Garrincha
Sábado, 27.09.14
Garrincha Manuel Francisco dos Santos, o Mané Garrincha ou simplesmente Garrincha (Magé, 28 de outubro de 1933 — Rio de Janeiro, 20 de janeiro de 1983) foi um futebolista brasileiro que se notabilizou por seus dribles desconcertantes apesar do fato de ter suas pernas tortas. É considerado por alguns o maior jogador de futebol de todos os tempos. No auge de sua carreira, passou a assinar Manuel dos Santos, em homenagem a um tio homônimo, que muito o ajudou. Garrincha também é amplamente considerado como o maior driblador da história do futebol. Garrincha, "O Anjo de Pernas Tortas" , foi um dos heróis da conquista da Copa do Mundo de 1958 e, principalmente, da Copa do Mundo de 1962 quando, após a contusão de Pelé, se tornou o principal jogador do time brasileiro. A força do seu carisma ficou marcada rapidamente nas palavras do poeta de Itabira, Carlos Drummond de Andrade, numa crônica publicada no Jornal do Brasil, no dia 21 de janeiro de 1983, um dia após a morte do genial Garrincha: Se há um Deus que regula o futebol, esse Deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios. Mas, como é também um Deus cruel, tirou do estonteante Garrincha a faculdade de perceber sua condição de agente divino. Foi um pobre e pequeno mortal que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas. O pior é que as tristezas voltam, e não há outro Garrincha disponível. Precisa-se de um novo, que nos alimente o sonho. |
Infância: o apelido "Garrincha" De origem humilde, com quinze irmãos na família, Manuel dos Santos era natural de Pau Grande, um distrito de Magé, no estado do Rio de Janeiro. Sua irmã o teria apelidado de Garrincha, fazendo uma associação com o pássaro de mesmo nome, muito comum na região. As pernas tortas Uma das características marcantes que envolvem a figura de Garrincha relaciona-se a uma distrofia física: as pernas tortas. Numa perspectiva frontal, por exemplo, sua perna esquerda, seis centímetros mais curta que a direita, era flexionada para o lado direito, e a perna direita, apresentava o mesmo desenho. Afirma Ruy Castro em seu livro que já teria nascido assim, mas há vários depoimentos no sentido que tal característica tenha sido sequela de uma poliomielite. |
Primeiros brilhos Com quatorze anos de idade, começou a jogar amadoramente no Esporte Clube Pau Grande e seu talento, já manifestado, despertou a atenção de Arati: um ex-jogador do Botafogo. Não se sabe com certeza quem o levou a fazer um teste no Botafogo, mas nos minutos iniciais do primeiro treino, ele teria dado vários dribles em Nílton Santos, o qual já era um renomado jogador. |
Vida pessoal Garrincha casou-se com Nair, namorada da infância, com quem teve nove filhas. Suas filhas Tereza e Nadir já estão falecidas . Separou-se de Nair e foi casado com Elza Soares por 15 anos, de 1968 a 1983. Os dois tiveram um filho, Manuel Garrincha dos Santos Júnior (9 de julho de 1977 — 11 de janeiro de 1986), morto aos 9 anos de idade num acidente automobilístico. Neném, o filho dele com Iraci, anterior ao casamento com Elza, também morreu num acidente em Portugal em 20 de janeiro de 1992, aos 28 anos. Garrincha também é pai de um filho sueco: Ulf Lindberg, fruto de um relacionamento com uma sueca da cidade de Umeå, durante uma excursão do Botafogo à Europa em 1959 . |
nair a primeira esposa |
Jogador profissional Por praticamente toda a sua carreira (95% das partidas), Garrincha defendeu o Botafogo (no período de 1953-1965), além da Seleção Brasileira (de 1957-1966). Já em fim de carreira jogou alguns meses no Sport Club Corinthians Paulista, (1966), no Clube de Regatas do Flamengo, (1969), e no Olaria Atlético Clube, porém já estava longe de seu auge. Integrou o elenco do Vasco, em um amistoso contra a seleção da cidade de Cordeiro (RJ), marcando um gol nesta partida. Sua contratação não foi fechada pela equipe cruzmaltina devido a sua má condição física e foi devolvido ao Sport Club Corinthians Paulista após o supracitado amistoso. Jogou sessenta partidas pelo Brasil entre 1955 e 1966. Em todos os seus jogos, participou de apenas uma derrota (de 3 a 1 para a Hungria na Copa de 66). Com Garrincha e Pelé jogando ao mesmo tempo, o Brasil nunca perdeu. Mesmo na Seleção Brasileira, Garrincha nunca abandonou sua forma irreverente de jogar. Voltava a driblar o jogador oponente, no mesmo lance, ainda que desnecessariamente, só pela brincadeira em si. Nos clubes, jogou 614 vezes, marcando 245 gols pelo Botafogo e sua carreira profissional se prolongou de 1953 a 1972. O último gol de Garrincha aconteceu no empate do Olaria Atlético Clube em 2 a 2 com o Comercial, dia 23 de março de 1972, no Estádio Palma Travassos em Ribeirão Preto. Foi, inclusive, o único gol de Mané pelo Olaria Atlético Clube. |
Garrincha faleceu aos 49 anos em 20 de janeiro de 1983, vítima de cirrose hepática, tendo sido velado num caixão sob a bandeira do Botafogo. Em seu epitáfio lê-se "Aqui jaz em paz aquele que foi a Alegria do Povo – Mané Garrincha." mas recente tem-se notícias que seu túmulo encontra-se abandonado sem ao menos uma homenagem justa de um ser que trouxe tantas alegrias, este dizeres que esta em seu epitáfio foi gravado na pedra e nem uma foto há, perde-se a história de um grande ídolo por falta de atenção de algumas autoridades que podem fazer algo. Tudo indica que talvez uma das causas de sua morte precoce foi o excesso de bebida alcoólica, principalmente cachaça, por ele ingerida ao longo de sua vida. O fato do seu gosto pela branquinha era tão conhecido que algumas marcas traziam seu nome. Em 2010, torcedores do Botafogo custearam uma estátua de quatro metros e meio e cerca de 300kg, ao custo de R$ 56.000,00 pagos ao artista plástico Edgar Duvivier. Essa estátua encontra-se hoje em frente ao Estádio João Havelange, onde o Botafogo manda seus jogos. Já em novembro de 2011 durante a convenção mundial de futebol Soccerex, Eusébio, maior jogador português e contemporâneo tanto de Pelé quanto Garrincha, declarou abertamente que considerava Garrincha o melhor jogador de todos os tempos. Garrincha foi considerado o mais habilidoso jogador que já existiu em todos os tempos sua capacidade de driblar e envolver seus adversários era impressionante. Pelo Brasil perdeu apenas uma das 61 partidas que fez com a camisa da Seleção. Em 1998, foi escolhido para a seleção de todos os tempos da Fifa, em eleição que contou com votos de jornalistas do mundo inteiro. |
Os números de Garrincha Botafogo Partidas: 614 Gols marcados: 245 Partida de estreia: Botafogo 6 – 3 Bonsucesso (19 de julho de 1953) Primeiro gol: na partida Botafogo 6 – 3 Bonsucesso (19 de julho de 1953). Última partida: Botafogo 2 – 1 Portuguesa-RJ (16 de setembro de 1965) Último gol: Botafogo 1 – 0 Flamengo (22 de agosto de 1965) Curiosidade: Mané Garrincha atuou pelo Botafogo de 21/06/1953 até 16/09/1965. com ele em campo o Botafogo nesse período disputou 150 jogos contra os times do eixo RJ X SP, tendo supremacia sobre 5 deles (São Paulo, Palmeiras, Corinthians, Flamengo, Fluminense) e desvantagem apenas contra Santos e Vasco da Gama. Vejam os números dos confrontos: Botafogo x S. Paulo - 10 jogos - 7 vitórias 2 empates e 1 derrota, Botafogo x Palmeiras - 15 jogos - 7 vitórias 3 empates e 5 derrotas, Botafogo x Corinthians- 11 jogos - 5 vitórias 3 empates e 3 derrotas, Botafogo x Santos - 15 jogos - 6 vitórias 1 empate e 8 derrotas, Botafogo x Flamengo - 34 jogos - 14 vitórias 10 empates e 10 derrotas, Botafogo x Fluminense - 32 jogos - 13 vitórias 9 empates e 10 derrotas, Botafogo x Vasco - 34 jogos - 10 vitórias 7 empates e 17 derrotas, |
Corinthians Partidas: 33 Gols marcados: 42 Partida de estreia: Corinthians 5 – 3 Vasco da Gama (2 de março de 1966) Primeiro gol: Corinthians 3 – 1 Cruzeiro (13 de março de 1966) Última partida: Corinthians 3 – 2 Santos (9 de outubro de 1966) Último gol: Corinthians 2 – 0 São Paulo (19 de março de 1966) |
Junior Barranquilla Partidas: 1 Gols marcados: 0 Única partida: Junior 2 – 3 Santa Fé (20 de Agosto de 1968) Foi uma passagem muito breve pelo clube. Flamengo aqui ele com xixico Partidas: 15 Gols marcados: 4 Partida de estreia: Flamengo 0 – 2 Vasco da Gama 30 de novembro de 1968) Primeiro gol: Flamengo 2 – 2 America (19 de janeiro de 1969 Última partida: Flamengo 1 – 0 Campo Grande (14 de dezembro de 1969) Último gol: Flamengo 2 – 1 ABC (9 de fevereiro de 1969) Olaria Partidas: 10 Gols marcados: 1 Partida de estreia: Olaria 1 – 1 Flamengo (23 de fevereiro de 1972) Última partida: Olaria 1 – 5 Caldense (7 de setembro de 1972) Único gol: Olaria 2 – 2 Comercial (23 de março de 1972) |
Seleção de 62 Da esquerda para a direita: Zito, Gylmar, Jair Marinho, Mauro, Calvet, Nilton Santos, Pepe, Coutinho, Didi, Gérson e Garrincha. |
Brasil Partidas: 60 Gols: 16 Partida de estreia: Brasil 1 – 1 Chile (18 de setembro de 1955) Primeiro gol: Brasil 5 – 0 Corinthians (28 de maio de 1958) – Garrincha marcou 2 gols na partida Última partida: Brasil 1 – 3 Hungria (15 de julho de 1966) Último gol: Brasil 2 – 0 Bulgária (12 de julho de 1966, Copa do Mundo de 1966) Seleção Carioca Partidas: 9 Gols: 7 Partida de estreia: Rio de Janeiro 3 – 2 Pernambuco (9 de março de 1955) Primeiro gol: Marcado na partida acima. Última partida: Rio de Janeiro 6 – 4 São Paulo (19 de dezembro de 1962) Último gol: Marcado no partida acima. Obs: Aqui está computada também a partida Combinado Botafogo-Flamengo 6 – 2 Honved-Hungria (7 de fevereiro de 1957), no qual Garrincha marcou 1 gol. Fortaleza Partidas: 1 Gols: 0 Partida de estreia: Fortaleza 1 - 0 Fluminense (28 de janeiro de 1968)[6] Garrincha não marcou gol(s) pelo Fortaleza. Última partida: Fortaleza 1 - 0 Fluminense (28 de janeiro de 1968) Alecrim Partidas: 1 Gols: 0 Partida de estreia: Alecrim 0 – 1 Sport (4 de fevereiro de 1968)[7] Garrincha não marcou gol(s) pelo Alecrim. Última partida: Alecrim 0 – 1 Sport (4 de fevereiro de 1968) [editar] Novo Hamburgo Partidas: 1 Gols: 0 Única partida: Internacional 3 – 1 Novo Hamburgo (2 de julho de 1969)[8] Foi um jogo-apresentação Total geral Partidas: 716 Gols marcados: 283 |
Títulos Botafogo Internacionais : Torneio Internacional de Paris: 1963* Torneio Quadrangular Interestadual: 1954 Torneio Pentagonal Interclubes do México: 1958 Torneio Internacional da Colômbia: 1960* Torneio Internacional da Costa Rica: 1961 Torneio Pentagonal do México: 1962 Torneio Jubileu de Ouro da Associação de Futebol de La Paz: 1964* Panamaribo Cup: 1964 Nacionais Roberto Gomes Pedrosa: 1962 e 1964 x Taça dos Campeões Estaduais Rio-São Paulo: 1962 Campeonato Carioca: 1957, 1961 e 1962 Torneio Início: 1961, 1962, e 1963 Seleção Brasileira Copa do Mundo FIFA: 1958 Copa do Mundo FIFA: 1962 x Taça Bernardo O'Higgins: 1955 x Taça Bernardo O'Higgins: 1959 x Taça Bernardo O'Higgins: 1961 x Taça Oswaldo Cruz: 1958, 1961 e 1962 x Superclássico das Américas: 1960 Corinthians x Torneio Rio-São Paulo: 1966 Copa Cidade de Turim: 1966 Flamengo Troféu Rastelo: 1968 Torneio Quadrangular de Marrocos: 1968 Garrincha participou também de vários amistosos pelo Brasil e pelo exterior, integrando o Milionários (formado por veteranos com carreiras encerradas); o time da AGAP-RJ (Associação de Garantia ao Atleta Profissional do Estado do Rio de Janeiro); diversas equipes amadoras da Itália, e clubes sem expressão do interior do Brasil. Estas partidas não têm valor para estatísticas. |
Botafogo Melhor jogador da decisão da Copa Interstadual de Clubes: 1962 Melhor jogador do Campeonato Carioca: 1957, 1961 e 1962 Seleção Brasileira Bola de Ouro da Copa do Mundo da FIFA: 1962 All-Star Team da Copa do Mundo da FIFA: 1958, 1962 Segundo Maior jogador Brasileiro do Século XX IFFHS (1999) Quarto Maior jogador Sul-americano do Século XX IFFHS (1999) Oitavo Maior jogador do Mundo do Século XX IFFHS (1999) Décimo Terceiro Maior jogador do século XX pela revista - France football: (1999) Vigésimo Maior jogador do século XX pela revista Inglesa World Soccer: (2000) Sétimo Maior Jogador do Século XX pelo Grande Júri FIFA (2000) Seleção de Futebol do Século XX |
Filmografia Garrincha, Alegria do Povo (1962). Documentário de Joaquim Pedro de Andrade Mané Garrincha (documentário de 1978). Documentário curta-metragem de Fábio Barreto Asa Branca: Um Sonho Brasileiro (1980). Ator convidado. Pelé e Garrincha, Deuses do Brasil (2002). Documentário da BBC Garrincha - Estrela Solitária (2003). Baseado no livro Estrela Solitária - Um Brasileiro Chamado Garrincha de Ruy Castro. |
Na foto acima, antes do jogo contra a Hungria: Belini, Gilmar, Altair, Djalma Santos, Lima, Garrincha, Jairzinho, Tostão, Paulo Henrique, Alcindo e Gerson. |