Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



22 DE JULHO NA HISTORIA

Terça-feira, 22.07.14

22 de julho

22 de julho (AO 1945: 22 de Julho) é o 203.º dia do ano no calendário gregoriano (204.º em anos bissextos). Faltam 162 para acabar o ano.
3

Eventos históricos 

  •   256 - É eleito o Papa Dionísio.
  •   838 - Batalha de Anzen: O imperador bizantino Teófilo é derrotado pelosAbássidas.
  • 1099 - Início do concílio na Igreja do Santo Sepulcro que elege Godofredo de Bulhão como Protector do Santo Sepulcro.
  • 1298 - Guerra da Independência EscocesaBatalha de Falkirk - Rei Eduardo I da Inglaterra e seus arqueiros derrotam William Wallace e seus lanceirosescoceses fora da cidade.
  • 1456 - Guerras Otomanos-HabsburgosCerco de Belgrado - João Corvino, Regente do Reino da Hungria derrota Maomé II, o Conquistador do Império Otomano.
  • 1795 - Tratado de Paz de Basileia entre a França e a Espanha.
  • 1839 - Proclamação da República Juliana, em Laguna (Santa Catarina), Brasil, pelos revolucionários farroupilhas.
  • 1927 - É fundada a Associazione Sportiva Roma.
  • 1935 - O presidente Getúlio Vargas cria o programa A Hora do Brasil, transmitido obrigatoriamente para todo o país. Mais tarde, o nome mudou para A Voz do Brasil.
5
  • 1942 - Holocausto: começa a deportação sistemática dos judeus do Gueto de Varsóvia.
  • 1951 - A Sociedade Esportiva Palmeiras empata por 2 a 2 com a Juventus Football Club no Maracanã e se torna o primeiro Campeão Mundial de Clubes.
  • 1961 - É fundado o Centro Espírita Beneficente União do Vegetal por José Gabriel da Costa, o Mestre Gabriel.
  • 1969 - O Príncipe Juan Carlos é nomeado como o futuro rei da Espanha pelo General Franco.
  • 2009 - A Ásia acompanha o maior eclipse do século XXI.
  • 2011 - Atentados na Noruega (Tiroteio em Utøya e explosão em Oslo) deixam pelo menos 93 mortos e mais de 90 feridos.
  • 2013 - O Papa Francisco chega ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude em sua primeira viagem internacional como papa.
7

Nascimentos 

Selman Waksman.
Janusz Korczak.
Danny Glover.
Selena Gomez.
Shawn Michaels.
  • 1478 - Rei Filipe I de Castela (m. 1506).
  • 1559 - Lourenço de Brindisi, monge franciscano italiano (m. 1619, na mesma data).
  • 1649 - Papa Clemente XI (m. 1721).
  • 1713 - Jacques-Germain Soufflot, arquiteto francês, iniciador do neoclassicismo (m.1780).
  • 1740 - Basílio da Gama, poeta luso-brasileiro (m. 1795)
  • 1755 - Gaspard de Prony, matemático francês (m. 1839).
  • 1784 - Friedrich Wilhelm Bessel, matemático e astrônomo alemão (m. 1846).
  • 1848 - Adolfo Frederico V, grão-duque de Mecklenburg-Strelitz (m. 1914).
  • 1849 - Emma Lazarus, poetisa estadunidense (m. 1887).
  • 1878 - Janusz Korczak, pediatra e pedagogo polonês (m. 1942).
  • 1882
    • José Rodrigues Leite e Oiticica, anarquista, professor e filólogo brasileiro (m. 1957).
    • Edward Hopper, pintor estadunidense (m. 1967).
  • 1887 - Gustav Ludwig Hertz, físico alemão (m. 1975).
  • 1888 - Selman Waksman, bioquímico ucraniano e ganhador do Nobel de Fisiologia ou Medicina (m. 1973).
  • 1889 - James Whale, cineasta britânico (m. 1957).
  • 1898 - Alexander Calder, escultor estadunidense (m. 1976).
  • 1909 - Dorino Serafini, automobilista italiano (m. 2000).
  • 1916 - Gino Bianco, automobilista brasileiro (m. 1984).
  • 1920 - Florestan Fernandes, sociólogo brasileiro (m. 1995).
  • 1923 - Bob Dole, político estadunidense.
  • 1924 - Margaret Whiting, cantora norte-americana (m. 2011).
  • 1928 - Steingrímur Hermannsson, político islandês (m. 2010).
  • 1929 - John Barber, ex-automobilista inglês.
  • 1936 - Tom Robbins, escritor estadunidense.
  • 1938 - Terence Stamp, ator inglês.
  • 1944
    • Estelle Bennett, cantora norte-americana (Ronettes) (m. 2009).
    • Rick Davies, músico britânico, co-fundador e líder do Supertramp
  • 1946
    • Danny Glover, ator estadunidense.
    • Fernando Morais, escritor brasileiro.
    • Johnson Toribiong, político palauano.
    • Mireille Mathieu, cantora francesa.
  • 1947 - Gilles Duceppe, político canadense.
  • 1949 - Mohammed bin Rashid Al Maktoum, primeiro-ministro e vice-presidente dosEmirados Árabes Unidos.
  • 1950 - Nelsinho Baptista, treinador de futebol brasileiro.
  • 1952 - Azmi Bishara, político israelense.
  • 1953 - René Vandereycken, ex-futebolista e treinador de futebol belga.
  • 1955 - Willem Dafoe, ator estadunidense.
  • 1958 - Jaime Pacheco, ex-futebolista e treinador português de futebol.
  • 1959 - Peter Carruthers, patinador artístico norte-americano.
  • 1960
    • Torben Grael, iatista brasileiro.
    • Andrzej Pałasz, ex-futebolista polonês.
    • Djamel Menad, ex-futebolista argelino.
  • 1961 - Keith Sweat, cantor norte-americano.
  • 1962
    • Márcia Goldschmidt, apresentadora de televisão brasileira.
    • Max Fivelinha, apresentador de televisão brasileiro.
  • 1963 - Emilio Butragueño, ex-futebolista espanhol.
  • 1964 - John Leguizamo, ator colombiano.
  • 1965
    • David Spade, ator estadunidense.
    • Doug Riesenberg, ex-jogador profissional de futebol americano estadunidense.
    • Michael Shawn Hickenbottom (Shawn Michaels), wrestler norte-americano.
  • 1966 - Ney Franco, treinador brasileiro de futebol.
  • 1968 - Rhys Ifans, ator galês.
  • 1969
10
    • Jason Becker, guitarrista estadunidense.
    • Despina Vandi, cantora grega.
    • Teresa Machado, ex-atleta portuguesa.
  • 1971
    • Kristine Lilly, ex-futebolista norte-americana.
    • Cyril Domoraud, ex-futebolista marfinense.
  • 1972
    • Colin Ferguson, ator canadense.
    • Marcão, ex-futebolista brasileiro.
  • 1973
    • Jaime Camil, ator e cantor mexicano.
    • Daniel Jones, integrante da banda Savage Garden.
  • 1974
    • Franka Potente, atriz alemã.
    • Francisco Rojas, futebolista chileno.
    • Paulo Jamelli, ex-futebolista brasileiro.
  • 1975 - Karine Carvalho, atriz brasileira.
11
  • 1977
    • Gustavo Nery, futebolista brasileiro.
    • Alessandro Grandoni, futebolista italiano.
    • Peu Sousa, guitarrista, compositor e produtor musical, tendo ficado famoso por acompanhar a cantora baiana Pitty(m. 2013).
  • 1978
    • Ricardo Xavier, futebolista brasileiro.
    • Agustín Alayes, futebolista argentino.
    • Dennis Rommedahl, futebolista dinamarquês.
  • 1980
    • Scott Dixon, piloto neozelandês de automobilismo.
    • Marco Marchionni, futebolista italiano.
    • Dirk Kuyt, futebolista holandês.
    • Kate Ryan, cantora belga.
  • 1981
    • Alessandro Pellicori, futebolista italiano.
    • Gökçek Vederson, futebolista brasileiro-turco.
    • Fandango, wrestler e ator norte-americano.
12
  • 1982
    • Anna Chicherova, atleta russa, medalhista olímpica.
    • Daniela Albuquerque, apresentadora brasileira.
    • Yuzo Tashiro, futebolista japonês.
  • 1983 - Arsenium, cantor e compositor moldávio (O-Zone).
  • 1984
    • Stewart Downing, futebolista inglês.
    • Kinzie Kenner, atriz estadunidense.
    • Wilson Alegre, futebolista angolano.
  • 1985 - Paolo Maria Nocera, piloto italiano de corridas.
  • 1986 - Thiego, futebolista brasileiro.
  • 1987 - Andrey Golubev, tenista russo.
  • 1988 - Thomas Kraft, futebolista alemão.


  • 1989
    • Walter, futebolista brasileiro.
    • Leandro Damião, futebolista brasileiro.
    • Keegan Allen, ator norte-americano.
    • Edgar Çani, futebolista albanês.
    • Tanju Kayhan, futebolista austríaco.
  • 1992 - Selena Gomez, atriz e cantora estadunidense.
  • 1996 - Mauricio Baldivieso, futebolista boliviano.
  • 1998 - Madison Pettis, atriz estadunidense.
  • 2013 - George Alexander Louis, Príncipe de Cambridge, filho de William, Duque de Cambridge e de Catherine, Duquesa de Cambridge, o 3º na linha sucessória do trono britânico.
13

Falecimentos 

  • 1387 - Frans Ackerman, estadista flamengo (c. n.1330).
  • 1461 - Carlos VII de França (n. 1403).
  • 1540 - João Zápolya, rei da Hungria (n. 1487).
  • 1619 - São Lourenço de Brindisi (n. a 22 de julho de 1559).
  • 1645 - Conde-duque de Olivares, estadista espanhol (n. 1587).
  • 1676 - Papa Clemente X (n. 1590).
  • 1802 - Marie François Xavier Bichat, anatomista francês (n. 1771).
  • 1826 - Giuseppe Piazzi, astrônomo italiano (n. 1746).
  • 1832 - Napoleão II de França (n. 1811).
  • 1967 - Carl Sandburg, poeta estadunidense (n. 1878).
  • 1968 - Giovannino Guareschi, jornalista italiano (n. 1908).
14
  • 1987 - Fred Astaire, dançarino e ator norte-americano (n. 1899).
  • 1990 - Manuel Puig, escritor argentino (n. 1932).
  • 1992 - Wayne McLaren, ator americano (n. 1940).
  • 1998 - Antonio Saura, artista espanhol (n. 1930).
  • 1999 - Gar Samuelson, ex-baterista das bandas Megadeth e Fatal Opera (n. 1958).
  • 2000 - Claude Sautet, cineasta e cenarista francês (n. 1924).
  • 2003
    • Qusay Hussein, político iraquiano, filho do ex-ditador Saddam Hussein (n. 1966).
    • Uday Hussein, político e jornalista iraquiano, também filho de Saddam Hussein (n. 1964).
  • 2005 - Jean Charles de Menezes, eletricista brasileiro morto pela Scotland Yard (n. 1978).
  • 2006 - Gianfrancesco Guarnieri, ator e diretor ítalo-brasileiro (n. 1934).

Feriados e eventos cíclicos 

  • Dia do Cantor Lírico
  • Dia do Trabalho Doméstico
  • Feriado em Trombudo Central, Santa Catarina

Portugal 

  • Feriado Municipal de Madalena e Porto Moniz

Santos do dia 

  • Maria Madalena, memória






Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por duronaqueda às 09:34

BIOGRAFIA,BARTO GALENO

Terça-feira, 22.07.14
ATgAoaf0CD33LB6EzyHQ
Bartô Galeno

Bartolomeu da Silva (Sousa, 20 de maio de 1950) ou Bartô Galeno é um cantor e compositor brasileiro do estilo romântico/brega.
4b9e822ad030b
Biografia 

Bartolomeu da Silva nasceu em Sousa, na Paraíba, em 20 de maio de 1950. Com 10 anos de idade, mudou-se para Mossoró, Rio Grande do Norte, na época do surgimento do movimento da jovem guarda. Bartô, como era chamado, passou a cantar na Rádio Rural e a participar de vários programas de calouros, nos quais frequentemente ficava em primeiro lugar, chegando a ser considerado "a mais bela voz do Rio Grande do Norte".
4bd5eb287481a
Em dado momento, o padre Américo Simonetti, em reconhecimento, deu-lhe uma passagem para a cidade de Recife, em Pernambuco. De lá, Bartô foi para São Paulo, onde entrou em contato direto com os músicos da jovem guarda, como Roberto Carlos, Jerry Adriani e José Roberto. Bartô começou a carreira como compositor, o que rendeu-lhe vários contatos. 
Seu primeiro álbum como cantor viria a ser lançado somente em 1975, intitulando-se Só Lembranças,  pela gravadora Tape K, estreante na época
.
bart-galeno-seleo-de-ouro-20-sucessos-artwork
Sua voz foi descoberta por Ozéias de Paula, que o encaminhou para a gravadora.
Em 1978 lançou o álbum No Toca-Fita do Meu Carro, cuja faixa homônima acabou tornando-se seu maior sucesso. 
Em 1997 lançou a coletânea 20 super Sucessos, com a participação de Agnaldo Timóteo.
Em 2009 foi destaque na Virada Cultural na cidade de São Paulo e lançou o álbum Paixão Errante.
3
Bartô Galeno - (1979) Tudo É Nada Sem Você (Capa)
Unanimidade entre os fãs da música popular romântica, cantor e compositor citado e gravado por diversos cantores presentes nesta série, Bartô Galeno é tratado como rei por onde passa. Humilde, a voz macia e a cabeleira farta, é ainda um dos mais requisitados cantores de seu gênero, com uma agenda que pode chegar a cinco shows semanais. Aqui, acompanhado pela esposa Socorro, ao seu lado desde o início de sua carreira, Bartô conversa sobre sucesso, bebida e uma possível - e sempre protelada - aposentadoria.
Bartô Galeno - (1986) Os Maiores Sucessos De Bartô Galeno
Sentando no camarim improvisado, Bartô Galeno não acreditava: eram 7h30 da manhã de um domingo e o Largo do Arouche, região central de São Paulo, concentrava uma multidão. Esta tinha um caráter universal e particular: era formada pelos novinhos, os coroas, os de mãos dadas, os solteiros, os que haviam acabado de chegar, os que, latinha na mão, passaram a noite à procura de algo que não sabiam identificar. Mulheres e homens chamavam por seu nome. Quando ele entrou, os cabelos em dramáticos cachos, veio o barulho: palmas, gritos, fotos, "Bartô!", "Bartô!". Era uma recepção e tanto, principalmente para um horário malvado daquele. O cantor, era verdade, estava acostumado a um público efusivo: trinta anos antes daquele 3 de abril de 2009, estava em um camarim improvisado no garimpo de Serra Pelada. Escutou os novinhos, os coroas, os vários solitários, todos homens e poucos sóbrios, as garrafas de cerveja na mão. Chamavam por seu nome. Palmas, gritos, "Bartô!", "Bartô!" e tiros. Muitos tiros. Se assustou, a voz tremeu. Se acalmou quando explicaram os disparos: "É porque gostam de você". Era verdade: no fim do show, jogavam pepitas de ouro aos seus pés.
Bartô Galeno [1980] (a)
Das apresentações nos garimpos da selva amazonense ("era tanto nordestino ali isolado do resto do mundo") até o show realizado na Virada Cultural paulistana, Bartô, nascido em 1950, 40 anos de carreira, esteve em frente a milhões de pessoas que o trataram como um rei. Modesto, nunca reclamou para si o título relacionado tanto àquele que é sua grande inspiração (Roberto Carlos) quanto a outro cantor que compartilha de sua seara musical (Reginaldo Rossi). Mas a coroa, note-se, não é necessária: um exemplo é que o cantor e compositor de Sousa, na Paraíba, foi constantemente citado tanto pelos artistas que aparecem nesta série quanto pelos fãs da música popular romântica do País. Bartô chama atenção por onde passa: foi assim no dia da entrevista para esta reportagem, marcada em um shopping center no bairro do Meireles, em Fortaleza. No jardim do restaurante no qual a foto que ilustra esta página foi feita, um grupo de garçons reuniu-se para ver o cantor posar acompanhado por uma fita cassete. Antes, quando se dirigia ao local, um relógio dourado no pulso, o blue jeans à 70, acenou para fãs nos corredores. Fotos e "Bartô! Bartô!"
Bartô Galeno (1981) No Meu Carro Por Ai - Capa
Não é fácil precisar a afetividade instantânea que sentimos pelo cantor e compositor a partir de qualquer contato mais aproximado (em um show, em uma simples audição ou em uma entrevista de duas horas). Baixa estatura, magrinho, o cabelo RC nos anos Lady Laura, a voz amaciada e meio tremida, ele é dono de uma conhecida simplicidade. Personifica o cara boa-praça que assume o tom conciliatório quando os egos ficam mais alterados, o moço simpático que não precisa sorrir mais alto, nem falar por último, nem mostrar que é o mais sagaz do grupo. Simplificando: Bartô é gente boa. Um exemplo foi a postura do cantor durante esta conversa: várias de suas respostas foram interceptadas pela esposa, Socorro, com quem está casado desde 1975. Perguntou-se quando ele deixou a Paraíba para morar no Rio. "Foi em 1969, no dia 2 de julho de 1969, eu..." Aí vem ela: "Ah, foi no dia em que a Apollo chegou à Lua... Ele sempre conta essa história." O cantor sorri, toma outro gole de água e só responde: "É, foi, foi". (A expressão em repeteco seria usada várias outras vezes nos momentos em que Socorro tomou a fala para si.)
Bartô Galeno (1982) A Chuva Tráz Recordações - Capa
Mas antes de o homem chegar à Lua e Bartô ao Rio, há, é claro, a gênese do mito: o filho de João de Deus e Carlota foi pequeno, 10 anos, morar em Mossoró, Rio Grande do Norte (terra fértil dos cantores da música popular romântica, como atesta esta própria série). A família, que passava por dificuldades financeiras, logo montou um tabuleiro de frutas em uma pequena feira local. Bastinho Silva, o futuro Galeno, ajudava a vender os produtos enquanto começava a tocar violão e a cantar. A voz agradava e chegou aos ouvidos de um locutor da Rádio Rural, Manuel, dono de um programa de auditório. Bastinho terminou lá no palco, aplaudido (começava ali sua relação de amor com o público). Aí veio 1969: enquanto a Ditadura Militar provocava dor e assombro para alguns e felicidade e segurança para outros, o rapaz vencia o concurso A Mais Bela Voz. O título foi a mola que o impulsionou para ohqdefault
 Recife. "Fiquei por lá somente duas semanas." Trabalhou em um restaurante, arrumou as malas, foi para São Paulo, se aquietou no Rio. Não foi uma chegada solitária, é verdade: quem estava por lá era Oséas Lopes, o futuro Carlos André (presente nesta série), que mais tarde viraria estrela com Se meu amor não chegar. Era, no entanto, já prestigiado por conta do Trio Mossoró &"150; o grupo já havia encontrado o menino de Sousa em São Paulo, e foi lá que Bastinho morreu para dar vez a Bartô. "Isso não é nome de artista", disseram. Na operação do rebatizado, o Bartolomeu tomou o rumo natural do Bartô, mas o sobrenome era um problema. Pensaram até em manter o Silva, mas era simplicidade demais para concorrer com os Adrianis e Sorianos do momento. Aí surgiu o Galeno, bom reforço para o desenvolvimento da gênese do mito.
Bartô Galeno (1994) Lembranças de Nós Dois - Capa
No Rio, Bartô escreveu canções para nomes como Odair José e Genival Santos (de Eu lhe peguei no flagra), também para Carlos André e Fernando Mendes. Seu parceiro mais comum era Antônio Pires (irmão do cantor Roberto Müller, outro dos sete cantores de coração partido trazidos neste especial). Havia uma espécie de fraternidade entre os diversos cantores nordestinos que tentavam ocupar um espaço legítimo em meio a imensa produção fonográfica carioca. "Era tudo muito difícil, mas nós nos ajudávamos. Escrevíamos à mesa, saíamos para beber e compor", lembra. Começou a ganhar dinheiro com a composição, mas não havia esquecido do título de Mais Bela Voz. Queria cantar. Como era comum na época, passou pelos programas de auditório, entre eles, é claro, o de Chacrinha. Bartô lembra-se bem da longa fila para o teste, no qual a triagem era baseada em um enorme pragmatismo: "Esse canta, esse não canta, esse só tem boniteza, bota ele pra cá". Com a ajuda de Carlos André, que estava trabalhando na Copacabana, conseguiu ser apresentado aos produtores da gravadora Tapecar. Em 1975, gravou o LP Só lembranças, lançado no ano seguinte. O álbum, relançado em 1978, fez sucesso: Cadeira vazia e Amor vagabundo tornaram-se hits. Em 1977, veio Pelo menos uma palavra, que antecedeu aquele que seria o Sgt. pepper"s, o Dark side of the moon de Bartô: o LP No toca-fitas do meu carro, cuja faixa-título o elevou para o panteão da música popular romântica nacional. A música, autobiográfica, foi inspirada nos momentos de solidão que o cantor passou enquanto dirigia seu Chevette, o primeiro carro que comprou na vida.
???????????????????????????????????????????????????
"PAPAI TE OUVIA QUANDO BEBIA"

Bartô diz que praticamente sustentava toda a Tapecar com a venda dos seus discos o sucesso fez com que o cantor passasse por gravadoras maiores, como a WEA, a Continental, a RGE (nos anos 90, ele também foi lançado pela recifense Polydisc). Vendas e cabeleiras ainda mais fartas, ele manteve a mão no freio e não deixou o sucesso provocar abalroamentos: continuou a prezar pela própria humildade. Mantinha, também, o hábito de beber com os colegas cantores e compositores. Socorro, que além da entrevista compartilhava uma água mineral com o marido, conta que era uma época difícil. "Ele saía e não voltava, passava dias fora de casa." Ela enfrentava, não em um Chevette, mas em casa, a solidão quando o marido passava meses em turnê. "Eu chorava, me sentia só." Bartô, lembrando-se das farras e dos shows com os amigos, pensa alto o que talvez não devesse ser verbalizado: "Mas era tão bom..."Hoje, com a saúde mais frágil, ele jura ter deixado a bebida para trás. Precisa de fato cuidar de si para dar conta da agenda apertada: há noites em que faz três, quatro shows. "Eu penso em parar, mas, quando acaba um mês, já tem outro todo lotado." Geralmente, vende as apresentações em uma espécie de "pacote": três shows saem por R$ 15 mil. Se for um show único, o preço é elevado. Apresenta-se bastante no Sudeste, onde vive (Rio de Janeiro).
barto galeno
Os shows são concorridos e é comum, segundo ele, encontrar jovens que estão o descobrindo agora. Os depoimentos dos novos fãs por vezes provocam o riso do cantor. "Eles dizem meu pai, quando era vivo, gostava de você" ou então "Ele não bebe mais, mas quando bebia, curtia muito seus discos", conta. Outra gafe comum "e que Bartô adora falar" é confundirem músicas populares de outros cantores como sendo dele. "Bartô, canta Fuscão preto, Bartô, canta no hospital, na sala de cirurgia." Ri de novo. Pouco depois, quando lhe pedem para se enrolar na fita cassete que remete ao seu maior sucesso, ele se anima. Apesar de meio abatido (Bartô estava doente no dia da entrevista), apesar de estar há poucas horas de realizar mais um show, ele passa quase uma hora posando para fotos. No final, enrola de volta toda a fita magnética. "Vão precisar dela? Quero pra mim." Levou o objeto como uma espécie de suvenir de um dia que queria lembrar. Como se a celebridade, o rei que deveria ser cortejado e lembrado, o cara gente boa e talentoso, não fosse ele.
Capa (1)
Aprendizado nos bares da zona rural

"No toca-fita do meu carro? É a melhor que tem!", diz o agente de saúde Antônio José de Melo, 61 anos, outro fã que conhece profundamente não apenas a obra de Bartô, mas de cantores também importantes como Waldick Soriano e Evaldo Freire. Sua iniciação começou em meados dos 70, quando começou a trabalhar na Fundação Nacional de Saúde (FNS). Visitava frequentemente povoados pouco urbanizados, sítios onde o consumo musical era pautado basicamente pelas canções dramáticas dos cantores populares. Passava dias nestes locais e, à noite, ia se divertir nos bares, onde a tríade cachaça, música romântica e dor de cotovelo predominava. Durante anos na estrada, Antônio terminou levando, à sua maneira, uma vida parecida com aquela experimentada por Bartô, este andando no Chevette particular, o outro, nos carros institucionais do Governo Federal.
Capa (2)
A convivência auditiva com os cantores tornou-se paixão e o agente de saúde iniciou a compra de vinis "tem alguns raríssimos, entre eles alguns do próprio Bartô. Vivendo há décadas em Carpina (Zona da Mata Norte), ele também passou a conferir, aos sábados, as apresentações que vários desses artistas realizavam no programa apresentado pelo radialista Paulo Marques. A compra de vinis virou um hábito.
Conhecido na cidade por seu enorme interesse nas canções românticas populares, Antônio chegou a receber em casa a visita do cantor José Ribeiro (presente nesta série), que estava na cidade para um show. Lamenta, no entanto, nunca ter visto uma apresentação de Bartô. "Ele não aparece por aqui. Se eu encontrasse ele, ia perguntar porque é que não grava mais", diz.

Com o aparecimento do CD, passou a investir na mídia e deixou de ouvir seus discos de vinil ("É bom ouvir estes discos mais alto, e hoje tá mais difícil"). Também adquire coletâneas vendidas na rua, mais acessíveis. Como outros entrevistados, reclama tanto do preço dos CDs vendidos em lojas quanto da homogeneização da música popular atual. "É aquele bando de mulher gritando, ninguém sabe quem é quem."
Capa
Discografia 

Só Lembranças – 1975
Pelo Menos Uma Palavra – 1977
No Toca-Fita do Meu Carro – 1978
Tudo É Nada Sem Você – 1979
Eco do Meu Grito – 1980
No Meu Carro por Aí – 1981
A Chuva Traz Recordação – 1982
Enamorado – 1983
Piquenique em Alto Mar – 1985
Meu Lamento – 1987
O Peso da Saudade – 1990
20 Super Sucessos – 1997
Simplesmente Bartô – 2007
Bartô Canta o Rei (volumes 1 e 2) – 2008
Paixão Errante – 2009
Nov07650

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por duronaqueda às 09:19