o seu capital nos mais diversos tipos de investimento, como por exemplo no mercado financeiro ou na BMF. Banco de desenvolvimento - Instituições que financiam projetos cuja finalidade é promover o desenvolvimento econômico de uma dada região. Banco misto (p. ex.: grande parte das instituições bancárias do Brasil são mistas, sendo Bancos de Crédito e de Poupança) |
Funções no Balcão de um Banco Tesoureiro/Caixa :Contato direto com o cliente ao nível transacional (levantamentos, depósitos, transferências, gestão de tesouraria, etc) e comercial. Administrativo/Comercial: Contato comercial, com o cliente ao nível da venda de produtos e serviços e atendimento geral. |
Gestor de conta: Responsável por uma carteira de clientes, dinamizando a venda de produtos e serviços direcionados. 2º Responsável ou Sub-gerente: Responsável pelo desenvolvimento comercial e institucional, na ausência do Gerente, bem como desempenho ao nivel comercial de venda de produtos e serviços financeiros. Gerente: Responsável pelo desenvolvimento comercial e institucional e elo entre chefias intermédias. |
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028 COMEMORAÇAO DOS MORTOS E OS FUNERAIS
Sexta-feira, 28.03.14
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027 RECORDAÇOES DA VIDA CORPOREA
Sexta-feira, 28.03.14
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026 ANTIPATIA,SIMPATIA E METADES ETERNAS
Sexta-feira, 28.03.14