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Vida pessoal de Leonardo da Vinci

Terça-feira, 06.05.14
                                                   Vida pessoal de Leonardo da Vinci

Leonardo da Vinci (15 de abril de 1452 – 2 de maio de 1519) é considerado como um arquétipo do Homem da Renascença. Pouco se sabe sobre a sua vida pessoal e ele mesmo parece ter sido extremamente reservado no que respeita às suas relações mais intímas. No entanto, tem sido investido bastante esforço de pesquisa e especulação sobre este aspecto da sua vida, tanto pelo fascínio que o seu génio artístico e científico exerce, como pelo seu aparente magnetismo pessoal .
A descrição e a análise da personalidade de Leonardo, dos seus desejos pessoais e comportamento íntimo baseia-se num grande número de fontes: registos sobre ele, as suas biografias, os seus próprios diários, as suas pinturas e desenhos, os seus associados e especulações de contemporâneos seus. Este conjunto de informação revela o quadro de um homem que parece ter tido uma vida familiar encorajadora, que trabalhou cooperativamente com terceiros, tanto como aprendiz como mestre, e que providenciou bem pelas necessidades dos que estavam à sua responsabilidade.
Leonardo teve um conjunto importante de mecenas poderosos, incluindo o rei de França , e teve também, ao longo dos anos, um grande número de seguidores e alunos. Em particular, com dois destes alunos, Salai e Melzi, manteve uma relação de grande proximidade.

                                                             Descrições contemporâneas

As descrições de contemporâneos de Leonardo e os seus retratos combinam-se para criar uma imagem de um homem alto, atlético e extremamente atraente. Os seus retratos mostram que, na sua velhice, usava o cabelo comprido num tempo em que a maioria dos homens o usava curto ou pelos ombros, e a barba curta ou a cara barbeada. A barba de Leonardo, por seu lado, descia-lhe até ao peito. A sua roupa era descrita como diferente, na escolha de cores vivas e de túnicas curtas, ao gosto dos mais novos, já que os homens da sua idade vestiam normalmente trajes compridos. A imagem de Leonardo, na sua velhice, foi recriada na estátua que se encontra no exterior da Galleria degli Uffizi, em Florença.

As descrições de 
Vasari
De acordo com Vasari, "no decurso normal dos tempos nascem muitos homens e mulheres possuidores de talentos características notáveis; mas ocasionalmente, de uma forma especial que transcende o natural, uma única pessoa é maravilhosamente dotada pelos ceús com beleza, graça e talento em tanta abundância que deixa os outros homens muito para trás... todos reconhecem que esta é a verdade acerca de Leonardo da Vinci, um artista de beleza física invulgar que se comporta com infinita elegância em tudo o que faz e que cultiva o seu génio tão brilhantemente que todos os problemas que estudou foram resolvidos com simplicidade. Possuía grande força e destreza; foi um homem de esplêndido espírito e com uma tremenda inteligência... .
                                                                                                                         
 salai
                                                                                                                         
                                                  Retratos
A representação mais conhecida da cara de Leonardo é um desenho a giz vermelho que parece ser um auto-retrato. No entanto, a identificação é controversa dado que o homem representado aparenta ter mais idade que os 67 anos que Leonardo viveu. Foi sugerido, no entanto, que Leonardo teria "envelhecido" o seu retrato propositadamente, tal como um artista forense moderno o faria, para providenciar um modelo a Rafael no seu fresco A Escola de Atenas, em que Platão é representado com as feições de Leonardo. É geralmente aceite que um retrato em perfil existente na Pinacoteca Ambrosiana, em Milão, representa Leonardo, também com cabelos compridos e barba esvoaçante. A imagem foi repetida na gravura utilizada para a primeira edição da obra de Vasari, Vidas 
                                                Talentos e hábitos pessoais
                                                           Personalidade
Leonardo era um homem de grande magnetismo pessoal, simpatia e generosidade, e foi geralmente respeitado e acarinhado pelos seus contemporâneos. De acordo com Vasari, "o temperamento de Leonardo era tão adorável que ele era dispunha do afecto de toda a gente". Era um "conversador brilhante" que encantava Ludovico il Moro com a sua inteligência. Vasari resume a sua descrição dizendo "Na aparência era notável e belo, e a sua manificente presença confortava as almas mais perturbadas; era tão persuasivo que conseguia vergar os outros à sua própria vontade. Era tão forte fisicamente que conseguia enfrentar a violência e, com a sua mão direita, entortava ferraduras e batentes de ferro como se fossem de chumbo. Era tão generoso que alimentava todos os seus amigos, ricos ou pobres... O seu nascimento deu a Florença uma excelente prenda, e a sua morte castigou-a com uma perda incalculável".
Alguma da sabedoria pessoal de Leonardo transparece de um conjunto de fábulas que escreveu. Um dos temas prevalentes é o erro de uma auto-estima exagerada e os benefícios que se podem ganhar com humildade, atenção e iniciativa.
                                                              Prodígio infantil

Vasari relata que o jovem Leonardo "teria sido brilhante nas suas primeiras lições, se não fosse tão volátil e flexível; pois estava constantemente a tentar aprender uma multitude de coisas diferentes, desistindo da maior parte ao fim de pouco tempo. Quando começou a estudar aritmética, conseguiu, em poucos meses, um progresso tão notável que deixava espantado o seu mestre com as perguntas que fazia e os problemas que colocava... Constantemente, durante estas suas iniciativas, Leonardo nunca parava de desenhar..."
O pai de Leonardo, Ser Piero, percebendo que os talentos do seu filho eram extraordinários, decidiu mostrar alguns dos seus desenhos ao seu amigo, Andrea del Verrocchio, que tinha um dos maiores ateliers de arte de Florença. Leonardo foi aceite com aprendiz e "rapidamente provou ser um geómetra de primeira classe". Vasari afirma que durante a sua juventude, Leonardo fez um certo número de bustos de barro representando mulheres e crianças sorridentes, dos quais foram feitos moldes que ainda eram vendidos pelo atelier passados 80 anos. De entre as suas primeiras pinturas conhecidas, está uma Anunciação actualmente exposta nos Uffizi em Florença, o anjo que pintou em colaboração com Verrocchio no Baptismo de Cristo e uma pequena predela da Anunciação (provavelmente a sua peça mais antiga conhecida) para ser colocada por baixo de uma altar por Lorenzo di Credi.
                                                            Interesses diversos
 
A diversidade dos interesses de Leonardo, notada por Vasari desde a infância, expressar-se-ia nos seus diários, que registam as suas observações científicas sobre a natureza, as suas dissecações de cadáveres para compreender a sua anatomia, as suas experiências com máquinas voadoras, para gerar energia a partir da força da água e para o cerco de cidades, os seus estudos de geometria e os seus projectos de arquitectura, bem como memorandos pessoais e escrita criativa, incluindo fábulas.
                                                                  Talentos musicais
É aparente pelas descrições de Vasari que Leonardo aprendeu a tocar lira na infância e que tinha grande capacidade de improvisação. Por volta de 1479, Leonardo criou uma lira com a forma de cabeça de cavalo, feita "quase inteiramente em prata", cujo tom era "sonoro e ressonante". Lorenzo de Medici soube desta lira e querendo melhorar as suas relações com Ludovico Sforza, o usurpador do Ducado de Milão, enviou por Leonardo a lira como oferta ao Duque. O desempenho musical de Leonardo foi de tal forma superior aos dos músicos da corte de Ludovico que deixou o Duque encantado .
                                                                   Amor pela natureza
Leonardo sempre amou a natureza. Nas proximidades da sua casa de infância há montanhas, árvores, rios e animais selvagens. Este ambiente de juventude terá estado na origem do interesse de Leonardo pela natureza, proporcionando-lhes as condições perfeitas para observação e estudo do mundo natural e, talvez, pela pintura. As duas recordações mais antigas que relatou são de um papagaio de papel pairando sobre o seu berço e de uma gruta nos bosques .
                                                                         Vegetarianismo
O amor de Leonardo pelos animais está documentado em relatos dos seus contemporâneos, nas suas biografias mais antigas e nos seus livros de notas. Contrariamente aos costumes da época, Leonardo chegou mesmo a questionar a moralidade de comer animais quando tal não era indispensável à saúde. Coerente com as suas ideias, Leonardo tornou-se vegetariano. Edward MacCurdy  indica que "...a mera ideia de permitir sofrimento desnecessário, mais ainda do que matar (animais), era repugnate para ele. Vasari indica, como exemplo do amor de Leonardo pelos animais, que quando em Florença, ao passar por vendedores de pássaros, Leonardo os retirava das gaiolas com as suas próprias mãos e, depois de pagar o preço pedido, os deixava voar, devolvendo-os à liberdade."
Que este horror a infligir dor era tal que o levou a tornar-se vegetariano pode ser inferido de uma referência que aparece numa carta enviada por Andrea Corsali a Giuliano di Lorenzo de' Medici, na qual, depois de descrever uma raça indiana chamada Gujerats (provavelmente uma referência ao Jainismo do estado Indiano do Gujarat) que não comem nada que contenha sangue nem ferem nenhum ser vivo como, refere, "o nosso Leonardo da Vinci." 
Leonardo escreveu nos seus livros de notas, que apenas foram decifrados no início do século XIX: "Se és, como te descreves a ti próprio, o rei dos animais -- seria preferível que te chamasses a ti próprios rei das feras selvagens porque és a maior de todas! -- porque não os ajudas para que eles possam ser capazes de oferecer os seus filhos ao teu palato, por mor do qual te transformaste num cemitério para todos os animais? Poderia ainda afirmar mais, se tal me fosse permitido." 
Poder-se-ia questionar o valor atribuído por Leonardo à vida humana tendo em atenção os seus inúmeros projectos de armas mas, no entanto, nenhum dos seus projectos concebia armas ofensivas . É provável que a sua investigação no campo do armamento se inserisse na sua busca de mecenas ou, talvez, ele gostasse apenas de desenhar armas, como gostava de desenhar gárgulas. Leonardo projectava, contudo, vastas fortificações. Nas suas próprias palavras: "Quando cercado por tiranos ambiciosos, procuro formas de ataque e defesa com o objectivo de preservar o principal bem da natureza, a liberdade; e falo primeiro da localização das muralhas, e só depois de como os povos podem manter os seus bens e os seus reis" . Leonardo referia-se à guerra como uma pazzia bestialissima (uma "loucura bestialíssima") .
                                                                                 Canhoto
Tem-se afirmado que Leonardo "pode ser o artista canhoto mais reconhecido universalmente de todos os tempos", um facto documentado por numerosos autores da Renascença, e conspicuamente manifesto nos seus desenhos e na sua caligrafia. Nos seus livros de notas, escreveu em modo espelho devido a ser canhoto (era mais fácil), pelo que foi falsamente acusado de tentar ocultar o seu trabalho . Alguns especialistas antigos italianos discutiram se Leonardo também desenharia com a mão direita; historiadores Anglo-americanos recentes não dão crédito a estas alegações de ambidestria .
                                              Reconstrução da impressão digital
Alguns antropólogos italianos afirmam que conseguiram reconstruir a impressão digital do indicador esquerdo de Leonardo. A reconstrução resultou de três anos de pesquisas e pode ajudar na atribuição de pinturas e manuscritos ao artista, afirmou Luigi Capasso, director do Instituto de Pesquisa Antropológica da Universidade de Chieti, na Itália central. "Acrescenta o primeiro toque de humanidade. Sabíamos como Leonardo encarava o mundo e o futuro ... mas quem era ele? Este pedaço de informação biológica fala de um homem como qualquer outro, não sobre um génio", disse Capasso.
A descoberta pode lançar nova luz sobre uma grande variedade de temas, incluindo o tipo de comida preferido pelo artista ou sobre a se a sua mãe era de origem árabe. A pesquisa baseou-se me fotos de 200 impressões digitais, a maioria obtida de documentos manuseados por Leonardo. Capasso e outros peritos, afirmam que as impressões digitais podem conter traços de saliva, sangue ou da comida que estava a comer. O padrão da impressão digital, por sua vez, sugere uma origem oriental: "nem todas as populações tem impressões digitais típicas, mas as suas marcas partilham proporções específicas. As que encontrámos nesta (de Leonardo) impressão digital aplicam-se a 60% da população árabe, o que sugere a possibilidade que a sua mãe tenha origens no Médio Oriente", afirmou Capasso . A noção de que a mãe de Leonardo possa ter sido uma escrava trazida de Constantinopla para a Toscânia não é nova, e tem sido objecto de pesquisa autónoma .
                                                                    Relações pessoais
 
A informação sobre as relações pessoais de Leonardo provem de registos históricos e dos escritos dos seus muitos biógrafos, cuja disposição para discutir os aspectos relacionados com a identidade sexual do artista variou com as atitudes da época em que viveram . O seu biógrafo quase contemporâneo, Vasari, descreve dois belos jovens como "amados" de Leonardo em vários pontos dos escritos sobre a sua vida . No século XX, vários biógrafos tornaram mais explicita a referência à homossexualidade de Leonardo , embora outros tenham concluído que em grande parte da sua vida, Leonardo foi celibatário .

A nota biográfica mais explícita em relação à vida íntima de Leonardo é um registo de um tribunal florentino que descreve a acusação anónima de sodomia com prostituto masculino (Jacopo Saltarelli) feita contra Leonardo (e outros dois acusados), quando ainda se encontrava na oficina de Verrocchio. Dois meses depois Leonardo foi ilibado por falta de provas . A sodomia era considerada um crime muito grave, passível de condenação a pena de morte, razão pela qual eram exigidas provas claras da sua prática e raramente eram condenados os acusados. A homossexualidade na Florença de Leonardo era de tal forma tolerada que Florenzer era utilizado á época na Alemanha para referir em calão um homossexual . As denúncias falsas eram bastante frequentes nesse tempo, utilizadas anonimamente pelos inimigos do denunciado. É possível que tenha sido esse o caso com Leonardo. Não existe evidência que, na sua longa carreira depois de deixar Florença, Leonardo tenha sido acusado de novo do mesmo crime.
Elizabeth Abbott
, na sua History of Celibacy ("História do Celibato"), argumenta que embora Leonardo fosse, provavelmente, homossexual, o trauma do caso da acusação de sodomia condenou-o ao celibato para o resto da sua vida . Uma opinião semelhante sobre um Leonardo homossexual mas casto aparece no famoso artigo de 1910 de Sigmund Freud, Leonardo da Vinci e uma Memória da sua Infância, que analisa uma recordação de Leonardo em que ele descreve como, quando ainda bebé, foi atacado por uma ave de rapina que lhe abriu a boca e "me enfiou a cauda por entre os lábios repetidamente". Freud indicou que o simbolismo era claramente fálico, mas argumentou que a homossexualidade de Leonardo seria apenas latente: que ele nunca teria agido em conformidade com os seus desejos sexuais . Os escritos e os livros de notas deixados por Leonardo revelam uma luta com a sexualidade: numa passagem famosa dos seus livros de anotações, Leonardo afirma "o acto da procriação e tudo com ele relacionado é tão nojento que a raça humana rapidamente desapareceria se não existissem caras bonitas e inclinações sensuais" .
Na sua vida adulta, Leonardo relacionou-se pouco com mulheres e nunca casou; entre os seus numerosos esboços anatómicos apenas se encontram dois desenhos detalhados dos órgãos reprodutivos femininos, um dos quais invulgarmente distorcido . No entanto, David M. Friedman refere que isso não é evidência de uma sexualidade diminuída, apenas de uma redução de interesse pelas mulheres. Argumenta que os livros de anotações de Leonardo revelam que o interesse de Leonardo por homens e pela sexualidade não foi perturbado pelo julgamento em tribunal, e concorda com o historiador de arte Kenneth Clark quando este refere que Leonardo nunca se tornou um assexuado .

Serge Bramly 
Serge Bramly  também refere que "o facto de Leonardo advertir contra a a luxúria não significa que ele próprio fosse casto" . Michael White, em Leonardo: The First Scientist indica que é provável que o julgamento tenha provocado em Leonardo um sentimento de cautela e defesa em relação às suas relações pessoais e à sua sexualidade, mas não o terá dissuadido de manter relações íntimas com homens: "não há muitas dúvidas de que Leonardo continuou a ser um homossexual praticante." .
Os registos históricos mostram que, depois do julgamento, Leonardo manteve duas ligações de longa duração com rapazes: os seus dois alunos Gian Giacomo Caprotti da Oreno, de alcunha Salai ou Il Salaino (com o sentido de "diabinho"), que chegou à sua casa em 1490 com apenas 10 anos , e Francesco Melzi, o filho de um aristocrata de Milão, que se tornou seu aprendiz em 1506. Outras relações, com um homem desconhecido chamado Fioravante Domenico e com um falcoeiro, Bernardo di Simone, são sugeridas na biografia escrita por Michael White, embora as relações com Salai e Melzi tenham sido as mais duradouras.
Vasari descreve Salai como um "gracioso e bonito rapaz com um belo cabelo ondulado" e o seu nome é referido (embora riscado) no verso de um desenho erótico por Leonardo, The Incarnate Angel; redescoberto em 1991 numa colecção alemã, trata-se de um de uma série de desenhos eróticos de Salai (e outros?) por Leonardo, originalmente na British Royal Collection, sendo possivelmente uma variante bem-humorado do seu "São João Batista" . O "Diabinho" fez jus ao seu nome: um ano após o ter recebido, Leonardo elaborou uma lista das suas qualidades, incluindo "ladrão, mentiroso, teimoso e glutão". Apesar do seu mau comportamento geral - foi apanhado a roubar dinheiro e valores em, pelo menos, cinco ocasiões, gastou fortunas em vestuário e morreu, talvez, num duelo - Salai manteve-se como companheiro, assistente e serviçal de Leonardo por trinta anos, tendo recebido, em testamento, a Mona Lisa, já então muito valorizada.
Vinte anos mais tarde, o conde Melzi foi um companheiro mais tranquilo, embora talvez menos excitante, para o velho Leonardo. Numa carta, Melzi descreve a intimidade da sua relação com Leonardo como sviscerato et ardentissimo amore ("profundo e ardentíssimo amor"), e foi ele, mais que Salai, que acompanhou Leonardo nos seus últimos dias em França . Melzi teve subsequentemente um papel importante como guardião dos livros de apontamentos de Leonardo, preparando-os para publicação de acordo com os desejos do seu mestre. No entanto, apesar de ser Melzi quem acompanhou Leonardo no seu leito de morte, um dos dois retratos que o artista manteve sempre na sua mesa de cabeceira foi o retrato de Salai como São João Batista, sorrindo enigmaticamente e apontando para o ceú com um dos dedos.

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publicado por duronaqueda às 16:05

Vida pessoal de Leonardo da Vinci

Terça-feira, 06.05.14
                                                   Vida pessoal de Leonardo da Vinci

Leonardo da Vinci (15 de abril de 1452 – 2 de maio de 1519) é considerado como um arquétipo do Homem da Renascença. Pouco se sabe sobre a sua vida pessoal e ele mesmo parece ter sido extremamente reservado no que respeita às suas relações mais intímas. No entanto, tem sido investido bastante esforço de pesquisa e especulação sobre este aspecto da sua vida, tanto pelo fascínio que o seu génio artístico e científico exerce, como pelo seu aparente magnetismo pessoal .
A descrição e a análise da personalidade de Leonardo, dos seus desejos pessoais e comportamento íntimo baseia-se num grande número de fontes: registos sobre ele, as suas biografias, os seus próprios diários, as suas pinturas e desenhos, os seus associados e especulações de contemporâneos seus. Este conjunto de informação revela o quadro de um homem que parece ter tido uma vida familiar encorajadora, que trabalhou cooperativamente com terceiros, tanto como aprendiz como mestre, e que providenciou bem pelas necessidades dos que estavam à sua responsabilidade.
Leonardo teve um conjunto importante de mecenas poderosos, incluindo o rei de França , e teve também, ao longo dos anos, um grande número de seguidores e alunos. Em particular, com dois destes alunos, Salai e Melzi, manteve uma relação de grande proximidade.

                                                             Descrições contemporâneas

As descrições de contemporâneos de Leonardo e os seus retratos combinam-se para criar uma imagem de um homem alto, atlético e extremamente atraente. Os seus retratos mostram que, na sua velhice, usava o cabelo comprido num tempo em que a maioria dos homens o usava curto ou pelos ombros, e a barba curta ou a cara barbeada. A barba de Leonardo, por seu lado, descia-lhe até ao peito. A sua roupa era descrita como diferente, na escolha de cores vivas e de túnicas curtas, ao gosto dos mais novos, já que os homens da sua idade vestiam normalmente trajes compridos. A imagem de Leonardo, na sua velhice, foi recriada na estátua que se encontra no exterior da Galleria degli Uffizi, em Florença.

As descrições de 
Vasari
De acordo com Vasari, "no decurso normal dos tempos nascem muitos homens e mulheres possuidores de talentos características notáveis; mas ocasionalmente, de uma forma especial que transcende o natural, uma única pessoa é maravilhosamente dotada pelos ceús com beleza, graça e talento em tanta abundância que deixa os outros homens muito para trás... todos reconhecem que esta é a verdade acerca de Leonardo da Vinci, um artista de beleza física invulgar que se comporta com infinita elegância em tudo o que faz e que cultiva o seu génio tão brilhantemente que todos os problemas que estudou foram resolvidos com simplicidade. Possuía grande força e destreza; foi um homem de esplêndido espírito e com uma tremenda inteligência... .
                                                                                                                         
 salai
                                                                                                                         
                                                  Retratos
A representação mais conhecida da cara de Leonardo é um desenho a giz vermelho que parece ser um auto-retrato. No entanto, a identificação é controversa dado que o homem representado aparenta ter mais idade que os 67 anos que Leonardo viveu. Foi sugerido, no entanto, que Leonardo teria "envelhecido" o seu retrato propositadamente, tal como um artista forense moderno o faria, para providenciar um modelo a Rafael no seu fresco A Escola de Atenas, em que Platão é representado com as feições de Leonardo. É geralmente aceite que um retrato em perfil existente na Pinacoteca Ambrosiana, em Milão, representa Leonardo, também com cabelos compridos e barba esvoaçante. A imagem foi repetida na gravura utilizada para a primeira edição da obra de Vasari, Vidas 
                                                Talentos e hábitos pessoais
                                                           Personalidade
Leonardo era um homem de grande magnetismo pessoal, simpatia e generosidade, e foi geralmente respeitado e acarinhado pelos seus contemporâneos. De acordo com Vasari, "o temperamento de Leonardo era tão adorável que ele era dispunha do afecto de toda a gente". Era um "conversador brilhante" que encantava Ludovico il Moro com a sua inteligência. Vasari resume a sua descrição dizendo "Na aparência era notável e belo, e a sua manificente presença confortava as almas mais perturbadas; era tão persuasivo que conseguia vergar os outros à sua própria vontade. Era tão forte fisicamente que conseguia enfrentar a violência e, com a sua mão direita, entortava ferraduras e batentes de ferro como se fossem de chumbo. Era tão generoso que alimentava todos os seus amigos, ricos ou pobres... O seu nascimento deu a Florença uma excelente prenda, e a sua morte castigou-a com uma perda incalculável".
Alguma da sabedoria pessoal de Leonardo transparece de um conjunto de fábulas que escreveu. Um dos temas prevalentes é o erro de uma auto-estima exagerada e os benefícios que se podem ganhar com humildade, atenção e iniciativa.
                                                              Prodígio infantil

Vasari relata que o jovem Leonardo "teria sido brilhante nas suas primeiras lições, se não fosse tão volátil e flexível; pois estava constantemente a tentar aprender uma multitude de coisas diferentes, desistindo da maior parte ao fim de pouco tempo. Quando começou a estudar aritmética, conseguiu, em poucos meses, um progresso tão notável que deixava espantado o seu mestre com as perguntas que fazia e os problemas que colocava... Constantemente, durante estas suas iniciativas, Leonardo nunca parava de desenhar..."
O pai de Leonardo, Ser Piero, percebendo que os talentos do seu filho eram extraordinários, decidiu mostrar alguns dos seus desenhos ao seu amigo, Andrea del Verrocchio, que tinha um dos maiores ateliers de arte de Florença. Leonardo foi aceite com aprendiz e "rapidamente provou ser um geómetra de primeira classe". Vasari afirma que durante a sua juventude, Leonardo fez um certo número de bustos de barro representando mulheres e crianças sorridentes, dos quais foram feitos moldes que ainda eram vendidos pelo atelier passados 80 anos. De entre as suas primeiras pinturas conhecidas, está uma Anunciação actualmente exposta nos Uffizi em Florença, o anjo que pintou em colaboração com Verrocchio no Baptismo de Cristo e uma pequena predela da Anunciação (provavelmente a sua peça mais antiga conhecida) para ser colocada por baixo de uma altar por Lorenzo di Credi.
                                                            Interesses diversos
 
A diversidade dos interesses de Leonardo, notada por Vasari desde a infância, expressar-se-ia nos seus diários, que registam as suas observações científicas sobre a natureza, as suas dissecações de cadáveres para compreender a sua anatomia, as suas experiências com máquinas voadoras, para gerar energia a partir da força da água e para o cerco de cidades, os seus estudos de geometria e os seus projectos de arquitectura, bem como memorandos pessoais e escrita criativa, incluindo fábulas.
                                                                  Talentos musicais
É aparente pelas descrições de Vasari que Leonardo aprendeu a tocar lira na infância e que tinha grande capacidade de improvisação. Por volta de 1479, Leonardo criou uma lira com a forma de cabeça de cavalo, feita "quase inteiramente em prata", cujo tom era "sonoro e ressonante". Lorenzo de Medici soube desta lira e querendo melhorar as suas relações com Ludovico Sforza, o usurpador do Ducado de Milão, enviou por Leonardo a lira como oferta ao Duque. O desempenho musical de Leonardo foi de tal forma superior aos dos músicos da corte de Ludovico que deixou o Duque encantado .
                                                                   Amor pela natureza
Leonardo sempre amou a natureza. Nas proximidades da sua casa de infância há montanhas, árvores, rios e animais selvagens. Este ambiente de juventude terá estado na origem do interesse de Leonardo pela natureza, proporcionando-lhes as condições perfeitas para observação e estudo do mundo natural e, talvez, pela pintura. As duas recordações mais antigas que relatou são de um papagaio de papel pairando sobre o seu berço e de uma gruta nos bosques .
                                                                         Vegetarianismo
O amor de Leonardo pelos animais está documentado em relatos dos seus contemporâneos, nas suas biografias mais antigas e nos seus livros de notas. Contrariamente aos costumes da época, Leonardo chegou mesmo a questionar a moralidade de comer animais quando tal não era indispensável à saúde. Coerente com as suas ideias, Leonardo tornou-se vegetariano. Edward MacCurdy  indica que "...a mera ideia de permitir sofrimento desnecessário, mais ainda do que matar (animais), era repugnate para ele. Vasari indica, como exemplo do amor de Leonardo pelos animais, que quando em Florença, ao passar por vendedores de pássaros, Leonardo os retirava das gaiolas com as suas próprias mãos e, depois de pagar o preço pedido, os deixava voar, devolvendo-os à liberdade."
Que este horror a infligir dor era tal que o levou a tornar-se vegetariano pode ser inferido de uma referência que aparece numa carta enviada por Andrea Corsali a Giuliano di Lorenzo de' Medici, na qual, depois de descrever uma raça indiana chamada Gujerats (provavelmente uma referência ao Jainismo do estado Indiano do Gujarat) que não comem nada que contenha sangue nem ferem nenhum ser vivo como, refere, "o nosso Leonardo da Vinci." 
Leonardo escreveu nos seus livros de notas, que apenas foram decifrados no início do século XIX: "Se és, como te descreves a ti próprio, o rei dos animais -- seria preferível que te chamasses a ti próprios rei das feras selvagens porque és a maior de todas! -- porque não os ajudas para que eles possam ser capazes de oferecer os seus filhos ao teu palato, por mor do qual te transformaste num cemitério para todos os animais? Poderia ainda afirmar mais, se tal me fosse permitido." 
Poder-se-ia questionar o valor atribuído por Leonardo à vida humana tendo em atenção os seus inúmeros projectos de armas mas, no entanto, nenhum dos seus projectos concebia armas ofensivas . É provável que a sua investigação no campo do armamento se inserisse na sua busca de mecenas ou, talvez, ele gostasse apenas de desenhar armas, como gostava de desenhar gárgulas. Leonardo projectava, contudo, vastas fortificações. Nas suas próprias palavras: "Quando cercado por tiranos ambiciosos, procuro formas de ataque e defesa com o objectivo de preservar o principal bem da natureza, a liberdade; e falo primeiro da localização das muralhas, e só depois de como os povos podem manter os seus bens e os seus reis" . Leonardo referia-se à guerra como uma pazzia bestialissima (uma "loucura bestialíssima") .
                                                                                 Canhoto
Tem-se afirmado que Leonardo "pode ser o artista canhoto mais reconhecido universalmente de todos os tempos", um facto documentado por numerosos autores da Renascença, e conspicuamente manifesto nos seus desenhos e na sua caligrafia. Nos seus livros de notas, escreveu em modo espelho devido a ser canhoto (era mais fácil), pelo que foi falsamente acusado de tentar ocultar o seu trabalho . Alguns especialistas antigos italianos discutiram se Leonardo também desenharia com a mão direita; historiadores Anglo-americanos recentes não dão crédito a estas alegações de ambidestria .
                                              Reconstrução da impressão digital
Alguns antropólogos italianos afirmam que conseguiram reconstruir a impressão digital do indicador esquerdo de Leonardo. A reconstrução resultou de três anos de pesquisas e pode ajudar na atribuição de pinturas e manuscritos ao artista, afirmou Luigi Capasso, director do Instituto de Pesquisa Antropológica da Universidade de Chieti, na Itália central. "Acrescenta o primeiro toque de humanidade. Sabíamos como Leonardo encarava o mundo e o futuro ... mas quem era ele? Este pedaço de informação biológica fala de um homem como qualquer outro, não sobre um génio", disse Capasso.
A descoberta pode lançar nova luz sobre uma grande variedade de temas, incluindo o tipo de comida preferido pelo artista ou sobre a se a sua mãe era de origem árabe. A pesquisa baseou-se me fotos de 200 impressões digitais, a maioria obtida de documentos manuseados por Leonardo. Capasso e outros peritos, afirmam que as impressões digitais podem conter traços de saliva, sangue ou da comida que estava a comer. O padrão da impressão digital, por sua vez, sugere uma origem oriental: "nem todas as populações tem impressões digitais típicas, mas as suas marcas partilham proporções específicas. As que encontrámos nesta (de Leonardo) impressão digital aplicam-se a 60% da população árabe, o que sugere a possibilidade que a sua mãe tenha origens no Médio Oriente", afirmou Capasso . A noção de que a mãe de Leonardo possa ter sido uma escrava trazida de Constantinopla para a Toscânia não é nova, e tem sido objecto de pesquisa autónoma .
                                                                    Relações pessoais
 
A informação sobre as relações pessoais de Leonardo provem de registos históricos e dos escritos dos seus muitos biógrafos, cuja disposição para discutir os aspectos relacionados com a identidade sexual do artista variou com as atitudes da época em que viveram . O seu biógrafo quase contemporâneo, Vasari, descreve dois belos jovens como "amados" de Leonardo em vários pontos dos escritos sobre a sua vida . No século XX, vários biógrafos tornaram mais explicita a referência à homossexualidade de Leonardo , embora outros tenham concluído que em grande parte da sua vida, Leonardo foi celibatário .

A nota biográfica mais explícita em relação à vida íntima de Leonardo é um registo de um tribunal florentino que descreve a acusação anónima de sodomia com prostituto masculino (Jacopo Saltarelli) feita contra Leonardo (e outros dois acusados), quando ainda se encontrava na oficina de Verrocchio. Dois meses depois Leonardo foi ilibado por falta de provas . A sodomia era considerada um crime muito grave, passível de condenação a pena de morte, razão pela qual eram exigidas provas claras da sua prática e raramente eram condenados os acusados. A homossexualidade na Florença de Leonardo era de tal forma tolerada que Florenzer era utilizado á época na Alemanha para referir em calão um homossexual . As denúncias falsas eram bastante frequentes nesse tempo, utilizadas anonimamente pelos inimigos do denunciado. É possível que tenha sido esse o caso com Leonardo. Não existe evidência que, na sua longa carreira depois de deixar Florença, Leonardo tenha sido acusado de novo do mesmo crime.
Elizabeth Abbott
, na sua History of Celibacy ("História do Celibato"), argumenta que embora Leonardo fosse, provavelmente, homossexual, o trauma do caso da acusação de sodomia condenou-o ao celibato para o resto da sua vida . Uma opinião semelhante sobre um Leonardo homossexual mas casto aparece no famoso artigo de 1910 de Sigmund Freud, Leonardo da Vinci e uma Memória da sua Infância, que analisa uma recordação de Leonardo em que ele descreve como, quando ainda bebé, foi atacado por uma ave de rapina que lhe abriu a boca e "me enfiou a cauda por entre os lábios repetidamente". Freud indicou que o simbolismo era claramente fálico, mas argumentou que a homossexualidade de Leonardo seria apenas latente: que ele nunca teria agido em conformidade com os seus desejos sexuais . Os escritos e os livros de notas deixados por Leonardo revelam uma luta com a sexualidade: numa passagem famosa dos seus livros de anotações, Leonardo afirma "o acto da procriação e tudo com ele relacionado é tão nojento que a raça humana rapidamente desapareceria se não existissem caras bonitas e inclinações sensuais" .
Na sua vida adulta, Leonardo relacionou-se pouco com mulheres e nunca casou; entre os seus numerosos esboços anatómicos apenas se encontram dois desenhos detalhados dos órgãos reprodutivos femininos, um dos quais invulgarmente distorcido . No entanto, David M. Friedman refere que isso não é evidência de uma sexualidade diminuída, apenas de uma redução de interesse pelas mulheres. Argumenta que os livros de anotações de Leonardo revelam que o interesse de Leonardo por homens e pela sexualidade não foi perturbado pelo julgamento em tribunal, e concorda com o historiador de arte Kenneth Clark quando este refere que Leonardo nunca se tornou um assexuado .

Serge Bramly 
Serge Bramly  também refere que "o facto de Leonardo advertir contra a a luxúria não significa que ele próprio fosse casto" . Michael White, em Leonardo: The First Scientist indica que é provável que o julgamento tenha provocado em Leonardo um sentimento de cautela e defesa em relação às suas relações pessoais e à sua sexualidade, mas não o terá dissuadido de manter relações íntimas com homens: "não há muitas dúvidas de que Leonardo continuou a ser um homossexual praticante." .
Os registos históricos mostram que, depois do julgamento, Leonardo manteve duas ligações de longa duração com rapazes: os seus dois alunos Gian Giacomo Caprotti da Oreno, de alcunha Salai ou Il Salaino (com o sentido de "diabinho"), que chegou à sua casa em 1490 com apenas 10 anos , e Francesco Melzi, o filho de um aristocrata de Milão, que se tornou seu aprendiz em 1506. Outras relações, com um homem desconhecido chamado Fioravante Domenico e com um falcoeiro, Bernardo di Simone, são sugeridas na biografia escrita por Michael White, embora as relações com Salai e Melzi tenham sido as mais duradouras.
Vasari descreve Salai como um "gracioso e bonito rapaz com um belo cabelo ondulado" e o seu nome é referido (embora riscado) no verso de um desenho erótico por Leonardo, The Incarnate Angel; redescoberto em 1991 numa colecção alemã, trata-se de um de uma série de desenhos eróticos de Salai (e outros?) por Leonardo, originalmente na British Royal Collection, sendo possivelmente uma variante bem-humorado do seu "São João Batista" . O "Diabinho" fez jus ao seu nome: um ano após o ter recebido, Leonardo elaborou uma lista das suas qualidades, incluindo "ladrão, mentiroso, teimoso e glutão". Apesar do seu mau comportamento geral - foi apanhado a roubar dinheiro e valores em, pelo menos, cinco ocasiões, gastou fortunas em vestuário e morreu, talvez, num duelo - Salai manteve-se como companheiro, assistente e serviçal de Leonardo por trinta anos, tendo recebido, em testamento, a Mona Lisa, já então muito valorizada.
Vinte anos mais tarde, o conde Melzi foi um companheiro mais tranquilo, embora talvez menos excitante, para o velho Leonardo. Numa carta, Melzi descreve a intimidade da sua relação com Leonardo como sviscerato et ardentissimo amore ("profundo e ardentíssimo amor"), e foi ele, mais que Salai, que acompanhou Leonardo nos seus últimos dias em França . Melzi teve subsequentemente um papel importante como guardião dos livros de apontamentos de Leonardo, preparando-os para publicação de acordo com os desejos do seu mestre. No entanto, apesar de ser Melzi quem acompanhou Leonardo no seu leito de morte, um dos dois retratos que o artista manteve sempre na sua mesa de cabeceira foi o retrato de Salai como São João Batista, sorrindo enigmaticamente e apontando para o ceú com um dos dedos.

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publicado por duronaqueda às 16:05

o Video cassete

Terça-feira, 06.05.14

     














 Video cassete

O gravador de vídeo cassete, videocassete (português brasileiro) ou cassete de vídeo (português europeu), também conhecido pela sua sigla inglesa VCR (Video Cassette Recorder), foi um aparelho eletrônico capaz de gravar e reproduzir imagens que são registradas em fitas magnéticas acondicionadas em caixas plásticas (cassetes) para facilitar o manuseio. Ele é o sucessor do gravador de videoteipe (VTR, na sigla em inglês), que utilizava fitas magnéticas em carretéis plásticos. Inicialmente os videocassetes eram dirigidos ao mercado amador, mas com o tempo a tecnologia foi aperfeiçoada e usada para fins profissionais.

Dependendo das características físicas da caixa e da fita bem como das especificações técnicas de gravação e reprodução da imagem, foram definidos diferentes "formatos" de videocassetes como o U-Matic, Betamax, VHS, Betacam, S-VHS e outros
.

História
Primeiros aparelhos

O primeiro Vídeocassete desenvolvido foi U-matic da Sony, introduzido comercialmente em setembro de 1971. Até o final da década de 1970, a gravação em meio magnético era feita com videotapes (videoteipes), fitas magnéticas de 1 ou 2 polegadas de largura acondicionadas em carretéis. Os equipamentos eram caros e pesados e seu uso para o mercado amador praticamente inexistia. Usou-se então para o vídeo o conceito de "cassete" desenvolvido pela Philips nos anos 60 para as fitas de áudio, onde os carretéis das fitas para gravadores de áudio foram colocados em uma caixinha plástica. Do mesmo modo a fita de vídeo foi montada em uma caixa com uma tampa retrátil que permitiria sua colocação no gravador de maneira mais rápida e prática (sem precisar passar ao redor da cabeça de leitura ou por polias) além de ser protegida do contato com as mãos.

As primeiras máquinas não tinham os sintonizadores de televisão ou timers (relógios para gravação), mas logo vislumbrou-se que o potencial do mercado seria o de se gravar em casa a programação da televisão, o que fez com que os aparelhos fossem desenvolvidos neste sentido.

Por volta de 1980 existiam três formatos competindo, cada um com um diferente formato de fita cassete fisicamente incompatível.


                                                                                                                                                BETAMAX

Por volta de 1980 existiam três formatos competindo, cada um com um diferente formato de fita cassete fisicamente incompatível.
Os formatos Betamax e VHS
A primeira empresa a ter sucesso comercial em lançar um gravador de videocassete foi a Sony. A Sony criou o formato conhecido como Betamax lançando-o no mercado dos EUA em Novembro de 1975. A novidade estava em usar uma fita de 1/2 polegada de largura que ao ser extraida do cassete envolvia as cabeças de gravação e leitura de uma maneira que a troca de informação fosse maior, com consequente reflexo na qualidade da imagem. O Betamax possuia originalmente um tempo de gravação de 1 hora por fita que após a chegada de concorrentes passou a 2 horas por fita.

Por causa de uma política de exclusividade da Sony o Betamax foi franqueado para poucas empresas entre elas a Sanyo e a NEC.

Em 1976 surgiu um formato concorrente lançado pela JVC conhecido como Video Home System, o VHS, também com fitas de 1/2 polegada que logo foi franqueado para outras empresas como a Matsushita (Panasonic), Sharp, Zenith, RCA, o que acelerou sua difusão pelo mundo. O VHS possuía um tempo de gravação de duas horas.

Durante vários anos estes dois formatos concorreram pela preferência do consumidor. O formato VHS aos poucos prevaleceu a ponto de ao longo dos anos a Sony ficar isolada como única fabricante de aparelhos Betamax até que ela própria encerrou a fabricação deste tipo de aparelho e adotou o padrão VHS.

VHS
Há várias razões para o fracasso do formato Betamax:

    Suposição I: O VHS prevaleceu porque, desde sua introdução contava com o dobro de tempo de gravação, dado que o formato Betamax no início estava limitado a uma hora de gravação; mas logo foi aperfeiçoado com a velocidade Beta II que permitia duas horas de gravação.
    Suposição II: O êxito do VHS é deu-se pela sua rápida adoção pelo mercado pornográfico. A grande disponibilidade de pornografia neste formato impulsionou sua difusão, refletindo uma tradição que mostra que a pornografia é também um combustível para a consolidação de novos formatos (a Internet é um exemplo óbvio disso).
    Suposição III: A JVC e a Sony usaram diferentes tipos de difusão para suas tecnologias, a JVC licenciou rapidamente sua tecnologia VHS a outras companhias que inundaram o mercado com dezenas de marcas diferentes (Zenith, RCA, SHARP, Philco, GE, Sears,Thomson etc.) criando uma massa crítica de publicidade+marketing+revendas que em muito superou a Sony e as 2 ou 3 companhias que foram licenciadas por ela para produzir os equipamentos Betamax.
    Difusão no Brasil: Os primeiros gravadores de videocassete eram em NTSC o que não permitia a gravação em cores das transmissões brasileiras, os técnicos de televisão brasileiros descobriram uma forma de trocar o cristal que determinava a frequência do sinal de cor dos aparelhos VHS para um padrão intermediário entre o NTSC e o PAL-M, sem a linha de retardo do PAL-M, o N-linha, que resultava na gravação e reprodução das cores dos programas de televisão. Assim ao se comprar um gravador de videocassete a preferência foi para os VHS pois podiam ser adaptados mais facilmente.


 Philips Video 2000
Um terceiro formato, Video 2000, ou V2000 (vendido também como "Video Compact Cassette") foi desenvolvido e introduzido pela Philips em 1978, e foi vendido apenas na Europa. A Grundig desenvolveu e vendeu seus próprios modelos baseados no formato V2000. Os modelos de V2000 contavam com cabeças de posicionamento piezoeléctricas para ajustar dinamicamente o tracking da fita. As fitas cassetes de V2000 tinham dois lados, e como os cassetes tinham que ser virados quando chegavam na metade do tempo de gravação. Eram usados níveis de proteção da gravação que poderiam ser mudados pelo usuário ao invés dos pinos quebráveis das fitas VHS/Betamax. A fita de meia polegada usada continha duas faixas paralelas de um quarto de polegada, uma para cada lado. Tinha um tempo de gravação de 4 horas por lado. Os últimos modelos produzidos pela Philips em 1985 foram considerados por muitos como superiores a qualquer outra coisa no mercado da época, mas a má reputação adquirida pelas características limitadas, pouca credibilidade dos primeiros modelos, e pelo mercado agora dominado pelo VHS/Betamax, garantiram vendas limitadas antes do sistema ser abandonado logo depois.

Video 2000

Video 2000 - The other home video system

Outros formatos

Diversos outros formatos foram propostos por fabricantes e acabaram esquecidos devido ao fracasso comercial:
                               
                                                       VCR
O formato VCR (não confundir com o nome genérico do videocassete em inglês) foi lançado pela Philips em 1970 e se restringiu ao mercado europeu. Usava cassetes quadrados e fita de 1.3 cm, que permitia uma hora de gravação. O primeiro modelo, disponível no Reino Unido em 1972, era equipado com um timer primitivo que usava mostradores rotatórios. Custando aproximadamente £600, era caro e o por razões de mercado o formato não se tornou popular no

uso caseiro.
Avco Cartrivision

O sistema Avco Cartrivision, uma combinação de televisão e VCR da Cartridge Television Inc. que era vendido por US$1,350, foi o primeiro VCR a pré-gravar fitas de filmes populares disponíveis para locação. Assim como o VCR da Philips, o cassete era quadrado, no entanto gravava 114 minutos. Isso devia-se a forma primitiva de compressão de vídeo que gravava cada terço do vídeo e o reproduzia de volta três vezes. Foi abandonado treze meses depois, após péssimas vendas. Tempo depois, descobriu-se que fitas de Cartivision que haviam sido armazenadas em um armazém se desintegraram.
V-CORD

Formato proposto pela Sanyo e adotado também pela Toshiba. Foi lançado em 1974 nos EUA.
VX

Formato criado pela Matsushita, foi lançado no mercado dos EUA em 1974 sob a marca Quasar.
AKAI

Formato proposto pela empresa japonesa Akai.
LVR

Formato proposto pelas empresas alemãs Basf e Eumig para uso principalmente em câmeras de vídeo. Não foi lançado comercialmente.

Sony U-Matic
O Sony U-matic, introduzido em Tóquio em Setembro de 1971, foi o primeiro formato comercial de videocassete do mundo. Seus cassetes, usavam fitas de 3/4 de polegada (1,9 cm) e tinham um tempo de reprodução de 60 minutos, depois estendido a 90 minutos com fitas mais finas. A Sony também lançou diversas máquinas neste formato, tanto para uso doméstico (com sintonizador e timer) quanto para uso profissional. O U-matic, com sua fácil utilização e boa qualidade permitiu sua difusão no meio profissional especialmente na área do jornalismo televisivo. Com a introdução de gravadores portateis (os primeiros pesavam quase 10 quilos) que usavam fitas menores com 20 minutos de duração o U-Matic foi o principal impulsionador do jornalismo eletrônico onde as câmeras de vídeo passaram a substituir as de cinema na captação de notícias para televisão. A edição eletrônica das imagens (montagem) passou a ser padrão com estes equipamentos.

Com o aperfeiçoamento do U-Matic como formato profissional e consequente redução de custos, os VCRs U-matic foram largamente usados por escolas, empresas e institições, desenvolvendo-se então um mercado até então incipiente da "produção independente" em vídeo tanto com fins empresariais e educacionais como para fins televisivos. Seu uso continuou até início dos anos 90, quando outro formato da Sony, o formato Betacam, com qualidade equivalente ao videoteipe de uma ou duas polegadas, passou a ser usado pela emissoras de televisão e por produtoras.

Sony U-Matic
Derivados do VHS e Betamax
VHS-C
Lançado em 1976, o VHS compacto é totalmente compatível com o VHS, sendo basicamente uma fita VHS embalada num cassete de tamanho menor, commenor duração (20 min. na velocidade padrão) porém mais conveniente para uso em câmeras de vídeo. Este tipo de fita pode ser usado num videocassete comum usando-se um adaptador;

S-VHS

Lançado em 1987. No Super VHS o tamanho, a disposição física da fita e a velocidade são iguais ao VHS, sendo que a diferença fica no processamento de imagem e na frequência de gravação dos sinais que permitem uma qualidade de imagem superior, menor "ruído" nas cores e maior resolução. Fitas de melhor qualidade eram vendidas com a etiqueta Super VHS para responder melhor ás características de gravação aperfeiçoadas, porém as fitas comuns VHS também serviam. Os aparelhos de VCR S-VHS são totalmente compatíveis com o formato VHS, porém o contrário não é verdadeiro, ou seja, uma fita gravada em S-VHS não pode ser reproduzida em um aparelho VHS

S-VHS
D-VHS
Lançado em 2001, no Digital VHS, apesar de manter as características físicas do VHS tinha a informação é gravada em formato digital como ocorre nos DVD. O D-VHS é capaz de gravar imagens de HDTV, High Definition Television. Como os aparelhos usam um mecanismo herdado do VHS eles são capazes de reproduzir fitas gravadas neste formato antigo. Comercialmente este formato quase não teve sucesso fora do Japão.

Video-8

A Sony, após o fracasso do Betamax, lançou em 1984 um novo formato conhecido como Video-8. Este formato usa um cassete de pequeno formato com uma fita de 8mm de largura, menor que um o VHS-C, teve relativo sucesso para uso em câmeras de vídeo. Em 1989 a empresa lançou um aperfeiçoamento do Vídeo-8 conhecido como Hi-8. Este formato tem uma resolução de imagem equivalente ao do S-VHS. em 1998 lançou o D8 ou Digital 8 que alcança 500 linhas em sistema digital e que virou um concorrente pro Mini-DV quando foi criado em 2001.


Videocassete no Brasil
O mercado de VCRs no Brasil começa no início da década de 1980. Os primeiros aparelhos eram importados (legal ou ilegalmente) e por se tratarem de equipamentos feitos para o mercado americano funcionavam no padrão de cores NTSC, o que resultava no Brasil na gravação e reprodução de imagens apenas preto e branco. Assim para funcionarem corretamente com padrão de televisão em cores adotado localmente, o PAL-M, necessitavam de uma adaptação. Pensando nisto a SONY para atender o mercado que começava, passou então a importar do Panamá aparelhos no formato Betamax já adaptados para o sistema brasileiro. Nesta época os VHS que chegavam ao país eram praticamente todos contrabandeados a um preço muito menor. Adaptados em oficinas de manutenção de equipamentos eletrônicos funcionavam bem, o que facilitou sua difusão.
Naquela época, o mercado de fitas pré-gravadas era baseado apenas em fitas importadas ou trazidas informalmente. Logo a maneira de se conseguir filmes e programas era filiar-se a um “vídeo-clube” onde a condição de entrada para os novos sócios era o fornecimento de fitas de vídeo pré-gravadas que integrariam o acervo do clube para serem "emprestadas" a outros sócios. Não havia cobrança de aluguel, mas sim de uma "taxa de manutenção", o conceito era disponibilizar fitas passando ao largo da legislação de direitos autorais que restringia a locação. Não havia uma oferta de filmes ou programas em Português, assim pequenas empresas legendavam ilegalmente os filmes ou mesmo pirateavam cópias legendadas dos cinemas. Com o início da produção de aparelhos VHS e Betamax no Brasil e consequente expansão do mercado, os estúdios de cinema e distribuidoras passaram as oferecer fitas legendadas ou dubladas em Português as quais vieram acompanhadas de uma pressão pela legalização do setor. Isto implicava em acabar com o "empréstimo de fitas", com as versões ilegais e com o contrabando. Começou então uma pesada fiscalização, que juntamente com a abertura da economia brasileira, levaram a uma transformação dos vídeo-clubes em locadoras de fitas compradas legalmente.
 

O primeiro aparelho de VCR fabricado no Brasil foi no formato VHS lançado em 1982 pela Sharp. Cerca de um ano depois a Philco lançou um VHS seu e logo outros fabricantes entraram no mercado com este formato. A exceção foi a Sony que produziu em Manus seu Betamax. Por conta dos fatores citados acima na (vide acima "Os formatos Betamax e VHS") o Betamax foi superado pelo VHS, que se tornou o formato padrão de vídeo do mercado brasileiro até o meados de 2002 quando começou a ser superado pelo DVD.
Panorama atual

Atualmente, os VCRs perderam seu mercado para a tecnologia dos DVD graváveis, nos formatos DVD-R, DVD+R, DVD-RW, DVD+RW, DVD+R DL ou DVD-RAM. O preço destes aparelhos têm baixado cada vez mais e esta nova onda tecnológica determinou a substituição dos aparelhos com fita. Os sintonizadores de TV a cabo com disco rígido embutido, conhecidos como DVR permitem horas de gravação, acesso não linear e efeitos (replay, câmera lenta) e começam a se difundir fechando de vez o ciclo da fita gravada. Na atualidade, já não se encontram em venda praticamente em nenhum país do mundo leitores VCR, tendo sido substituídos pelos leitores/gravadores de DVD e pelos de Blu-Ray , tendo desaparecido também as videocassetes, substituídas pelos DVDs e Blu-Ray, havendo apenas em segunda mão ou em leilões pela Internet.

                                                                           O FIM

Em outubro de 2008 a Distribution Video & Audio, a última grande distribuidora de fitas VHS dos Estados Unidos, anunciou que entregou o último lote do seu produto. Conforme afirmou seu presidente, “ele está morto, é isso, este é o último Natal, sem dúvida. Eu fui o último a continuar comprando VHS e o último a continuar vendendo, e chega. Qualquer coisa que tenha sobrado no estoque, nós daremos ou jogaremos fora.”, acrescenta ainda ao final "é uma tecnologia morta (...) em três anos tudo será blu-ray" O último filme de Hollywood lançado em VHS foi "Uma história de violência" em 2006. 

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o Video cassete

Terça-feira, 06.05.14

     














 Video cassete

O gravador de vídeo cassete, videocassete (português brasileiro) ou cassete de vídeo (português europeu), também conhecido pela sua sigla inglesa VCR (Video Cassette Recorder), foi um aparelho eletrônico capaz de gravar e reproduzir imagens que são registradas em fitas magnéticas acondicionadas em caixas plásticas (cassetes) para facilitar o manuseio. Ele é o sucessor do gravador de videoteipe (VTR, na sigla em inglês), que utilizava fitas magnéticas em carretéis plásticos. Inicialmente os videocassetes eram dirigidos ao mercado amador, mas com o tempo a tecnologia foi aperfeiçoada e usada para fins profissionais.

Dependendo das características físicas da caixa e da fita bem como das especificações técnicas de gravação e reprodução da imagem, foram definidos diferentes "formatos" de videocassetes como o U-Matic, Betamax, VHS, Betacam, S-VHS e outros
.

História
Primeiros aparelhos

O primeiro Vídeocassete desenvolvido foi U-matic da Sony, introduzido comercialmente em setembro de 1971. Até o final da década de 1970, a gravação em meio magnético era feita com videotapes (videoteipes), fitas magnéticas de 1 ou 2 polegadas de largura acondicionadas em carretéis. Os equipamentos eram caros e pesados e seu uso para o mercado amador praticamente inexistia. Usou-se então para o vídeo o conceito de "cassete" desenvolvido pela Philips nos anos 60 para as fitas de áudio, onde os carretéis das fitas para gravadores de áudio foram colocados em uma caixinha plástica. Do mesmo modo a fita de vídeo foi montada em uma caixa com uma tampa retrátil que permitiria sua colocação no gravador de maneira mais rápida e prática (sem precisar passar ao redor da cabeça de leitura ou por polias) além de ser protegida do contato com as mãos.

As primeiras máquinas não tinham os sintonizadores de televisão ou timers (relógios para gravação), mas logo vislumbrou-se que o potencial do mercado seria o de se gravar em casa a programação da televisão, o que fez com que os aparelhos fossem desenvolvidos neste sentido.

Por volta de 1980 existiam três formatos competindo, cada um com um diferente formato de fita cassete fisicamente incompatível.


                                                                                                                                                BETAMAX

Por volta de 1980 existiam três formatos competindo, cada um com um diferente formato de fita cassete fisicamente incompatível.
Os formatos Betamax e VHS
A primeira empresa a ter sucesso comercial em lançar um gravador de videocassete foi a Sony. A Sony criou o formato conhecido como Betamax lançando-o no mercado dos EUA em Novembro de 1975. A novidade estava em usar uma fita de 1/2 polegada de largura que ao ser extraida do cassete envolvia as cabeças de gravação e leitura de uma maneira que a troca de informação fosse maior, com consequente reflexo na qualidade da imagem. O Betamax possuia originalmente um tempo de gravação de 1 hora por fita que após a chegada de concorrentes passou a 2 horas por fita.

Por causa de uma política de exclusividade da Sony o Betamax foi franqueado para poucas empresas entre elas a Sanyo e a NEC.

Em 1976 surgiu um formato concorrente lançado pela JVC conhecido como Video Home System, o VHS, também com fitas de 1/2 polegada que logo foi franqueado para outras empresas como a Matsushita (Panasonic), Sharp, Zenith, RCA, o que acelerou sua difusão pelo mundo. O VHS possuía um tempo de gravação de duas horas.

Durante vários anos estes dois formatos concorreram pela preferência do consumidor. O formato VHS aos poucos prevaleceu a ponto de ao longo dos anos a Sony ficar isolada como única fabricante de aparelhos Betamax até que ela própria encerrou a fabricação deste tipo de aparelho e adotou o padrão VHS.

VHS
Há várias razões para o fracasso do formato Betamax:

    Suposição I: O VHS prevaleceu porque, desde sua introdução contava com o dobro de tempo de gravação, dado que o formato Betamax no início estava limitado a uma hora de gravação; mas logo foi aperfeiçoado com a velocidade Beta II que permitia duas horas de gravação.
    Suposição II: O êxito do VHS é deu-se pela sua rápida adoção pelo mercado pornográfico. A grande disponibilidade de pornografia neste formato impulsionou sua difusão, refletindo uma tradição que mostra que a pornografia é também um combustível para a consolidação de novos formatos (a Internet é um exemplo óbvio disso).
    Suposição III: A JVC e a Sony usaram diferentes tipos de difusão para suas tecnologias, a JVC licenciou rapidamente sua tecnologia VHS a outras companhias que inundaram o mercado com dezenas de marcas diferentes (Zenith, RCA, SHARP, Philco, GE, Sears,Thomson etc.) criando uma massa crítica de publicidade+marketing+revendas que em muito superou a Sony e as 2 ou 3 companhias que foram licenciadas por ela para produzir os equipamentos Betamax.
    Difusão no Brasil: Os primeiros gravadores de videocassete eram em NTSC o que não permitia a gravação em cores das transmissões brasileiras, os técnicos de televisão brasileiros descobriram uma forma de trocar o cristal que determinava a frequência do sinal de cor dos aparelhos VHS para um padrão intermediário entre o NTSC e o PAL-M, sem a linha de retardo do PAL-M, o N-linha, que resultava na gravação e reprodução das cores dos programas de televisão. Assim ao se comprar um gravador de videocassete a preferência foi para os VHS pois podiam ser adaptados mais facilmente.


 Philips Video 2000
Um terceiro formato, Video 2000, ou V2000 (vendido também como "Video Compact Cassette") foi desenvolvido e introduzido pela Philips em 1978, e foi vendido apenas na Europa. A Grundig desenvolveu e vendeu seus próprios modelos baseados no formato V2000. Os modelos de V2000 contavam com cabeças de posicionamento piezoeléctricas para ajustar dinamicamente o tracking da fita. As fitas cassetes de V2000 tinham dois lados, e como os cassetes tinham que ser virados quando chegavam na metade do tempo de gravação. Eram usados níveis de proteção da gravação que poderiam ser mudados pelo usuário ao invés dos pinos quebráveis das fitas VHS/Betamax. A fita de meia polegada usada continha duas faixas paralelas de um quarto de polegada, uma para cada lado. Tinha um tempo de gravação de 4 horas por lado. Os últimos modelos produzidos pela Philips em 1985 foram considerados por muitos como superiores a qualquer outra coisa no mercado da época, mas a má reputação adquirida pelas características limitadas, pouca credibilidade dos primeiros modelos, e pelo mercado agora dominado pelo VHS/Betamax, garantiram vendas limitadas antes do sistema ser abandonado logo depois.

Video 2000

Video 2000 - The other home video system

Outros formatos

Diversos outros formatos foram propostos por fabricantes e acabaram esquecidos devido ao fracasso comercial:
                               
                                                       VCR
O formato VCR (não confundir com o nome genérico do videocassete em inglês) foi lançado pela Philips em 1970 e se restringiu ao mercado europeu. Usava cassetes quadrados e fita de 1.3 cm, que permitia uma hora de gravação. O primeiro modelo, disponível no Reino Unido em 1972, era equipado com um timer primitivo que usava mostradores rotatórios. Custando aproximadamente £600, era caro e o por razões de mercado o formato não se tornou popular no

uso caseiro.
Avco Cartrivision

O sistema Avco Cartrivision, uma combinação de televisão e VCR da Cartridge Television Inc. que era vendido por US$1,350, foi o primeiro VCR a pré-gravar fitas de filmes populares disponíveis para locação. Assim como o VCR da Philips, o cassete era quadrado, no entanto gravava 114 minutos. Isso devia-se a forma primitiva de compressão de vídeo que gravava cada terço do vídeo e o reproduzia de volta três vezes. Foi abandonado treze meses depois, após péssimas vendas. Tempo depois, descobriu-se que fitas de Cartivision que haviam sido armazenadas em um armazém se desintegraram.
V-CORD

Formato proposto pela Sanyo e adotado também pela Toshiba. Foi lançado em 1974 nos EUA.
VX

Formato criado pela Matsushita, foi lançado no mercado dos EUA em 1974 sob a marca Quasar.
AKAI

Formato proposto pela empresa japonesa Akai.
LVR

Formato proposto pelas empresas alemãs Basf e Eumig para uso principalmente em câmeras de vídeo. Não foi lançado comercialmente.

Sony U-Matic
O Sony U-matic, introduzido em Tóquio em Setembro de 1971, foi o primeiro formato comercial de videocassete do mundo. Seus cassetes, usavam fitas de 3/4 de polegada (1,9 cm) e tinham um tempo de reprodução de 60 minutos, depois estendido a 90 minutos com fitas mais finas. A Sony também lançou diversas máquinas neste formato, tanto para uso doméstico (com sintonizador e timer) quanto para uso profissional. O U-matic, com sua fácil utilização e boa qualidade permitiu sua difusão no meio profissional especialmente na área do jornalismo televisivo. Com a introdução de gravadores portateis (os primeiros pesavam quase 10 quilos) que usavam fitas menores com 20 minutos de duração o U-Matic foi o principal impulsionador do jornalismo eletrônico onde as câmeras de vídeo passaram a substituir as de cinema na captação de notícias para televisão. A edição eletrônica das imagens (montagem) passou a ser padrão com estes equipamentos.

Com o aperfeiçoamento do U-Matic como formato profissional e consequente redução de custos, os VCRs U-matic foram largamente usados por escolas, empresas e institições, desenvolvendo-se então um mercado até então incipiente da "produção independente" em vídeo tanto com fins empresariais e educacionais como para fins televisivos. Seu uso continuou até início dos anos 90, quando outro formato da Sony, o formato Betacam, com qualidade equivalente ao videoteipe de uma ou duas polegadas, passou a ser usado pela emissoras de televisão e por produtoras.

Sony U-Matic
Derivados do VHS e Betamax
VHS-C
Lançado em 1976, o VHS compacto é totalmente compatível com o VHS, sendo basicamente uma fita VHS embalada num cassete de tamanho menor, commenor duração (20 min. na velocidade padrão) porém mais conveniente para uso em câmeras de vídeo. Este tipo de fita pode ser usado num videocassete comum usando-se um adaptador;

S-VHS

Lançado em 1987. No Super VHS o tamanho, a disposição física da fita e a velocidade são iguais ao VHS, sendo que a diferença fica no processamento de imagem e na frequência de gravação dos sinais que permitem uma qualidade de imagem superior, menor "ruído" nas cores e maior resolução. Fitas de melhor qualidade eram vendidas com a etiqueta Super VHS para responder melhor ás características de gravação aperfeiçoadas, porém as fitas comuns VHS também serviam. Os aparelhos de VCR S-VHS são totalmente compatíveis com o formato VHS, porém o contrário não é verdadeiro, ou seja, uma fita gravada em S-VHS não pode ser reproduzida em um aparelho VHS

S-VHS
D-VHS
Lançado em 2001, no Digital VHS, apesar de manter as características físicas do VHS tinha a informação é gravada em formato digital como ocorre nos DVD. O D-VHS é capaz de gravar imagens de HDTV, High Definition Television. Como os aparelhos usam um mecanismo herdado do VHS eles são capazes de reproduzir fitas gravadas neste formato antigo. Comercialmente este formato quase não teve sucesso fora do Japão.

Video-8

A Sony, após o fracasso do Betamax, lançou em 1984 um novo formato conhecido como Video-8. Este formato usa um cassete de pequeno formato com uma fita de 8mm de largura, menor que um o VHS-C, teve relativo sucesso para uso em câmeras de vídeo. Em 1989 a empresa lançou um aperfeiçoamento do Vídeo-8 conhecido como Hi-8. Este formato tem uma resolução de imagem equivalente ao do S-VHS. em 1998 lançou o D8 ou Digital 8 que alcança 500 linhas em sistema digital e que virou um concorrente pro Mini-DV quando foi criado em 2001.


Videocassete no Brasil
O mercado de VCRs no Brasil começa no início da década de 1980. Os primeiros aparelhos eram importados (legal ou ilegalmente) e por se tratarem de equipamentos feitos para o mercado americano funcionavam no padrão de cores NTSC, o que resultava no Brasil na gravação e reprodução de imagens apenas preto e branco. Assim para funcionarem corretamente com padrão de televisão em cores adotado localmente, o PAL-M, necessitavam de uma adaptação. Pensando nisto a SONY para atender o mercado que começava, passou então a importar do Panamá aparelhos no formato Betamax já adaptados para o sistema brasileiro. Nesta época os VHS que chegavam ao país eram praticamente todos contrabandeados a um preço muito menor. Adaptados em oficinas de manutenção de equipamentos eletrônicos funcionavam bem, o que facilitou sua difusão.
Naquela época, o mercado de fitas pré-gravadas era baseado apenas em fitas importadas ou trazidas informalmente. Logo a maneira de se conseguir filmes e programas era filiar-se a um “vídeo-clube” onde a condição de entrada para os novos sócios era o fornecimento de fitas de vídeo pré-gravadas que integrariam o acervo do clube para serem "emprestadas" a outros sócios. Não havia cobrança de aluguel, mas sim de uma "taxa de manutenção", o conceito era disponibilizar fitas passando ao largo da legislação de direitos autorais que restringia a locação. Não havia uma oferta de filmes ou programas em Português, assim pequenas empresas legendavam ilegalmente os filmes ou mesmo pirateavam cópias legendadas dos cinemas. Com o início da produção de aparelhos VHS e Betamax no Brasil e consequente expansão do mercado, os estúdios de cinema e distribuidoras passaram as oferecer fitas legendadas ou dubladas em Português as quais vieram acompanhadas de uma pressão pela legalização do setor. Isto implicava em acabar com o "empréstimo de fitas", com as versões ilegais e com o contrabando. Começou então uma pesada fiscalização, que juntamente com a abertura da economia brasileira, levaram a uma transformação dos vídeo-clubes em locadoras de fitas compradas legalmente.
 

O primeiro aparelho de VCR fabricado no Brasil foi no formato VHS lançado em 1982 pela Sharp. Cerca de um ano depois a Philco lançou um VHS seu e logo outros fabricantes entraram no mercado com este formato. A exceção foi a Sony que produziu em Manus seu Betamax. Por conta dos fatores citados acima na (vide acima "Os formatos Betamax e VHS") o Betamax foi superado pelo VHS, que se tornou o formato padrão de vídeo do mercado brasileiro até o meados de 2002 quando começou a ser superado pelo DVD.
Panorama atual

Atualmente, os VCRs perderam seu mercado para a tecnologia dos DVD graváveis, nos formatos DVD-R, DVD+R, DVD-RW, DVD+RW, DVD+R DL ou DVD-RAM. O preço destes aparelhos têm baixado cada vez mais e esta nova onda tecnológica determinou a substituição dos aparelhos com fita. Os sintonizadores de TV a cabo com disco rígido embutido, conhecidos como DVR permitem horas de gravação, acesso não linear e efeitos (replay, câmera lenta) e começam a se difundir fechando de vez o ciclo da fita gravada. Na atualidade, já não se encontram em venda praticamente em nenhum país do mundo leitores VCR, tendo sido substituídos pelos leitores/gravadores de DVD e pelos de Blu-Ray , tendo desaparecido também as videocassetes, substituídas pelos DVDs e Blu-Ray, havendo apenas em segunda mão ou em leilões pela Internet.

                                                                           O FIM

Em outubro de 2008 a Distribution Video & Audio, a última grande distribuidora de fitas VHS dos Estados Unidos, anunciou que entregou o último lote do seu produto. Conforme afirmou seu presidente, “ele está morto, é isso, este é o último Natal, sem dúvida. Eu fui o último a continuar comprando VHS e o último a continuar vendendo, e chega. Qualquer coisa que tenha sobrado no estoque, nós daremos ou jogaremos fora.”, acrescenta ainda ao final "é uma tecnologia morta (...) em três anos tudo será blu-ray" O último filme de Hollywood lançado em VHS foi "Uma história de violência" em 2006. 

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VOODOO CHILD 2012-(capas vertigo)

Terça-feira, 06.05.14
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VOODOO CHILD 2012-(capas vertigo)

Terça-feira, 06.05.14
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Ziembinski

Terça-feira, 06.05.14

Ziembinski

Zbigniew Marian Ziembinski (Wieliczka, 7 de março de 1908 — Rio de Janeiro, 18 de outubro de 1978), mais conhecido como Ziembinski, foi um ator e diretor de teatro, cinema e televisão.

Vida e carreira 
Desde os doze anos envolvido com o mundo teatral, deixa sua terra natal em 1941, com 33 anos, quando emigra para o Brasil.
Chamado carinhosamente de Zimba, é considerado um dos fundadores do moderno teatro brasileiro por sua encenação inovadora do texto Vestido de Noiva, em 1943 do dramaturgo Nelson Rodrigues. Com esta montagem e por seu processo de ensaio, introduz-se a noção de diretor no teatro brasileiro, aquele que cria uma encenação, quase como um pintor da cena, substituindo a de ensaiador, aquele que se preocupava apenas em distribuir papéis e ordenar a movimentação em cena.

A direção de Ziembinski de Vestido de Noiva, soube equacionar os vários planos propostos por Nelson Rodrigues, que contrastam entre o imaginário, o sonho e a realidade de forma brilhante, aliada à cenografia de Tomás Santa Rosa, com enorme quantidade de variações de luz - fala-se em 132 diferentes efeitos utilizados na encenação, fato marcante na história do teatro brasileiro da época. Outra novidade introduzida por Zimba foi o extenso processo de ensaios no grupo amador que encenou a peça, Os Comediantes, que consumiu muitos meses. Até aquela peça, o usual no teatro brasileiro era ensaiar um semana e apresentar-se na seguinte, com poucos ensaios e com os atores recebendo apenas as suas falas, método comum no teatro profissional de Procópio Ferreira e de seus contemporâneos.

Antes de chegar ao Brasil, formou-se em letras e cursou a Escola de Arte Dramática do Teatro Municipal de Cracóvia, atuando em mais de vinte papéis entre 1927-1929. Depois desloca-se para Varsóvia onde trabalha como diretor e ator no "Teatr Polski" (Teatro Polaco) e "Teatr Maly" (Teatro Pequeno). Em 1931, já em Lódz atua e dirige algumas peças no Teatro Municipal e no Teatro de Câmara. Em 1923 retorna a Varsóvia, onde trabalha intensamente até o início da Segunda Guerra Mundial. O repertório das peças dirigidas por Ziembinski na Polônia foi majoritariamente de textos de autores poloneses, o inverso do que fará em nosso país, procurando encenar autores de muita importância na dramaturgia universal.

Este fato pode ser acompanhado pelos espetáculos que se seguiram a Vestido de Noiva: Pelleas e Melisande, de Maeterlinck 1943, com a mesma companhia, e Anjo Negro, retornando a Nélson Rodrigues, em 1948, com o Teatro Popular de Arte (TPA), onde Ziembinski retoma o estilo expressionista introduzido em sua primeira peça brasileira. Se este texto de Nelson Rodrigues, expõe acidamente a questão do racismo, Ziembinski irá sobrepor efeitos que engrossarão o caldo da polêmica e do escândalo. No mesmo ano e na mesma companhia, dirige e protagoniza Woyzeck, de Georg Büchner.
Antes de se mudar para São Paulo, convidado a participar do Teatro Brasileiro de Comédia, Ziembinski dirige em Recife o simbólico Nossa Cidade, de Thornton Wilder (1949), Pais e Filhos, de Ivan Turgueniev, e Esquina Perigosa, de J. B. Priestley, no Teatro de Amadores de Pernambuco TAP. Outra incursão, agora no Teatro Universitário de Pernambuco (TUP), será Além do Horizonte, de Eugene O'Neill, e Fim de Jornada, de Robert Sheriff.

Em 1950 além de trabalhar no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) de Franco Zampari, fez vários trabalhos com Cacilda Becker e também leciona arte dramática na então Escola de Arte Dramática (EAD), de Alfredo Mesquita, entre 1951 e 1957.
No cinema participa do filme Tico-tico no Fubá, com Anselmo Duarte e Tônia Carrero e A Madona de Cedro. Tendo participado em mais de cem espetáculos em solo brasileiro e trabalhado com importantes atores como Cacilda Becker, Walmor Chagas, Cleyde Yáconis, Nicette Bruno, Paulo Goulart, Fernando Torres, marcou uma geração inteira de artistas, ao mesmo tempo que trouxe a cena uma quantidade importantes de importantes dramaturgos da cena internacional.

Já nos anos setenta será contratado pela Rede Globo onde coordenou diversos núcleos de produção, especialmente o Departamento de Casos Especiais.
Foram 50 anos de teatro, 35 deles no Brasil dirigindo 94 peças. Também foi pintor e fotógrafo até 1978. Morreu aos 70 anos. Para o crítico Sábato Magaldi Ziembinski foi "um monstro do teatro, figura extraordinária que pairou sobre a beleza do Rio de Janeiro".

Cinematografia 
Cinematografia incompleta
Edu, Coração de Ouro (1968) .... participação especial1
Principais encenações
Vestido de noiva (1943)
Dorotéia (1950)
Pega-fogo (1950)
O santo e a porca (1958)
Jornada de um longo dia para dentro da noite (1958)
Teledramaturgia 

1966 Eu Compro Esta Mulher - Dom Rodrigo
1966 O Rei dos Ciganos - Steiner
1967 A Rainha Louca - Zacarias
1969 João Juca Jr. - Bóris (TV Tupi)
1971 Bandeira 2 - Irmão Ludovico
1972 O Bofe - Stanislawa Grotowiska
1973 Cavalo de Aço - Max
1973 O Semideus - Padre Miodek
1974 O Rebu - Conrad Mahler
Bibliografia 

FUSER, Fausto - A Turma da Polônia na renovação teatral brasileira, ou, Ziembinski: o criador da consciência teatral brasileira? Tese de Doutorado ECA - USP, 1987. Orientador professor Dr. Jacob Guinsburg.
MICHALSKI, Jan - Ziembinski e o Teatro Brasileiro. FUNARTE. 1995.
Verbete na Enciclopédia de Teatro Itaú Cultural

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Ziembinski

Terça-feira, 06.05.14

Ziembinski

Zbigniew Marian Ziembinski (Wieliczka, 7 de março de 1908 — Rio de Janeiro, 18 de outubro de 1978), mais conhecido como Ziembinski, foi um ator e diretor de teatro, cinema e televisão.

Vida e carreira 
Desde os doze anos envolvido com o mundo teatral, deixa sua terra natal em 1941, com 33 anos, quando emigra para o Brasil.
Chamado carinhosamente de Zimba, é considerado um dos fundadores do moderno teatro brasileiro por sua encenação inovadora do texto Vestido de Noiva, em 1943 do dramaturgo Nelson Rodrigues. Com esta montagem e por seu processo de ensaio, introduz-se a noção de diretor no teatro brasileiro, aquele que cria uma encenação, quase como um pintor da cena, substituindo a de ensaiador, aquele que se preocupava apenas em distribuir papéis e ordenar a movimentação em cena.

A direção de Ziembinski de Vestido de Noiva, soube equacionar os vários planos propostos por Nelson Rodrigues, que contrastam entre o imaginário, o sonho e a realidade de forma brilhante, aliada à cenografia de Tomás Santa Rosa, com enorme quantidade de variações de luz - fala-se em 132 diferentes efeitos utilizados na encenação, fato marcante na história do teatro brasileiro da época. Outra novidade introduzida por Zimba foi o extenso processo de ensaios no grupo amador que encenou a peça, Os Comediantes, que consumiu muitos meses. Até aquela peça, o usual no teatro brasileiro era ensaiar um semana e apresentar-se na seguinte, com poucos ensaios e com os atores recebendo apenas as suas falas, método comum no teatro profissional de Procópio Ferreira e de seus contemporâneos.

Antes de chegar ao Brasil, formou-se em letras e cursou a Escola de Arte Dramática do Teatro Municipal de Cracóvia, atuando em mais de vinte papéis entre 1927-1929. Depois desloca-se para Varsóvia onde trabalha como diretor e ator no "Teatr Polski" (Teatro Polaco) e "Teatr Maly" (Teatro Pequeno). Em 1931, já em Lódz atua e dirige algumas peças no Teatro Municipal e no Teatro de Câmara. Em 1923 retorna a Varsóvia, onde trabalha intensamente até o início da Segunda Guerra Mundial. O repertório das peças dirigidas por Ziembinski na Polônia foi majoritariamente de textos de autores poloneses, o inverso do que fará em nosso país, procurando encenar autores de muita importância na dramaturgia universal.

Este fato pode ser acompanhado pelos espetáculos que se seguiram a Vestido de Noiva: Pelleas e Melisande, de Maeterlinck 1943, com a mesma companhia, e Anjo Negro, retornando a Nélson Rodrigues, em 1948, com o Teatro Popular de Arte (TPA), onde Ziembinski retoma o estilo expressionista introduzido em sua primeira peça brasileira. Se este texto de Nelson Rodrigues, expõe acidamente a questão do racismo, Ziembinski irá sobrepor efeitos que engrossarão o caldo da polêmica e do escândalo. No mesmo ano e na mesma companhia, dirige e protagoniza Woyzeck, de Georg Büchner.
Antes de se mudar para São Paulo, convidado a participar do Teatro Brasileiro de Comédia, Ziembinski dirige em Recife o simbólico Nossa Cidade, de Thornton Wilder (1949), Pais e Filhos, de Ivan Turgueniev, e Esquina Perigosa, de J. B. Priestley, no Teatro de Amadores de Pernambuco TAP. Outra incursão, agora no Teatro Universitário de Pernambuco (TUP), será Além do Horizonte, de Eugene O'Neill, e Fim de Jornada, de Robert Sheriff.

Em 1950 além de trabalhar no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) de Franco Zampari, fez vários trabalhos com Cacilda Becker e também leciona arte dramática na então Escola de Arte Dramática (EAD), de Alfredo Mesquita, entre 1951 e 1957.
No cinema participa do filme Tico-tico no Fubá, com Anselmo Duarte e Tônia Carrero e A Madona de Cedro. Tendo participado em mais de cem espetáculos em solo brasileiro e trabalhado com importantes atores como Cacilda Becker, Walmor Chagas, Cleyde Yáconis, Nicette Bruno, Paulo Goulart, Fernando Torres, marcou uma geração inteira de artistas, ao mesmo tempo que trouxe a cena uma quantidade importantes de importantes dramaturgos da cena internacional.

Já nos anos setenta será contratado pela Rede Globo onde coordenou diversos núcleos de produção, especialmente o Departamento de Casos Especiais.
Foram 50 anos de teatro, 35 deles no Brasil dirigindo 94 peças. Também foi pintor e fotógrafo até 1978. Morreu aos 70 anos. Para o crítico Sábato Magaldi Ziembinski foi "um monstro do teatro, figura extraordinária que pairou sobre a beleza do Rio de Janeiro".

Cinematografia 
Cinematografia incompleta
Edu, Coração de Ouro (1968) .... participação especial1
Principais encenações
Vestido de noiva (1943)
Dorotéia (1950)
Pega-fogo (1950)
O santo e a porca (1958)
Jornada de um longo dia para dentro da noite (1958)
Teledramaturgia 

1966 Eu Compro Esta Mulher - Dom Rodrigo
1966 O Rei dos Ciganos - Steiner
1967 A Rainha Louca - Zacarias
1969 João Juca Jr. - Bóris (TV Tupi)
1971 Bandeira 2 - Irmão Ludovico
1972 O Bofe - Stanislawa Grotowiska
1973 Cavalo de Aço - Max
1973 O Semideus - Padre Miodek
1974 O Rebu - Conrad Mahler
Bibliografia 

FUSER, Fausto - A Turma da Polônia na renovação teatral brasileira, ou, Ziembinski: o criador da consciência teatral brasileira? Tese de Doutorado ECA - USP, 1987. Orientador professor Dr. Jacob Guinsburg.
MICHALSKI, Jan - Ziembinski e o Teatro Brasileiro. FUNARTE. 1995.
Verbete na Enciclopédia de Teatro Itaú Cultural

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biografia Aaliyah

Terça-feira, 06.05.14
600full-aaliyah (3)
Aaliyah

Aaliyah Dana Haughton (Nova Iorque, 16 de janeiro de 1979 — Marsh Harbour, 25 de agosto de 2001) foi uma cantora de R&B, dançarina, atriz e modelo dos Estados Unidos. Aaliyah participou de 2 filmes e lançou 3 álbuns em vida, tendo conseguido 5 nomeações ao Grammy Awards.

Biografia 

                 1979-1990: primeiros anos e início da carreira 
Aaliyah Dana Haughton nasceu em 16 de janeiro de 1979, no Brooklyn, distrito da cidade de Nova Iorque.1 Nascida em uma família afro-americana, com ascendência nativo-americana por parte de sua avó,2 3 ela foi a segunda e última filha de Diane e Michael Haughton.
600full-aaliyah (1)
 1994-1995: Age Ain't Nothing but a Number e suposto casamento 
Após Hankerson assinar um acordo de distribuição com a Jive Records, Aaliyah, até então com 12 anos, assinou com a sua gravadora, a Blackground Records.  Hankerson, mais tarde, apresentou-a ao artista e produtor R. Kelly, que se tornou o mentor de Aaliyah, bem como compositor e produtor do seu primeiro álbum, que foi gravado quando ela tinha 14 anos. 
Lançado em junho de 1994, "Age Ain't Nothing but a Number" debutou em vigésimo-quarto na Billboard 200, com 74.000 cópias vendidas na primeira semana. Semanas depois o álbum atigiu o número 18 na Billboard 200 e 3 na R&B/Hip-Hop Albums. Até hoje o álbum vendeu 3 milhões de cópias nos Estados Unidos e 5 milhões de cópias mundialmente.
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O single de estréia de Aaliyah, "Back & Forth", liderou a Billboard R&B/Hip-Hop Songs por três semanas e foi certificado Ouro pela RIAA. O segundo single, um cover dos The Isley Brothers, "At Your Best (You Are Love)", chegou ao número seis na Hot 100 da Billboard e também foi certificado Ouro pela RIAA. A faixa-título, "Age Ain't Nothing but a Number", chegou ao número 75 na Hot 100 da Billboard. Além disso, ela lançou "The Thing I Like", como parte da trilha sonora do filme de 1994 A Low Down Dirty Shame.
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Com o lançamento do álbum, houve boatos de uma relação amorosa entre Aaliyah e R. Kelly. Pouco depois, houve especulações sobre um casamento secreto com o lançamento de "Age Ain't Nothing but a Number" e o conteúdo adulto que Kelly tinha composto para Aaliyah. A revista Vibe revelou mais tarde um certificado que comprovava o suposto casamento em 31 de agosto de 1994, no Sheraton Gateway Suites em Rosemont, Illinois. Aaliyah, que tinha 15 anos na época, apareceu com 18 no certificado, o casamento ilegal teria sido anulado em fevereiro de 1995 por seus pais. Os dois continuaram a negar as alegações de casamento.
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1996-1999: One in a Million 
Em 1996, Aaliyah deixou Jive Records, e assinou um contrato com a Atlantic Records.8 Ela conheceu e trabalhou com os produtores Timbaland e Missy Elliott, que contribuíram para o lançamento de seu segundo álbum de estúdio, "One in a Million".  O álbum rendeu o single "If Your Girl Only Knew", que liderou a Billboard R&B/Hip-Hop Songs por duas semanas. Ele também gerou os singles "Hot Like Fire" e "4 Page Letter". No ano seguinte, Aaliyah foi destaque no single de estréia de Timbaland & Magoo, "Up Jumps da Boogie". 
Lançado em agosto de 1996, "One in A Million" debutou no número 20 da Billboard 200, vendendo 40.500 cópias na primeira semana de vendas. Na semana do natal de 1996, o álbum atingiu o número 18 na Billboard 200 e 2 na R&B/Hip-Hop Albums, com 71.000 cópias vendidas. Até hoje o álbum vendeu 4,4 milhões de cópias nos Estados Unidos e 8 milhões no mundo inteiro.
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Aaliyah estudou na Detroit High School for the Performing Arts, onde se formou em teatro em 1997, com uma pontuação média de 4,0 pontos, no total de 5,0.8 16 Aaliyah começou sua carreira no mesmo ano, ela participou do drama policial da série de televisão New York Undercover.8 Durante este tempo, Aaliyah participou do Children's Benefit Concert, um concerto beneficente que teve lugar no Beacon Theatre, em Nova York.16 Ela contribuiu na trilha sonora da animação da Fox Studios, Anastasia, com o single "Journey to the Past", que ganhou uma nomeação para o Oscar de "Melhor Canção Original". Aaliyah performou a canção na cerimônia do Oscar de 1998 e se tornou a mais jovem cantora a se apresentar no evento. 
Ainda em 1998, Aaliyah também contribuiu para a trilha sonora do filme Dr. Dolittle, com "Are You That Somebody?", que foi o terceiro single mais bem sucedido na Hot 100 Airplay da Billboard em 1998.
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2000-2001: Romeo Must Die e Aaliyah 
Em 2000, Aaliyah teve sua maior personagem no filme Romeo Must Die. Uma adaptação de Romeu e Julieta, que Aaliyah estrelou ao lado do artista marcial Jet Li, a reprodução de um casal que se apaixonam em meio ao conflito de suas famílias. O filme arrecadou US$ 18,6 milhões em seu primeiro fim de semana, no número dois no ranking de bilheteria. Além de atuar, Aaliyah foi a produtora executiva da trilha sonora do filme, onde ela contribuiu com quatro canções. Com Romeo Must Die, Aaliyah conseguiu a oitava colocação nos filmes de estréia de Pop Stars que mais arrecadaram.19 20
"Try Again" foi lançada somente para as rádios em fevereiro daquele ano, liderando a Hot 100 Airplay da Billboard por nove semanas.5 Antes do lançamento para vendas, o single atingiu o número um na Hot 100 da Billboard, sendo o primeiro e único single a conseguir liderar esta parada somente com execuções nas rádios da história.
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O vídeo do single ganhou os prêmios de "Melhor Vídeo Feminino" e "Melhor Vídeo de um Filme", em 2000 na MTV Video Music Awards. Ele também rendeu a ela uma indicação ao Grammy de "Melhor Vocalista Feminina de R&B".23 24 A trilha sonora do filme vendeu mais de 1,5 milhão de cópias nos Estados Unidos e mais de dois milhões de cópias no mundo inteiro.   
Após completar Romeo Must Die, Aaliyah começou a trabalhar no seu segundo filme, A Rainha dos Condenados. Ela desempenhou o papel de uma vampira, a rainha Akasha, que ela descreveu como uma "manipuladora, louca, dependente sexual". Ela foi contratada para o filme das sequências de Matrix como a personagem Zee.
Aaliyah lançou seu álbum homônimo, "Aaliyah", mundialmente em junho de 2001 e nos Estados Unidos em julho. Produzido principalmente por Timbaland, o álbum estreou no número dois na Billboard 200, vendendo 190.000 cópias em sua primeira semana. O primeiro single, "We Need A Resolution" entrou no top 15 de R&B da Billboard.
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 Morte 
Em 21 de agosto de 2001, Aaliyah foi ao 106 & Park para promover o álbum. Na entrevista, ela informou que nos próximos dias iria gravar o clipe do próximo single, "Rock The Boat". No dia 22 de agosto, Aaliyah começou a gravar o clipe em um estúdio da Cidade do México. No dia 23 de agosto, ela e sua equipe viajaram às Bahamas para terminar o vídeo.
Em 25 de agosto de 2001, às 06:45 (EST), Aaliyah e vários membros da gravadora embarcaram em um bimotor Cessna 402B (N8097W) em Marsh Harbour, Ilhas Abaco, Bahamas, para voltar ao Estados Unidos, especificamente para o aeroporto de Opa-locka, Flórida.
O grupo não sabia que o avião era incapaz de trasportar parte do equipamento das filmagens. Portanto, a aeronave ultrapassou o padrão de peso e o limite de tolerância para próprio equilíbrio, proporcionado pela Cessna. O avião caiu logo após a decolagem, a cerca de 200 metros do final pista. Aaliyah, o piloto Luis Morales III, o cabeleireiro Eric Forman, o segurança Anthony Dodd,
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o segurança Gallin Scott, o produtor de vídeo Douglas Kratz, o estilista Christopher Maldonado, a funcionária da Blackground Records Keith Wallace, e a funcionária da Virgin Records foram mortos no acidente. Dodd foi levado para um hospital em Miami, mas morreu na manhã seguinte.
O relatório do National Transportation Safety Board (NTSB) afirma que "o avião foi visto decolando da pista e em seguida, caiu de nariz para baixo, impactando em um pântano no lado sul da partida final da pista 27.". O mesmo relatório apontou que o piloto apresentava álcool e cocaína no sangue, além de falsificar sua licença da Federal Aviation Administration (FAA), que mostrava centenas de horas voadas.
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 Funeral 
O corpo de Aaliyah foi levado a Nova York em 29 de agosto. Seu velório deu início na noite de 30 de agosto, na funerária Frank E. Campbell. Cerca de 800 convidados passaram pelo velório, incluindo Timbaland, Gladys Knight e Janet Jackson.
O funeral de Aaliyah, na manhã do dia 31 de agosto de 2001, reuniu milhares de fãs e a imprensa, em frenta a igreja Saint Ignatius Loyola. O corpo de Aaliyah em um caixão de prata foi conduzido em um recipiente de vidro, puxado por cavalo. O corpo de Aaliyah foi cremado, e suas cinzas depositadas em uma tumba, em frente a 1.200 convidados, incluindo Sean Combs, Mýa, Jay-Z, Usher e Lil' Kim.
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 O sucesso do álbum Aaliyah 
A morte trágica de Aaliyah; adicionados a inúmeros tributos, inclusive veiculados em comerciais dos canais BET e MTV resultaram em um aumento gigantesco das vendas do álbum "Aaliyah". Na semana em que Aaliyah morreu, o álbum se encontrava na posição #19 da Billboard 200; uma semana após, o álbum teve um aumento em 950% das vendas, se tornando #1 na parada, com mais de 350.000 cópias vendidas. O sucesso se seguiu anos depois, entrando para a história como o álbum feminino com mais tempo na Billboard 200 (entre 2004 e 2009), com 188 semanas, ou mais de três anos consecutivos.
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 Discografia 

 
Álbuns 
Age Ain't Nothing but a Number - 1994
One in a Million - 1996
Aaliyah - 2001
Trilhas sonoras
Anastasia (1997)
Dr. Doolitle (1998)
Next Friday (2000)
Romeo Must Die (2000)

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biografia Aaliyah

Terça-feira, 06.05.14
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Aaliyah

Aaliyah Dana Haughton (Nova Iorque, 16 de janeiro de 1979 — Marsh Harbour, 25 de agosto de 2001) foi uma cantora de R&B, dançarina, atriz e modelo dos Estados Unidos. Aaliyah participou de 2 filmes e lançou 3 álbuns em vida, tendo conseguido 5 nomeações ao Grammy Awards.

Biografia 

                 1979-1990: primeiros anos e início da carreira 
Aaliyah Dana Haughton nasceu em 16 de janeiro de 1979, no Brooklyn, distrito da cidade de Nova Iorque.1 Nascida em uma família afro-americana, com ascendência nativo-americana por parte de sua avó,2 3 ela foi a segunda e última filha de Diane e Michael Haughton.
600full-aaliyah (1)
 1994-1995: Age Ain't Nothing but a Number e suposto casamento 
Após Hankerson assinar um acordo de distribuição com a Jive Records, Aaliyah, até então com 12 anos, assinou com a sua gravadora, a Blackground Records.  Hankerson, mais tarde, apresentou-a ao artista e produtor R. Kelly, que se tornou o mentor de Aaliyah, bem como compositor e produtor do seu primeiro álbum, que foi gravado quando ela tinha 14 anos. 
Lançado em junho de 1994, "Age Ain't Nothing but a Number" debutou em vigésimo-quarto na Billboard 200, com 74.000 cópias vendidas na primeira semana. Semanas depois o álbum atigiu o número 18 na Billboard 200 e 3 na R&B/Hip-Hop Albums. Até hoje o álbum vendeu 3 milhões de cópias nos Estados Unidos e 5 milhões de cópias mundialmente.
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O single de estréia de Aaliyah, "Back & Forth", liderou a Billboard R&B/Hip-Hop Songs por três semanas e foi certificado Ouro pela RIAA. O segundo single, um cover dos The Isley Brothers, "At Your Best (You Are Love)", chegou ao número seis na Hot 100 da Billboard e também foi certificado Ouro pela RIAA. A faixa-título, "Age Ain't Nothing but a Number", chegou ao número 75 na Hot 100 da Billboard. Além disso, ela lançou "The Thing I Like", como parte da trilha sonora do filme de 1994 A Low Down Dirty Shame.
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Com o lançamento do álbum, houve boatos de uma relação amorosa entre Aaliyah e R. Kelly. Pouco depois, houve especulações sobre um casamento secreto com o lançamento de "Age Ain't Nothing but a Number" e o conteúdo adulto que Kelly tinha composto para Aaliyah. A revista Vibe revelou mais tarde um certificado que comprovava o suposto casamento em 31 de agosto de 1994, no Sheraton Gateway Suites em Rosemont, Illinois. Aaliyah, que tinha 15 anos na época, apareceu com 18 no certificado, o casamento ilegal teria sido anulado em fevereiro de 1995 por seus pais. Os dois continuaram a negar as alegações de casamento.
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1996-1999: One in a Million 
Em 1996, Aaliyah deixou Jive Records, e assinou um contrato com a Atlantic Records.8 Ela conheceu e trabalhou com os produtores Timbaland e Missy Elliott, que contribuíram para o lançamento de seu segundo álbum de estúdio, "One in a Million".  O álbum rendeu o single "If Your Girl Only Knew", que liderou a Billboard R&B/Hip-Hop Songs por duas semanas. Ele também gerou os singles "Hot Like Fire" e "4 Page Letter". No ano seguinte, Aaliyah foi destaque no single de estréia de Timbaland & Magoo, "Up Jumps da Boogie". 
Lançado em agosto de 1996, "One in A Million" debutou no número 20 da Billboard 200, vendendo 40.500 cópias na primeira semana de vendas. Na semana do natal de 1996, o álbum atingiu o número 18 na Billboard 200 e 2 na R&B/Hip-Hop Albums, com 71.000 cópias vendidas. Até hoje o álbum vendeu 4,4 milhões de cópias nos Estados Unidos e 8 milhões no mundo inteiro.
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Aaliyah estudou na Detroit High School for the Performing Arts, onde se formou em teatro em 1997, com uma pontuação média de 4,0 pontos, no total de 5,0.8 16 Aaliyah começou sua carreira no mesmo ano, ela participou do drama policial da série de televisão New York Undercover.8 Durante este tempo, Aaliyah participou do Children's Benefit Concert, um concerto beneficente que teve lugar no Beacon Theatre, em Nova York.16 Ela contribuiu na trilha sonora da animação da Fox Studios, Anastasia, com o single "Journey to the Past", que ganhou uma nomeação para o Oscar de "Melhor Canção Original". Aaliyah performou a canção na cerimônia do Oscar de 1998 e se tornou a mais jovem cantora a se apresentar no evento. 
Ainda em 1998, Aaliyah também contribuiu para a trilha sonora do filme Dr. Dolittle, com "Are You That Somebody?", que foi o terceiro single mais bem sucedido na Hot 100 Airplay da Billboard em 1998.
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2000-2001: Romeo Must Die e Aaliyah 
Em 2000, Aaliyah teve sua maior personagem no filme Romeo Must Die. Uma adaptação de Romeu e Julieta, que Aaliyah estrelou ao lado do artista marcial Jet Li, a reprodução de um casal que se apaixonam em meio ao conflito de suas famílias. O filme arrecadou US$ 18,6 milhões em seu primeiro fim de semana, no número dois no ranking de bilheteria. Além de atuar, Aaliyah foi a produtora executiva da trilha sonora do filme, onde ela contribuiu com quatro canções. Com Romeo Must Die, Aaliyah conseguiu a oitava colocação nos filmes de estréia de Pop Stars que mais arrecadaram.19 20
"Try Again" foi lançada somente para as rádios em fevereiro daquele ano, liderando a Hot 100 Airplay da Billboard por nove semanas.5 Antes do lançamento para vendas, o single atingiu o número um na Hot 100 da Billboard, sendo o primeiro e único single a conseguir liderar esta parada somente com execuções nas rádios da história.
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O vídeo do single ganhou os prêmios de "Melhor Vídeo Feminino" e "Melhor Vídeo de um Filme", em 2000 na MTV Video Music Awards. Ele também rendeu a ela uma indicação ao Grammy de "Melhor Vocalista Feminina de R&B".23 24 A trilha sonora do filme vendeu mais de 1,5 milhão de cópias nos Estados Unidos e mais de dois milhões de cópias no mundo inteiro.   
Após completar Romeo Must Die, Aaliyah começou a trabalhar no seu segundo filme, A Rainha dos Condenados. Ela desempenhou o papel de uma vampira, a rainha Akasha, que ela descreveu como uma "manipuladora, louca, dependente sexual". Ela foi contratada para o filme das sequências de Matrix como a personagem Zee.
Aaliyah lançou seu álbum homônimo, "Aaliyah", mundialmente em junho de 2001 e nos Estados Unidos em julho. Produzido principalmente por Timbaland, o álbum estreou no número dois na Billboard 200, vendendo 190.000 cópias em sua primeira semana. O primeiro single, "We Need A Resolution" entrou no top 15 de R&B da Billboard.
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 Morte 
Em 21 de agosto de 2001, Aaliyah foi ao 106 & Park para promover o álbum. Na entrevista, ela informou que nos próximos dias iria gravar o clipe do próximo single, "Rock The Boat". No dia 22 de agosto, Aaliyah começou a gravar o clipe em um estúdio da Cidade do México. No dia 23 de agosto, ela e sua equipe viajaram às Bahamas para terminar o vídeo.
Em 25 de agosto de 2001, às 06:45 (EST), Aaliyah e vários membros da gravadora embarcaram em um bimotor Cessna 402B (N8097W) em Marsh Harbour, Ilhas Abaco, Bahamas, para voltar ao Estados Unidos, especificamente para o aeroporto de Opa-locka, Flórida.
O grupo não sabia que o avião era incapaz de trasportar parte do equipamento das filmagens. Portanto, a aeronave ultrapassou o padrão de peso e o limite de tolerância para próprio equilíbrio, proporcionado pela Cessna. O avião caiu logo após a decolagem, a cerca de 200 metros do final pista. Aaliyah, o piloto Luis Morales III, o cabeleireiro Eric Forman, o segurança Anthony Dodd,
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o segurança Gallin Scott, o produtor de vídeo Douglas Kratz, o estilista Christopher Maldonado, a funcionária da Blackground Records Keith Wallace, e a funcionária da Virgin Records foram mortos no acidente. Dodd foi levado para um hospital em Miami, mas morreu na manhã seguinte.
O relatório do National Transportation Safety Board (NTSB) afirma que "o avião foi visto decolando da pista e em seguida, caiu de nariz para baixo, impactando em um pântano no lado sul da partida final da pista 27.". O mesmo relatório apontou que o piloto apresentava álcool e cocaína no sangue, além de falsificar sua licença da Federal Aviation Administration (FAA), que mostrava centenas de horas voadas.
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 Funeral 
O corpo de Aaliyah foi levado a Nova York em 29 de agosto. Seu velório deu início na noite de 30 de agosto, na funerária Frank E. Campbell. Cerca de 800 convidados passaram pelo velório, incluindo Timbaland, Gladys Knight e Janet Jackson.
O funeral de Aaliyah, na manhã do dia 31 de agosto de 2001, reuniu milhares de fãs e a imprensa, em frenta a igreja Saint Ignatius Loyola. O corpo de Aaliyah em um caixão de prata foi conduzido em um recipiente de vidro, puxado por cavalo. O corpo de Aaliyah foi cremado, e suas cinzas depositadas em uma tumba, em frente a 1.200 convidados, incluindo Sean Combs, Mýa, Jay-Z, Usher e Lil' Kim.
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 O sucesso do álbum Aaliyah 
A morte trágica de Aaliyah; adicionados a inúmeros tributos, inclusive veiculados em comerciais dos canais BET e MTV resultaram em um aumento gigantesco das vendas do álbum "Aaliyah". Na semana em que Aaliyah morreu, o álbum se encontrava na posição #19 da Billboard 200; uma semana após, o álbum teve um aumento em 950% das vendas, se tornando #1 na parada, com mais de 350.000 cópias vendidas. O sucesso se seguiu anos depois, entrando para a história como o álbum feminino com mais tempo na Billboard 200 (entre 2004 e 2009), com 188 semanas, ou mais de três anos consecutivos.
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 Discografia 

 
Álbuns 
Age Ain't Nothing but a Number - 1994
One in a Million - 1996
Aaliyah - 2001
Trilhas sonoras
Anastasia (1997)
Dr. Doolitle (1998)
Next Friday (2000)
Romeo Must Die (2000)

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publicado por duronaqueda às 15:53

ARTHUR SHAWCROSS(SERIAL KILLER)

Terça-feira, 06.05.14
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Arthur Shawcross
The Genesee River Killer - O assassino do rio Genesse.
6 de Junho de 1945 - 10 de Novembro de 2008 (aos 63 anos).
numero de vítimas : 13

Arthur John Shawcross foi um serial killer Americano,
Também conhecido como O assassino do rio Genesse, que fica em Rochester, NY.
 arthur shawcross
Shawcross nasceu em Kittery, Maine, mas sua família mudou para Watertown em NY quando ele era jovem.
Quando criança ele era socialmente estranho e raramente aceito por seus colegas,
que frequentemente o chamavam de "estranho".
Quando jovem ele foi testado, tinha um QI super baixo, sofreu de bullying, molhava a cama,
sofreu de violência física. Ele largou a escola na nona serie,
e quando tinha 19 anos se alistou ao exercito.
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Lutou no Vietnam onde ele mais tarde disse que matou e canibalizou 2 jovens meninas vietnamitas, embora nao existam evidencias.
De volta a vida de Civil, morando em Watertown de novo, Shawcross se casou 4 vezes, mas suas mulheres invariavelmente o deixaram após um tempo curto por ele ser violento e por seu comportamento errante.
Foi la, em Maio de 1972, que ele estuprou e matou um menino de 10 anos de idade chamado Jack Owen Blake após atrair o menino para a floresta.
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Quatro Meses depois, ele estuprou e matou uma menina de 8 anos Karen Ann Hill, que estava visitando Watertown com sua mãe no fim de semana do feriado "dia do trabalho".
Preso por esses crimes, Shawcross confessou a ambos mas mais tarde conseguiu obter uma apelação por barganhar os promotores. Ele se declararia culpado somente pela morte de Karen Ann Hill numa acusação de homicídio não premeditado, ao invés de premeditado, e eles não o acusariam pela morte de Jack Blake. Com pouca evidencia para acusa-lo os promotores concordaram, mesmo assim ele foi condenado pela confissão que deu antes e pelos dois assassinatos pegou 25 anos.
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Shawcross serviu 15 anos antes de sair em condicional em Março de 1987.
Ele tinha dificuldade em se instalar por ter sido perseguido, despejado de casa e despedido de empregos assim que os vizinhos e empregados descobriram sobre a sua ficha criminal.
Eventualmente ele se instalou em Rochester, NY , e morou com uma mulher.
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Segunda serie de assassinatos:

Em Março de 1988, Shawcross começou a assassinar prostitutas na área, Alegando 11 vitimas antes de ser capturado menos de 2 anos mais tarde.
Suas vitimas foram:

* Patricia Ives, 25
* Frances Brown, 22
* June Cicero, 34
* Darlene Trippi, 32
* Anna Marie Steffen, 28
* Dorothy Blackburn, 27
* Kimberly Logan
* June Stotts, 30
* Marie Welch, 22
* Elizabeth Gibson
* Dorothy Keller, 59
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Elas geralmente eram estranguladas e espancadas até a morte, e também eram mutiladas.
A maioria delas foram encontradas perto do Rio Genesse.
Todas as vitimas foram assassinadas em Monroe County, menos Gibson que foi em um bairro vizinho.
Ele foi flagrado se masturbando em seu carro parado na ponte em cima do riacho em que se encontrava o corpo de sua vitima final.
Foi levado sob custódia em 5 de Janeiro de 1990 e eventualmente confessou.
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Julgamento:

Em Novembro de 1990, Shawcross foi julgado por 10 assassinatos.
O Julgamento foi tele-visionado e teve uma audiência muito alta.
Shawcross se declarou inocente por motivo de insanidade,
com o testemunho da psiquiatra Dorothy Lewis dizendo que ele tinha múltipla desordem na personalidade, causada por stress pós traumático, e possível abuso na infância.
Este testemunho não ajudou e o júri o considerou culpado e em perfeita sanidade, mais tarde foi dito sobre Lewis: " Quanto mais ela falava pior ficava, foi uma pena ela não ter saído após ler suas qualificações "
O Juiz deu a ele a pena de 250 anos de cadeia.
Alguns meses depois foi levado para Wayne County para ser julgado pelo assassinato de Gibson. Ele se declarou culpado e pegou perpétua.
Como aconteceu com quase todos os serial killers, alguém escreveu sua história para lucro próprio srsrsr
Nesse caso o escritor Joel Norris fez um livro sobre ele em 1992 "The live confessions of Arthur Shawcross and his hideous crimes!".
Se não me engano uma banda de death metal fez uma musica sobre esse caso também. " Addicted to Vaginal Skin "
(Não encontrei nenhum filme sobre ele ainda. Se alguém souber me avise por comentário por favor.)

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Passou a vida na cadeia Sullivan em Fallsburg, NY até sua morte em 10 de Novembro de 2008.
Em 2003 ele foi entrevistado por uma repórter Britânica, Katherine English, para um documentário sobre canibalismo.
Ele se gabou sobre o fato de ter comido os órgãos genitais de três vitimas mulheres, mas se recusou a falar das alegações de que ele comeu o órgão genital do menino morto em 1972.
Em 2006 ele foi entrevistado por um psiquiatra forense da Columbia University Dr. Michael Stone para a serie do Discovery Channer "MOST EVIL". Na entrevista Shawcross alegou ter sido abusado sexualmente quando criança pela mãe, e também admitiu ter abusado da irmã mais nova quando ainda criança. 
Ele também alegou que matou prostitutas em vingança por supostamente ter tido sexo com uma prostituta HIV positivo, (ele assumiu estar infectado) Stone concordou com o júri quanto a sua sanidade. Ele estava em sã conciência quando matava as vitimas.

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MORTE:

Oficiais disseram que ele reclamou de dor nas pernas. Ele tinha trombose e embolisma pulmonar.
Foi levado para o hospital Albany Medical Center, onde teve uma parada cardiaca e morreu as 21:50 em 10 de Novembro de 2008.Sua filha Margaret Deming de Brooklyn, NY teve o reecontro com o pai em 2002.
Ela o ajudou a entender a Biblia católica, segundo ela ele se converteu e disse finalmente ter encontrado algo que fizesse valer a pena viver e estava em paz consigo mesmo pela primeira vez.
Foi batizado no catoliscismo em 16 de Novembro de 2008.
Arthur Shawcross foi cremado e suas cinzas estão com a filha Margaret Deming.
O conteúdo a seguir foi retirado e adaptado do 3º volume dos 3 volumes dos livros "Mente Criminosa".
Com mais de 40 anos, obeso e de cabelos grisalhos, Arthur Shawcross parecia ser tudo menos um serial killer. No entanto, em menos de dois anos ele matou e mutilou gravemente pelo menos 11 prostitutas em Rochester, Nova York.Em 1972, Arthur Shawcross, de 26 anos, assassinou duas crianças, uma menina e um menino, em Watertown, Nova York. A evidência médica no caso da menina, que tinha sido estuprada, havia sido alterada e os restos mortais do menino foram descobertos seis meses após sua morte, o que criava a possibilidade de que o julgamento por homicídio fosse um fracasso. O estado então tentou negociar com ele. Foi indicado por homicídio culposo em troca de uma confissão, e Shawcross foi condenado a 25 anos de prisão.
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Saiu em liberdade condicional em 1987, após 14 anos de prisão, e foi morar em Rochester, Nova York. Corpulento e de cabelos grisalhos, já não parecia representar uma ameaça para ninguém. No entanto, entre março de 1988 e janeiro de 1990, ele estuprou, assassinou e mutilou brutalmente pelo menos 11 prostitutas da região. Um helicóptero da policia avistou um suspeito voltando para a cena do último crime e foi assim que Shawcross foi detido e, finalmente, confessou. No seu julgamento, foi considerado são e culpado por dez homicídios e condenado a 125 anos de prisão.
O psiquiatra Richard Kraus fez um estudo detalhado do caso. Determinou-se qye Shawcross tinha o cromossomo XYY, uma anormalidade hereditária que está relacionada com o comportamento violento. Sua urina também mostrou um nível muito alto de uma substância química chamada criptopirol, um metabolito geralmente ausente no homem. Kraus disse que a combinação desses dois fatores fez de Shawcross uma "bomba-relógio ambulante", incapaz de controlar sua raiva e que buscava alívio de suas emoções de maneira violenta.
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Uma carta de Shawcross em prisão, comentando sobre o cromossomo XYY, é miríade de contradições grafológicas. A diferença entre o texto e a assinatura era surpreendente e indicava uma personalidade reprimida e desonesta...
Shawcross tinha o cromossomo XYY, nesta carta escrita na prisão ele discute a teoria de que a sua alteração estaria associada a uma personalidade criminosa.
A carta é escrita principalmente em maiúscula, embora tivesse exceções nas letras b,e e i. Isso mostra que Shawcross queria ter a certeza de que iriam entendê-lo, temendo que sua caligrafia normal não fosse suficientemente legível. No seu caso, é também um sinal de imaturidade emocional e semialfabetização, mas, ao mesmo tempo, revelava um vocabulário sofisticado, com ortografia correta e evidência do hábito de leitura. A letra grande e o espaçamento da carta simbolizam a quantidade de espaço pessoal que o indivíduo precisa, revelando que Shawcross não estava disposto a formar relações sociais estreitas.
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Sheila Lowe salientou que um aspecto importante da caligrafia de Shawcross é sua rigidez. Isso é característico de muitos criminosos na prisão, porque são forçados a manter seus impulsos violentos sob controle. A forma em que determinadas letras são maiores que ouras estão acima da linha sugere um comportamento antissocial e impulsivo. Mesmo a inclinação para frente das letras, muitas vezes interpretada como um sinal de raiva interior, é inconsistente e constitui outro sinal uma personalidade pouco confiável. A forma como desce a caneta, fazendo o giro da letra g, e a maneira em que o aro dessa letra é pequeno e acanhado sinalizam frustração sexual. Sheila Lowe sugere que a falta de cuidados nas fases iniciais da vida de Shawcross é revelada no movimento pronunciado do aro da letra g para a esquerda. As maiúsculas da letra I mostram que Shawcross era um homem de opiniões defendidas veementemente e que iria defendê-las com violência. Esse fato foi comprovado pela evidência oferecida por sua quarta esposa. Sua raiva interior também aparece no ponto sobra a letra i, colocado de forma muito forte.
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publicado por duronaqueda às 10:46